Quarta-feira, 15 de agosto de 2018 - 07h46
Para discutir uma solução para as serrarias que foram fechadas, após operação do Ibama, no início do mês, em Cujubim, os deputados estaduais se reuniram com representantes do órgão e com empresários do setor madeireiro, na manhã de ontem, terça-feira (14), na Assembleia Legislativa.
O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (MDB) e os deputados Ezequiel Júnior (PRB), Adelino Follador (DEM), Alex Redano (PRB), José Lebrão (MDB) e Edson Martins (MDB), se juntaram ao superintendente do Ibama em Rondônia, Carlos Alberto Paraguassu, que estava acompanhado do chefe de fiscalização local, Saulo Gouveia, e do superintendente do Ibama Acre, Carlos Gadelha.
No encontro, os donos de serrarias relataram que tiveram os pátios lacrados, mesmo apresentando a documentação da madeira, proveniente de planos de manejo. A denúncia é que, bastava alguma inconsistência em alguma documentação, para toda atividade ser suspensa, o que para eles é arbitrário.
"Se temos algum problema, alguma irregularidade, que nos puna, nos multe e nos oriente. Mas, fechar a serraria, impedindo que possamos processar madeira retirada de planos de manejo legalizados, não podemos aceitar, pois isso impede que possamos honrar nossos compromissos de entrega de madeira e quitar nossos débitos com fornecedores e funcionários", relatou um dos empresários.
Maurão de Carvalho manifestou a sua indignação contra o que classificou como "abusiva e truculenta", a operação do Ibama, que ateou fogo em máquinas e veículos. "Não defendemos o errado e nem o ilegal. Mas, não podemos aceitar essa ação arbitrária. Se está errado, que sejam atuados, apreendidos os maquinários e materiais e que sigam o devido processo legal. Mas, sem oferecer a opção de defesa e do contraditório, queimar tudo, é inadmissível", relatou.
Ezequiel Junior disse que as ações do Ibama já são conhecidas por sua truculência e desrespeito. "Os agentes do Ibama agem acima da lei, são os próprios juízes e sentenciam e executam, do jeito que querem. Mas, o que queremos aqui é uma resposta para as serrarias que estão fechadas e sem poder trabalhar: há um temor de desemprego em massa em Cujubim, que sobrevive do setor madeireiro", destacou.
Maurão retomou a fala e afirmou que, quem estiver errado, que seja punido, na forma da lei. "Mas, as serrarias que estão dentro da legalidade, precisam voltar a operar, para que possam honrar seus compromissos e manter os empregos de pessoas que sobrevivem da atividade. Repito: não defendemos o ilegal, mas quem está legal, não pode ser prejudicado", acrescentou.
O superintendente do Ibama se apressou em dizer que a operação não estava sob a condução de Rondônia, mas do Ibama em Brasília. "Temos um modo de operação e um modelo de gestão diferentes. Se houve excessos, os senhores podem reunir provas e buscar a devida reparação. Mas, não fomos nós quem organizamos essa operação, mas o Ibama em Brasília", garantiu.
O chefe da fiscalização disse ainda que a operação é feita de modo sigiloso, após serem reunidas informações de que estaria ocorrendo desmatamento ilegal na região de Cujubim. "É o nosso trabalho e fazemos isso em conjunto com a Polícia Federal, o IcmBio, o Ministério Público Federal, a Receita Federal e outros órgãos. Não posso responder sob a condução da operação, mas como disse o superintendente, quem se sentiu prejudicado, pode buscar os meios legais", completou.
Gouveia afirmou ainda que, após a autuação, a documentação de cada empresa está sendo averiguada e que, até esta terça-feira, duas madeireiras (sendo uma delas laminadora), já tinham sido liberadas para funcionamento.
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