Cooperativa aumenta lucros e amplia área

A organização dos produtores de banana de União Bandeirantes, em forma de cooperativa, trouxe aos agricultores um aumento dos preços praticados pelos atravessadores na compra da produção de banana e uma padronização entre o volume e o valor pago pelo produto. Estima-se o crescimento das áreas cultivadas. Há cerca de 19 meses, período anterior à implantação do projeto Tempo de Empreender Rondônia, desenvolvido pelo Instituto Camargo Corrêa (ICC) em parceria com o Sebrae e a construtora Camargo Corrêa, havia uma área cultivada com cerca de 40 mil pés de banana que foi ampliada para 140 mil, com perspectivas de crescimento

Comercializar a produção é sempre um problema para o agricultor, que gosta de produzir, mas não se sente à vontade para negociar preços. O atravessador costuma aproveitar essa característica dos produtores, assim como a falta de transporte para escoar os produtos, e compra a produção pelo preço que lhe convém. De acordo com o cooperado Júlio Veríssimo de Melo, da Cooperativa Agrossustentável de União Bandeirantes (Unicoop), desde a implantação de Tempo de Empreender, que tem o objetivo de viabilizar, técnica e economicamente, a produção e comercialização de frutas em comunidades do entorno da Hidrelétrica de Jirau, os atravessadores passaram a pagar um preço mais justo pela banana. Antes ela era comprada no cacho, mas passou a ser comercializada em caixas, o que padroniza o preço pago pelo volume do produto.

“Nós observamos que nos últimos seis meses o preço da banana, pago pelo atravessador para os agricultores, subiu de R$ 15,00 e chegou a R$ 22,00, a caixa sem pesar. A Unicoop garante o preço de R$ 18,00 pela caixa de 20 kg. Entendemos que a estratégia do atravessador é desestimular o produtor a se cooperar e a vender sua produção por um preço mais baixo, no entanto, o lucro da cooperativa é dos cooperados, ao passo que o lucro do atravessador é dele. Além disso, a cooperativa tem contratos de compra regulares, o atravessador não dá nenhuma garantia”, explica o Diretor da Unicoop Geraldo Pereira Sete.

Desde o início de fevereiro de 2012 a Unicoop tem negociado contratos de venda permanente com empresas de Porto Velho, entre eles o Supermercado Araújo, o Restaurante do Povo, a Frutaria Três Irmãos e o PVH Frutas. Semanalmente a cooperativa vende uma média de 300 caixas de banana. O técnico da Emater, Dilmar Reis, estima que dos 100 mil pés de banana plantados 80 mil foram de banana de fritar e 20 mil de banana prata. Até outubro deste ano o viveiro da cooperativa produzirá aproximadamente 200 mil mudas certificadas de banana, 10 mil da variedade nanicão, 30 mil prata anã ou gorotuba e 10 mil maçã BRS tropical. Cada cooperado deverá receber cerca de 2500 mudas para plantar em sua propriedade. Essas serão cultivadas de acordo com as novas técnicas de plantio, repassadas nos dias de campo das ações do projeto.

Estratégia –Em outubro de 2011 os produtores das cooperativas atendidas por Tempo de Empreender participaram da elaboração de um plano estratégico do projeto que visa o delineamento dos caminhos a serem percorridos pelos cooperados para alcançar o desenvolvimento econômico inclusivo com a melhoria da qualidade de vida. A partir do plano elaborou-se, de maneira participativa, um manual de processos de trabalho da cooperativa para, por exemplo, organizar as tarefas e obrigações de cada cooperado na logística do escoamento da produção. Além disso, Tempo de Empreender realizou um estudo de mercado para assegurar as perspectivas de venda da produção.

Parceiros

Tempo de Empreender Rondônia é uma realização do Instituto Camargo Corrêa, Sebrae, construtora Camargo Corrêa em parceria com Emater, Prefeitura de Porto Velho, Organização e Planejamento em Biodiversidade,  Universidade Federal de Santa Catarina, Sescoop, Embrapa, Federação do Comércio, Federação da Agricultura, FCDL, Federação das Indústrias, Facer, Secretaria de Finanças de Rondônia, Sedam, Incra, Ibama, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Caixa Econômica Federal, Sedes, Semagric e Eletrobras Distribuição Rondônia, Seagri, SPU, Sema.

Fonte: Comunica / Gleice Mere