Domingo, 2 de julho de 2017 - 13h53
Por Fernando Brito, editor do Tijolaço
Os levantamentos feitos por O Globo e pela Folha sobre a intenção dos deputados em votar a favor ou contra a aceitação da denúncia da Procuradoria Geral da República contra Michel Temer por corrupção, depois do episódio carregada pelo “homem de boa índole” da mala, coincidem mais que nos números.
Revelam um parlamento de covardes e omissos, onde mais da metade simplesmente escafede-se de dar opinião sobre a decisão que, ao que tudo indica, terão de tomar nos próximos 15 dias.
Em o O Globo, 273; na Folha, 225. Números escandalosos dos que fugiram de responder sequer se estavam indecisos!
Como, claro, a grande maioria é de aliados do atual presidente, é evidente que a estratégia é a da fuga, da omissão, do medo.
Tivemos, na votação do impeachment de Dilma, o desfile dos ratos garbosos.
Agora, todos na toca, escondem-se.
Vão, entretanto, ter de mostrar-se, a maioria deles, porque Temer precisa, ao menos, tentar limpar a cara com uma vitória numérica.
Imaginem o governo ser mantido por 44 ou 45 votos pela recusa da denúncia. Que cheguem a 100, não serão 20% dos 513 votos da Câmara.
É moralmente intolerável, mesmo sendo o parlamento brasileiro uma imoralidade.
Não temos o governo de um país, temos um enclave de gente com cargos que já não tem qualquer conexão com a coletividade.
PS. Se quiser consultar a lista, ela está aqui, na versão da Folha.
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