Domingo, 24 de fevereiro de 2008 - 10h58
Há uma década, o Paraná perdia um cidadão honorário: o jornalista Emir Sfair. Quando decidiu vir a Cascavel para assumir em sociedade com o administrador André Costi a direção do jornal O Paraná, do qual foi colaborador desde a primeira hora, Sfair deixava na capital paranaense uma longa e bem-sucedida trajetória nos meios jornalísticos e radiofônicos para começar uma atividade no Oeste do Paraná que lhe renderia muito esforço, mas também o reconhecimento da população e das autoridades regionais.
Catarinense de Canoinhas, cidade historicamente pertencente ao Paraná, perdida com a "Guerra do Contestado", Emir Sfair nasceu em 1935 e já em 1949, aos 14 anos, começou a trabalhar na Rádio Rio Negro. Logo iria para as letras, como correspondente do jornal 3 de Outubro, do jornalista paranaense Ali Bark, ligado ao governador Bento Munhoz da Rocha Neto.
Emir conciliava o trabalho jornalístico e a função de datilógrafo na Secretaria da Saúde do Paraná, à época do secretário Aramys Atayde. Em março de 1953, ainda em Curitiba, Emir Sfair obtinha seu primeiro registro profissional, passando a trabalhar no jornal Paraná Esportivo. "Minha estréia como comentarista foi num Atletiba. Só que eu não conhecia nenhum dos jogadores em campo. Aí usei um radinho para identificar os jogadores e produzi minha primeira crônica sobre o clássico paranaense".
Torcedor do Clube Atlético Ferroviário, de Curitiba, que viria se tornar o atual Paraná Clube, Emir Sfair formou-se em Direito em 1961. Embora houvesse trabalhado em jornal já por um bom tempo, queria realmente se dedicar à advocacia. O máximo que se concedia era alguma colaboração esparsa, em doze anos de exercício da profissão. Mas não conseguiu manter esse distanciamento, logo retornando às letras. E de tal forma que, com o tempo, até deixaria de advogar.
No curso da década de 60, outras tarefas o absorveram e o forçaram a deixar o Direito de lado: tinha todo o tempo tomado por sua atuação na Secretaria de Imprensa do Palácio Iguaçu, onde começou no governo de Bento Munhoz da Rocha e ficou até o início da segunda administração Ney Braga, só ficando de fora na traumática gestão Leon Peres. "Também trabalhei na Gazeta do Povo, inicialmente fazendo futebol aos sábados. Depois, em 1971, assumi a editoria política do jornal, e lá fiquei até 78, quando fui para Cascavel".
Em 1964 veio a ditadura. Emir Sfair, ainda em Curitiba, foi "dedurado" como comunista e detido para prestar depoimento. Isso não chegou a incomodá-lo mais do que a Censura feita ao jornal Expressinho, que elaborava com Valmor Marcelino, quando a repressão invadiu a redação, no dia 1º de abril, e proibiu a circulação do jornal, além de rasgar, sem ao menos uma leitura prévia, os textos que estavam sendo preparados. "Muitas vezes", lembrava Emir, "tive de tomar café no comando da 5ª Região Militar" (grande comando do Exército no Paraná).
Em Rondônia
Em Rondônia o jornalista Emir Sfair participou da epopéia da fundação do jornal Diário da Amazônia nos anos 90, como sócio do grupo Eucatur. Como não conhecia o estado na época, convocou o jornalista Carlos Sperança para formar a primeira equipe da publicação, que teve como primeiro editor o veterano Valdir Costa, hoje trabalhando na Folha de Rondônia.
Emir faleceu em Porto Velho em 1998, sendo velado em Porto Velho e Cascavel e sepultado em Curitiba, cidades onde trabalhou durante décadas.
Sobre o legado de Emir o jornalista Valdir Costa lembrou que perdeu um grande amigo e o jornalismo um "abnegado". O diretor da revista Momento Brasil Beto Grutzmacher tinha Emir como um pai, enfatizando sua militância pela justiça social. "Foi uma lacuna imprenchível", disse.
Já, o jornalista Carlos Sperança lembra que Emir mudou os rumos da imprensa em Rondônia, onde alguns clãs mantinham a hegemonia durante décadas. "Com o nascimento do Diário as coisas mudaram de figura", arremata.
Fonte: genteopinião
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