Segunda-feira, 26 de junho de 2017 - 07h18
247 - Mesmo com uma coalizão estimada em cerca de 400 deputados, líderes da base aliada já avaliam que há risco de a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer não ser barrada na Câmara-
Parlamentares ponderam que o teor da acusação formal e os seus desdobramentos podem influenciar o posicionamento dos congressistas, aumentando o risco de Temer sofrer um revés
A denúncia contra o presidente é apresentada no Supremo Tribunal Federal, que só pode julgar sua aceitação ou não com o aval da Câmara. Após ser encaminhada para a Casa, a acusação tramita primeiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de seguir para o plenário. São necessários os votos de 172 dos 513 deputados para negar a autorização. Se aprovada por no mínimo 2/3 da Casa, retorna ao Supremo. Caso a Corte aceite a denúncia, o presidente é obrigado a se afastar do cargo por 180 dias.
Para Baleia Rossi (SP), líder do PMDB, partido de Temer e que tem a maior bancada da Casa, com 64 deputados, o governo não pode se descuidar. “No Parlamento nada é automático. Vai ter que trabalhar. Cada líder da base vai ter que trabalhar sua bancada. Vai ter que ter convencimento. Não dá para achar que está tudo resolvido.”
Segundo ele, é preciso “conhecer os elementos da denúncia e formar um convencimento para ajudar os deputados a formarem sua convicção”.
As informações são de reportagem de Julia Lindner e Carla Araújo no Estado de S.Paulo.
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