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Política - Nacional

Zuleido, 'homem de negócios' com vários partidos


Agência O Globo BRASÍLIA - Nos corredores do Congresso, o empreiteiro Zuleido Veras, dono da Gautama, é um homem popular. O empresário paraibano preso ontem pela Operação Navalha circulava com desenvoltura por Brasília. Com um bigode vistoso, ganhou o apelido de "Charles Bronson do Nordeste", numa comparação com o ator de filmes de ação. Zuleido começou sua carreira como o principal executivo da empreiteira OAS em Brasília, no final dos anos 80. Políticos e empresários lembram que, no governo Collor, Zuleido tinha relação próxima com o empresário Paulo César Farias, o PC, para quem teria operado. Seu nome chegou a ser citado informalmente na CPI que investigou o esquema PC. Nesse período, Zuleido começou a se aproximar de políticos influentes e integrantes do então governo. Depois de uma atuação considerada heterodoxa pela cúpula da OAS, o empresário paraibano foi dispensado e abriu o seu próprio negócio em 1995: a Gautama, batizada em homenagem ao príncipe indiano Sidarta Gautama, o Buda. Com a sua própria empresa, Zuleido retomou sua rede de contatos para conseguir obras públicas e engordar o seu caixa. Segundo relato recente de Zuleido a políticos, a Gautama já administra obras federais e de governos estaduais que somam R$ 1,5 bilhão. Esse valor não significa o faturamento da empresa, mas a expectativa de realização de obras. Para conseguir a liberação desses recursos públicos, Zuleido tem estratégia própria: não é empresário ligado a este ou àquele partido, mas um "homem de negócio" que se relaciona com diversos políticos e diversas legendas. Ele não se preocupa com a correção na execução das obras. Tanto que, no fim de 2001, a Gautama já era a primeira numa lista de obras irregulares identificadas pelo Tribunal de Contas da União. Na ocasião, eram nove obras irregulares que somavam R$ 661,9 milhões. Hoje, o número de obras irregulares da Gautama é três vezes maior, só no plano federal. A pavimentação da rodovia BR-319, no Amazonas, foi considerada irregular pelo TCU. Mesmo assim, ano passado o Dnit liberou de uma única vez para a obra R$ 21,1 milhões, referentes a um empenho de 2005. Zuleido tem facilidade para ganhar licitação de obras. E acesso fácil aos integrantes da Comissão de Orçamento do Congresso. Mesmo com o carimbo de irregular do TCU, o empresário sempre garante recursos para obras da Guatama. Leia a íntegra desta notícia no Globo Digital

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