Quarta-feira, 31 de outubro de 2007 - 11h12
A intenção da ministra Marina Silva de proibir o plantio de cana-de-açúcar em toda a Região Amazônica e também no Pantanal reflete um péssimo hábito de muitos ocupantes de altos cargos em Brasília: tomar decisões gerais, de alcance nacional, sem dar o devido valor às peculiaridades locais. Assim manifestou-se o deputado estadual Luiz Cláudio (PTN) diante do noticiário a respeito do zoneamento agrícola para 2008 relativo à cana-de-açúcar e que, em tese, pode excluir Rondônia da lista de Estados onde a cultura poderá ser recomendada pelo Governo Federal.
Existem grandes investimentos em andamento em nosso Estado, como é o caso da usina de açúcar e álcool cujas obras estão a todo vapor em Santa Luzia, na Zona da Mata, e que não podem ser simplesmente ignoradas por força de uma canetada. Somente ali são 85 milhões de reais investidos e que não afetam um milímetro das áreas de florestas altas, assim como a iniciativa da Usimat no Cone Sul, ao iniciar um plantio de 5.mil hectares em Cerejeiras, observa o parlamentar, com a experiência de quem ocupou por quatro anos a pasta de Agricultura do Estado. Luiz Cláudio lembra que existem vários tipos de formação vegetal no território rondoniense e o plantio de cana não iria aumentar a pressão por desmate, por utilizar-se prioritariamente de áreas degradadas ou sub-utilizadas.
No momento em que o próprio presidente Lula empunha a bandeira da produção de biocombustíveis, um campo em que o Brasil detém o pioneirismo e a liderança em escala mundial, parece-me um contrasenso levantar barreiras absolutas contra a expansão da fronteira agrícola como um todo, afirmou Luiz Claudio, referindo-se a recente estudo da OCDE, entidade que reúne as principais economias da Europa e que demonstra ser o Brasil, o único país, hoje, habilitado a produzir biocombustíveis sem subsídio governamentais.
É preciso lembrar que em Rondônia existem mais de 4,3 milhões de hectares de preservação permanente, entre parques nacionais, florestas de manejo sustentável e Unidades de Cosnervação (UCs). Tanto sob a guarda do Estado e da União, em nenhuma delas a ação antrópica ilegal chega a 2% do total. Estamos fazendo o nosso papel, preservando o meio ambiente, apesar de dados alarmistas manipulados sobre o índice de desmatamento, mas não iremos permitir que nossa sustentabilidade econômica se perca por obra de ações assemelhadas a esta iminente proibição, finalizou o deputado.
Fonte: Decom
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