Quinta-feira, 16 de setembro de 2021 - 09h41
A exigência de quarentena de quatro anos para algumas categorias
profissionais concorrerem às eleições, medida aprovada pelo Plenário da Câmara
dos Deputados, na quarta-feira (15), por meio de emenda aglutinativa, foi
duramente criticada pelo deputado federal Léo Moraes.
Para ele, no Dia Internacional da Democracia, data criada pela ONU no
dia 15 de Setembro, para destacar a importância do regime, “a democracia
representativa sofreu um duro golpe. Hoje a democracia sofreu um atentado”.
Pelo novo texto que será enviado ao Senado, servidores de estado como
magistrados, militares da União, policiais civis e militares, membros do
Ministério Público e guardas municipais, terão de se afastar do cargo quatro
anos antes de disputar uma eleição.
Logo após a aprovação da emenda que introduziu a quarentena no novo
Código Eleitoral, pouco depois das 20h no horário de Rondônia, Léo Moraes
demonstrou toda sua indignação por meio de um vídeo divulgado em suas redes
sociais, no qual ele reiterou seu posicionamento contrário à proposta e diz
esperar que o Senado corrija a “injustiça”.
“Enquanto o bandido tem uma série de recursos, enquanto desfiguram a Lei
da Ficha Limpa, enquanto usam de vários recursos para se perpetuarem no poder,
o político que pode ser uma boa pessoa, que pode ser o policial civil, o
delegado, o policial militar, aquele que está lá na ponta da corda, ele não
pode sair candidato e representar a população”, reclamou o parlamentar
Se for mantido no Código Eleitoral, o dispositivo passa a valer para as
eleições de 2026. “O texto será submetido ao Senado da República. É importante
que vocês façam pressão para que não seja aprovada essa inversão de valores.
Não é admissível que um policial, por exemplo, que está trabalhando, sendo mal
remunerado, sem a certeza de voltar para casa, não possa ser candidato e
representar sua classe, defender a sociedade brasileira”, reforçou.
“A gente noticia esse fato com tristeza e com muito simbolismo,
justamente no Dia Internacional da Democracia. Acredito quer política não é
lugar para se promover vinganças e supostas vinganças, de forma alguma. Não é
para perseguir nem para execrar pessoas, muito pelo contrário. É para pensar em
toda a sociedade de forma muito ampla”, defendeu o deputado.
“Desde o início desse debate nos posicionamos contra, deixando claro o
que iria acontecer. Mais uma vez nossa democracia foi vilipendiada. Lamentamos
de forma muito triste e esperamos que o Senado, enquanto Poder revisor, possa
reparar essa grande injustiça. Fiquem atentos, participem e cobrem. Vejam como
cada um tem se comportado, isso é fundamental para fortalecer a democracia e
não permitir que nos tornemos uma republiqueta de bananas, republiqueta de
quinta categoria, porque não é isso que a população espera”, conclamou por meio
do vídeo que teve forte repercussão imediatamente.
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