Quinta-feira, 27 de novembro de 2008 - 14h04
O deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO) declarou nessa quinta-feira (26) que apóia a proposta de criação de um novo órgão para coordenar, exclusivamente, a regularização fundiária na Amazônia. Apresentada e defendida pelo ministro Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, a proposta já está sendo discutida internamente pelo governo federal. Ela retira do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a atribuição da regularização fundiária nos nove Estados que compõem a Amazônia Legal dentre os quais o Estado de Rondônia -, deixando ao órgão apenas a responsabilidade pelos assentamentos rurais já existentes.
Eu já defendi publicamente, inclusive da tribuna da Câmara, que o Incra precisa é ser extinto. Porque ele está repleto de pessoas que não têm mais compromisso com os objetivos para os quais foi criado, que é o de fazer a colonização e a reforma agrária. Hoje, o Incra não faz nem uma coisa, nem outra, disse Moreira Mendes.
Ainda de acordo com o deputado, ao invés de prestar serviços à comunidade, o Incra acaba atrapalhando as coisas. Em Rondônia, por exemplo, temos casos em que o Incra está querendo tomar o lote de pessoas que foram assentadas no passado, tiveram seus títulos expedidos pelo próprio Incra, pagaram várias prestações e não estão dando conta de pagar mais por falta de renda. O Incra vai fazer o quê: dar o lote para outro agricultor que também não vai poder pagar?, questiona o parlamentar.
Assistencialismo
Como tem afirmado desde o início do seu mandato, Moreira Mendes reiterou que, pelo menos no estado de Rondônia, o Incra só se presta a cadastrar pessoas ao Bolsa-Família ou para dar cesta básica, ampliando as ações assistencialistas do governo federal. Por outro lado, disse não ter dúvidas de que o novo órgão tutelado pelo ministro Mangabeira Unger vai resolver a questão fundiária na região Amazônia. Com absoluta precisão e conhecimento, ele (Mangabeira Unger) identificou os problemas de toda a Amazônia, sabe o que diz e tem propostas para resolver o problema, não vai fazer do órgão cabide de emprego para sindicalistas desempregados e para pessoas com ideologias esquerdistas que não levam a nada, e que não se preocupam com a produção, acrescentou.
Moreira ressaltou que tem muito respeito aos bravos funcionários do Incra, do passado, que têm uma história com Rondônia, mas acredita que a criação do novo órgão vai melhorar a questão fundiária na Amazônia.
Fonte: Claudivan Santiago
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