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CUT - Nota de indignação contra as declarações do Governador


 
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e seus Sindicatos filiados vêm a público manifestar indignação às declarações desrespeitosas proferidas pelo governador Ivo Cassol que, através de discursos em palanques e dos meios de comunicações, tem feito contra os Bombeiros, Policiais Militares de Rondônia e suas famílias.

Apresentamos abaixo alguns questionamentos e ao final conclamamos a sociedade rondoniense, conforme segue: 

Porque o efetivo dos Bombeiros Militares, fixado por Lei em 1.280 pessoas, atualmente é de menos de 500, representando menos de 40% do que seria necessário, submetendo esses profissionais a jornadas desumanas de 250 a 290 horas mensais?

Ao mesmo tempo, como o governo explica que nos últimos 12 meses foram criados mais de 5.000 cargos comissionados, com o apoio, dentre outros, dos deputados Wiber da Astir e Ezequiel Neiva, que são militares, inchando a folha de pagamento do Executivo?

Enquanto isso, a co-irmã Polícia Civil, que tem o direito Constitucional de se organizar em Sindicato e, se necessário, fazer greve, teve no governo Cassol, além dos poucos reajustes que todos os demais servidores receberam, um realinhamento geral com elevação salarial, através de um Plano de Cargos e Salários. Porque a PM e os Bombeiros não tiveram tratamento semelhante?

O governador diz na imprensa que não pode dar aumento porque comprometeria a capacidade de pagamento do Estado. A CUT desafia o governo a mostrar à sociedade a evolução e o valor da arrecadação do Estado, bem como o valor da folha de pagamento do Executivo, o que, na realidade, é uma obrigação Constitucional não respeitada pelo atual governo.

O governo omite e mente descaradamente, pois, atualmente, a folha de pagamento do Estado, que pode chegar a 49%, comprometeria apenas 35% da receita. O governador teria coragem de mostrar esses números?

Porque o governo não explica o fato da arrecadação bater recordes de aumentos mensais, enquanto só no atual governo as perdas salariais dos servidores, já considerando o ridículo “aumento” de 2% em fevereiro e 2% em maio, sendo que em 2007 o reajuste foi de 0%?

Porque há alguns anos a PM-RO era, segundo informações dos militares, o 3º melhor salário do país, entre as policias militares, e atualmente Rondônia paga o 18º pior salário da Nação?

Porque o governador autorizou o aumento do limite de desconto do empréstimo consignado dos Bombeiros para 70%, enquanto Lei Federal diz que só pode ser descontado no máximo 30%, situação que, aliada ao arrocho salarial, provocou um endividamento generalizado?

Não seria uma postura pouco honrosa chamar os policiais e bombeiros de “maricas”, porque não são eles a fazerem a “greve”, visto que a classe é Constitucionalmente proibida de exercer este direito?

Porque o governador faz questão de, freqüentemente, humilhar a corporação militar, a exemplo da nomeação de um major, amigo de Rolim de Moura, para o cargo de Secretário de Segurança, quebrando a hierarquia militar, colocando coronéis sob sua subordinação?

Outrossim, ressaltamos a postura ofensiva, debochada e desrespeitosa do governador, que, no dia 02/07, durante as comemorações alusivas ao Dia do Bombeiro, chamou de “cornas” as esposas que faziam uma manifestação pacífica entregando uma carta com uma flor, reivindicando apenas uma jornada mais digna aos maridos. Já no dia 11/07, fez a infeliz declaração sobre “maricas”. Tudo isso, demonstra o despreparo, a arrogância e o desejo de massacrar os servidores do Estado, aí incluídos os militares.

Diante do descaso do senhor governador com as corporações militares, a Central e seus Sindicatos filiados conclamam toda sociedade rondoniense a prestar solidariedade ao movimento das esposas dos Militares, e a cobrar do senhor Cassol uma postura mais condizente com o cargo que ocupa, que é o de Chefe do Poder Executivo e de Comandante em Chefe dos Militares; bem como para que inicie urgentemente uma negociação com fins a uma rápida solução para o impasse, que está prejudicando o povo de Rondônia.

Fonte: Central Única dos Trabalhadores CUT/RO


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