Segunda-feira, 25 de março de 2019 - 19h11
Na manhã desta segunda-feira (25), o deputado Anderson Pereira
(Pros) promoveu audiência pública para debater e discutir políticas públicas
para as micro e pequenas empresas do Estado de Rondônia. Segundo o parlamentar,
a iniciativa teve como objetivo fomentar e fortalecer as ações do Legislativo
Estadual nesse setor, garantindo que “sejam instrumentos para geração de
emprego e renda e dinamizem as economias dos municípios do Estado de Rondônia a
fim de serem menos dependentes do poder público”, disse.
O deputado apontou que durante sua campanha, recebeu muitas
reclamações dos empresários e conheceu as dificuldades que eles encaram, com as
burocracias e ineficiência do setor público (municipal e estadual). “Vamos
criar a Frente Parlamentar Permanente das Micro e Pequenas Empresas e negócios
Rurais do Estado de Rondônia e através dela, buscaremos uma série de avanços
para atualizar as legislações que regulamentam esse segmento produtivo, bem
como influenciar o Poder Executivo nas decisões para desburocratização”,
explica.
De acordo com Anderson Pereira, cerca de 60% da massa
trabalhadora brasileira hoje está vinculada a esse segmento empresarial, que
responde por 98% das pessoas jurídicas constituídas, incluindo os Micros
Empreendedores Individuais (MEI), e contribui com 28% na formação do Produto
Interno Bruto (PIB) do país.
O presidente da Associação Comercial, Wanderlei Oriani,
parabenizou o deputado pela iniciativa e destacou que hoje, alguns empresários
estão tendo dificuldades com compras online. “Os pequenos empresários sofrem
com isso, pois esse procedimento requer tempo e muitos não têm este tempo.
Espero que o governo atual mude este cenário”, diz.
A vice-presidente da Administração e Finanças, Maria Regina,
aponta que os pequenos empresários precisam do apoio do poder público. “A maior
parte das empresas do nosso Estado, são micro e pequenas. As necessidades deles
são muitas, e precisamos de políticas que que atuem na desburocratização dos
processos”, indaga.
Segundo o coordenador da Micros e Pequenas empresas da
Superintendência de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura de Rondônia,
Clebio Mattos, a pasta é muito importante para o Estado de Rondônia. “O Estado
está muito preocupado com essa parte do nosso mercado. Os pequenos negócios
representam emprego e rende e requer um pensamentos e novas políticas e por
isso essa superintendência foi criada”, esclarece.
O presidente da Junta Comercial do Estado de Rondônia, Vladimir
Oliani apontou que nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro são necessários
quase 100 dias para legalizar uma empresa. “Aqui em Rondônia as empresas que
não causam impactos ambientais são abertas em até uma hora, isso mostra que o
governo de Rondônia não cria dificuldades, pelo contrário, facilita”,
afirmou.
Retenção de contas
públicas
O presidente da Fiero, Marcelo Thomé, destacou que em 2015, foi
deflagrado um processo de sensibilização do Governo e também do Tribunal de
Contas para retenção das compras públicas do Estado, em especial dos produtos
pelo nosso Estado, tanto pela indústria como pelo agronegócio.
“Esse é um processo lento e delicado, pois envolve a construção
de confiança dos entes envolvidos nesse processo, mas já temos a sensibilidade
de muitos e gostaria de convidar o deputado Anderson Pereira para assumir o
papel de promotor dessa iniciativa pela ALE-RO, haja vista que o tribunal de
Contas já está convencido na oportunidade que reside na retenção das compras
públicas. Para construirmos um regramento jurídico que embase e dê
segurança para o Estado na definição de política pública de retenção das
compras em âmbito estadual e consequentemente municipal também”, esclarece
Thomé.
Thomé falou também a respeito da defesa do setor privada em
realizar compras presenciais. “Não faz diferença ser presencial ou eletrônico,
pelo contrário, o método eletrônico, deixa mais barato para o competidor, pois
é menos papel para produzir e ele não precisa se deslocar, o que precisa ser
feito é um regramento, para que apenas empresas de Rondônia participem das
licitações de determinadas compras”, diz.
Ele destacou ainda o papel dos pequenos negócios, não só na
economia de Rondônia como na economia nacional. “Não é por menos que 25 % dos
empregos formais a nível nacional são gerados pelos pequenos negócios. Em
Rondônia, temos de 96% a 98% das empresas como pequenos negócios e esse dado é
muito expressivo e precisa de uma política específica para fortalecimento e
desenvolvimento dessas empresas”, afirma.
Mesmo com os dados positivos, o presidente da Fiero explicou que
o setor tem um desafio enorme. “Precisamos trabalhar a educação empreendedora
atrelada a formalização dessas pessoas, em especial o microempreendedor
individual, pois cerca de 60% dos MEIs está inadimplente e eles precisam ter
uma preparação para que ele tenha competência para atuar como empresário”,
expõe.
Lei Geral da Micro e
Pequena Empresa
Thomé afirmou que é necessário avançar com a agenda da Lei
Complementar nº 123/2006 - (Lei Geral da Micro e Pequena Empresa), institui o
Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, também
conhecido como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.
“A regulamentação dessa lei nos municípios é o principal
instrumento de fortalecimento das empresas locais, estamos com quase 28
municípios com a lei regulamentada. Precisamos expandir essa solução, afim de
que, tenhamos uma política de retenção de compras públicas, haja vista que o
Governo do Estado é o principal comprador”, esclarece.
Por fim, ele apontou que a política de incentivo tributária é
fundamentalmente uma política de desenvolvimento regional e precisa ser
enxergada como tal. “ É o principal mecanismo de compensação para um empresário
poder recuperar parte da sua competitividade frente a falta de infraestrutura
que o Brasil oferece, a um regime tributário esquizofrênico que muitas vezes,
dependendo do setor consome 6% da receita de uma empresa só para o cumprimento
ao pagamento de tributos, conviver com esse tipo de realidade é um absurdo.
Precisamos guardar o real foco na questão do incentivo tributário como
desenvolvimento regional”, ressalta.
Sebrae em defesa dos micro
e pequenos empresários
O superintendente Sebrae, Daniel Pereira, explicou que a ideia
de criar uma frente parlamentar em defesa das micro e pequena empresa está
diretamente ligada aos dados positivos que eles produzem. “Eles quem fazem a
geração de emprego e renda em quantidade suficiente e o percentual é fantástica
no nosso Estado. Se cuidamos bem deles, logo serão grandes empresas”,
diz.
Pereira diz que “Somos educados para ser servidores públicos e
não empreendedores, essa é a realidade do nosso país. Estamos trabalhando para
mudar esse cenário e temos um projeto no Sebrae que esperamos que em breve vire
políticas pública, que será de colocar o empreendedorismo nas escolas, para que
quando as crianças entrarem na escolar, elas já tenham uma mentalidade
empreendedora e com essa atitude quem sabe poderemos mudar o nosso padrão
mental”, aponta.
O superintende do Sebrae, aponta que apesar das dificuldades, o
setor já avançou muito. “Precisamos destacar as coisas boas também. Somos o
único Estado com Junta Comercial em todos os municípios e juntos com Alagoas e
Paraná, somos os três estados com mais agilidade na hora de abrir uma empresa
no país e o Sebrae foi o coordenador dessa ação, mas ainda precisamos avançar,
pois cada município possui sua burocracia própria”, ressalta.
Efetivação da Lei
Complementar nº 123/2006
Daniel comentou ainda do desafio de dar efetividade a Lei
Complementar nº 123/2006 - (Lei Geral da Micro e Pequena Empresa). “Dentro das
próprias interpretações do poder público existem divergências, se as licitações
precisam ser presenciais ou não, pois se for presencial, o empresário do Rio
Grande do Sul precisa vir até aqui para participar, mas se for eletrônica sem a
necessidade de presença em qualquer canto do planeta, ele pode participar aqui,
mas isso impacta de forma considerável”, diz.
Ele explica que o Sebrae fez um trabalho de qualificação em
praticamente todos os municípios para prestigiar o comércio local e todos
precisam entrar neste compromisso. “O Governo comprou 25% do que o Palácio do
Governo consome da economia local, mas é necessário que todos os outros órgãos
façam isto também. Por outro lado, você precisa convencer o empresário que ele
pode vender para o poder público, pois não é segredo para ninguém que muitos
não querem vender para prefeituras e outros”, explica.
Desenvolvimento dos
pequenos negócios
O diretor técnico do Sebrae, Samuel de Almeida, falou do papel
em prol dos empreendedores e abordou o desenvolvimento dos pequenos negócios em
Rondônia. “Quando falamos que precisamos promover a competitividade, precisamos
deixar claro o que é competitividade no desenvolvimento dos pequenos negócios,
pois ela não é tão simples do que construir uma base, uma casa. Existe uma
série de complexidade sistêmica de mercado, de política, de economia, de
iniciativas, de clima, que influenciam diretamente na competitividade nas
empresas de modo geral. Desta forma, precisamos atuar de forma integrada para
promover a competitividade, pois o parlamento não pode legislar de uma forma
que não esteja coerente ao foco da competitividade empresarial”, diz.
Samuel abordou ainda a respeito atuação do Sebrae com pessoas
jurídicas e físicas. “O Sebrae acredita que o empreendedorismo transforma uma
sociedade e por isto estamos trabalhando o empreendedorismo nas escolas, com as
crianças. A educação deve atuar como transformadora dessas crianças e
incentivá-los à quebra de paradigmas e ao desenvolvimento das habilidades e dos
comportamentos empreendedores”, explica.
O diretor técnico do Sebrae pontua que a educação empreendedora,
não basta ensinar conteúdos técnicos ou apresentar ao estudante os muitos
dilemas e desafios de nossa sociedade, estimulando-o a pensar caminhos de
mudança. “É necessário, efetivamente, capacitá-lo a construir esses caminhos
por meio de ações concretas e tecnicamente embasadas que tenham efetiva
capacidade transformadora e, sobretudo, o levem a aliar a teoria à prática. Não
adianta terceirizar o problema, a responsabilidade é nossa de promover o
crescimento econômico do nosso Estado”, diz.
Primeiro lugar no ranking
das Juntas Comerciais
O secretário Geral da Junta Comercial, Leilson Costa de Souza
apontou que Rondônia está em 1º lugar no ranking das Juntas Comerciais do
Brasil, permitindo que empresas de baixo risco sejam registradas e consigam
todas as licenças para funcionamento, e gerando mais empregos. “Hoje deviríamos
fazer a apresentação de uma plataforma online, O Empresa Fácil RO, mas devido
um problema na rede do Governo não será possível da forma que gostaríamos,
contudo iremos realizar uma breve apresentação”, explica.
Feita pelo coordenador do Residem RO, Éder Neves Falcão, a
apresentação explicou que a plataforma Empresa Fácil RO foi desenvolvida
através uma parceria entre a Junta Comercial de Rondônia, a secretaria de
Estado de Finanças, Associação Rondoniense de Municípios e Sebrae
e irá simplificar e automatizar os processos de abertura, alteração
e baixa de empresas visando à desburocratização do registro e da legalização e
que terá como benefícios: Automatização e melhoria dos processos; Emissão
online de Alvarás e Licenças; Emissão online de Taxas; Acompanhamento online
das solicitações de Alvarás e Licenças; Acesso aos dados de todas as empresas
constituídas no município e Integridade dos dados cadastrais das
empresas.
A gerente Estadual de Política Públicas do Sebrae, Cirlane
Guedes, parabenizou o deputado Anderson Pereira pela inciativa de promover uma
audiência voltada para os pequenos empresários e explicou detalhes da Lei
Complementar nº 123/2006 - (Lei Geral da Micro e Pequena Empresa). “Essa Lei
promove o desenvolvimento econômico regional de forma sustentável e traz
qualidade de vida para população e aumento na arrecadação”, explica.
Ambiente de negócios mais
justo e mais favorável
Cirlane Guedes indica que Rondônia possui 121.406 empresas
registradas na Junta Comercial e afirma que essa estatística é um excelente
motivo para discutir e torna o ambiente de negócios mais justo e mais
favorável. “Segundo dados do Caged, as MPEs foram responsáveis por 99,4 % dos
empregos em 2018 enquanto as médias e grandes apresentaram uma queda de 92% de
empregos em relação a 2017. Precisamos cuidar dos nossos pequenos empresários,
pois quando eles decolarem, os benefícios serão para todos, com geração de
emprego, renda e arrecadação”, ressalta.
De acordo com o coordenador da Receita Estadual, Antônio Carlos
existe uma evolução tecnológico que é inegável em todas as áreas e deve ser
através dessa revolução que os órgãos devem trabalhar a continuidade.
“Recebemos a missão de promover uma continuidade na administração tributária
que represente não apenas melhorias, mas que represente a criação de um
ambiente favorável para todos. Temos com valor na Receita Estadual a
importância dos pequenos empresários. Em relação ao ano de 2017, houve um
crescimento de 40% no número dos MEis, enquanto o simples nacional foi apenas
20%, por isso o poder público não pode se furtar de ajudar”, diz.
Ao final da audiência, Anderson Pereira apontou que o Projeto de
Resolução para a criação da Frente Parlamentar Permanente das Micro e Pequenas
Empresas e Negócios Rurais do Estado de Rondônia já está em tramitação e que os
membros irão se reunir pelo menos uma vez por mês com os dirigentes das
entidades patronais, a fim de serem debatidas matérias que tramitam na Assembleia
e também no Congresso Nacional de modo a imprimir uma ação mais próxima dos
parlamentares para que acelerem seu ritmo e possam ser transformadas em
lei.
“As ações da Assembleia nesse sentido sofrem influência pelas
ações do Congresso, com isso na qualidade de Deputado Estadual, vamos junto às
Câmaras Municipais para criar frentes de vereadores, já que muitas decisões
estão com a gestões municipais, como compras governamentais, estímulo ao
turismo, aquisição de produtos para merenda escolar entre outros”, finaliza
Anderson Pereira.
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