Terça-feira, 10 de março de 2020 - 09h38
O deputado estadual
Jair Montes (Avante), conduziu na tarde desta segunda-feira (09), audiência
pública para tratar sobre os valores de taxas, multas, parcelamentos e diárias
de pátios, sob a responsabilidade do Departamento Estadual de Trânsito do
Estado de Rondônia (Detran/RO). O deputado estadual Adailton Furia (PSD) também
participou das discussões.
Participaram da
audiência pública o diretor geral do Detran/RO, Neil Gonzaga; o procurador
geral do Detran/RO, Fernando Nunes Madeira; o diretor técnico de Engenharia e
Patrimônio do Detran/RO, Clairton Pereira, o presidente do Instituto de Ação
Empresarial, Francisco Holanda, o presidente do Sindicato dos Servidores do
Detran/RO, Adonias Rodrigues, o tesoureiro do Conselho Estadual de
Despachantes, Wagner Gomes.
Em sua fala de
abertura, Jair Montes disse que a população cobra explicações para os valores
das taxas e serviços do Detran/RO ser tão acima de outros órgãos dos demais
Estados. "A Emissão do CRLV custa R$ 240, e no Acre R$ 108. O Detran teria
a segunda maior arrecadação do Governo e queremos entender isso. Quando assumiu
o Estado, o governador Marcos Rocha (PSL) já encontrou esses valores. Mas, o
que tem sido feito para reduzir esses valores", destacou.
Debates
O diretor geral disse
que "não é fácil fazer as mudanças necessárias, encontramos resistências
de toda ordem. Todas as decisões, refletem em diversos atores. Vamos fazendo
uma coisa de cada vez, fazendo mudanças, inclusive na redução das taxas, ir
diminuindo aos poucos. Temos que fazer de forma equilibrada, ponderada e
responsável".
Neil Gonzaga anunciou
que "temos sim uma minuta de redução nos valores. Foram feitos estudos,
não podemos tomar uma decisão dessas de forma precipitada. Redução em R$ 13
milhões na arrecadação anual do Detran, com essa medida".
Adonias Rodrigues
iniciou sua fala dizendo que comparar as taxas cobradas pelo Detran/RO com as
de outros Estados, é preciso ter cautela. "O Acre tem apenas oito postos
de atendimento. Rondônia tem 52 postos. Ou seja, um custo grande de manutenção
desse serviço. Mas, queremos que as taxas sejam reduzidas, mas sempre levando
em conta o bom andamento dos serviços".
Wagner Gomes relatou
que muitos usuários reclamam dos valores das taxas e serviços do Detran/RO.
"Já discutimos com o diretor geral do Departamento e ele se mostrou
disposto a discutir essa questão. Esperamos que possamos seguir nessas
discussões e que haja essa redução", disse.
O empresário Francisco
Holanda afirmou que desde 2018 há uma discussão no sentido de se reduzir os
valores das taxas e serviços do Departamento de Trânsito. "Temos
empresários que emplacam veículos fora de Rondônia, pois as taxas são menores.
Sabemos que comparar as taxas com Estados menores, é preciso ter cautela. Mas,
creio ser possível reduzir sim e já levei essa necessidade ao governador Marcos
Rocha (PSL)”, disse.
Valdecir Taxista foi o
primeiro da plateia a se manifestar. Ele criticou a falta de parcelamento das
multas. O diretor geral respondeu, alegando que a lei federal proíbe o
parcelamento. "Mas, as multas podem ser parceladas no cartão de crédito e
está sendo feito o processo para o chamamento público. A lei não permite que se
parcele multas de trânsito, mas abre espaço para que empresa de cartão de
crédito possa fazer esse serviço", disse Gonzaga.
Joab Araújo questionou
o fato de a emissão do CRLV estar atrelada ao IPVA, além das cobranças de taxas
extras e de exames para a renovação ou mudança de categoria.
Adriano Henrique,
servidor efetivo do Detran/RO e membro do Sinsdet, reforçou o cuidado que se
deve ter ao comparar as taxas cobradas em Rondônia, com outros Detran's.
"Alguns Departamentos não expõem os valores reais, completos, das taxas,
omitindo custos de subserviços. Além de que a nossa estrutura não se pode
comparar ao Acre ou a Roraima, por exemplo. Na minha opinião, a vistoria
terceirizada encareceu o serviço. Não defendo o fechamento desses serviços, mas
que o Detran oferecesse também ao usuário, que escolheria a melhor opção",
ponderou.
Leonardo Ribeiro,
representando as autoescolas, criticou as altas taxas de vistorias e usou como
exemplo também o exame médico, que custa R$ 148,00 em Rondônia e R$ 48,00 no
Amazonas. "Deixem o coronel Gonzaga trabalhar, pois ele tem muito a
contribuir e a somar para o órgão. É preciso fazer muita coisa".
Ao retomar a palavra,
Jair Montes ressaltou que o Detran pertence ao povo de Rondônia, aos servidores
de carreira. "Defendo que o Detran/RO tenha preço justo, agilidade no
serviço e a garantia dos empregos dos servidores. Não queremos criar uma
situação deficitária para o órgão, mas não podemos deixar de defender o povo, o
usuário".
Ruimar Pereira, chefe
do setor de liberação de veículos do Detran/RO, defendeu o trabalho do órgão,
que segundo ele tem sido modelo de acomodação de veículos no pátio para outros
Estados, e disse que o parcelamento de multas e débitos deveria ser oferecido
aos usuários.
O deputado Furia
interferiu e disse que se Rondônia tem sido modelo no pátio, o caso de Cacoal
seria uma exceção, pois os veículos apreendidos ficam expostos ao sol e chuva,
mesmo tendo alugado um espaço, que deveria ser coberto. "Nem todo mundo
que não paga os impostos e taxas, é por não querer, mas por não ter condições
naquele momento e o veículo ficar jogado de qualquer jeito. Temos que pensar no
usuário, no pagador de impostos, também", completou Furia.
O deputado Furia
defendeu ainda, o parcelamento das multas. "Vamos imaginar a situação de
um trabalhador, que está com o imposto atrasado e com uma multa e tem o veículo
apreendido. Não pode parcelar, precisa pagar à vista. E esse carro vai à leilão
e o automóvel pode ser vendido a preço de banana. Não seria mais justo
oportunizar ao dono parcelar a multa e a taxa?", ponderou Furia.
O deputado Jair Montes
aproveitou para anunciar que irá fazer uma indicação para que os próximos
contratos de locação do Detran, sejam feitos prevendo pátios cobertos para
colocar os veículos apreendidos. Ele também pontuou que o Espaço Alternativo
ser disciplinado e regulamentado, inclusive pelo Detran, quando a obra estiver
100% concluída.
O procurador do Detran
disse que o Código de Trânsito proibiu parcelar multas. "Mas, já
encaminhamos um projeto para análise pela Sefin e Casa Civil, a possibilidade
de redução em taxas do Detran. Após essa análise, a matéria será encaminhada
para a Assembleia Legislativa. Aonde foi possível reduzir, foi apontada essa
possibilidade", anunciou.
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