Sábado, 22 de janeiro de 2011 - 19h13
Não existem mais muitas dúvidas de que o processo de votação para escolha do novo presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia será uma mera homologação na medida em que um grupo de majoritário de deputados acabou fechando em torno do deputado estadual Valter Araújo (PTB-Porto Velho), o mais votado do Estado nas eleições do dia 3 de outubro e também com a vantagem de ser da capital, que possui um terço da bancada, o que é visto como uma forma de equilibrar o poder que, nos últimos anos, tem sido exercido unicamente pelo interior do Estado. A alternativa que outro grupo de deputados articulava, com apoio do Palácio Presidente Vargas, para tentar emplacar o candidato governista Edson Martins (PMDB-Urupá) ou Jesualdo Pires (PSB-Ji-Paraná) acabou não tendo sucesso com a participação restrita a, no máximo, cinco deputados embora uma quantidade maior tenha sido mobilizada. O petebista vai conduzir o comando da Casa de Leis para o biênio 2011 a 2013 e agiu com rapidez e precisão para se eleger conseguindo congregar os interesses dos seus pares.
Idas e vindas não emplacam novos nomes
Não há duvida de que Valter Araújo partiu na frente de outros pretendentes. Como parlamentar que sempre foi independente tinha contra si apenas o fato de, por ser empresário, se alegar que cuidaria somente de seus interesses. Como a própria articulação que realizou para se eleger comprovou a acusação é falsa e serviu inclusive para dissipá-la o fato de que o ex-presidente da Câmara e agora deputado estadual, Hermínio Coelho, não se negou a apoiá-lo conhecedor que era do comportamento anterior do futuro presidente da Casa de Leis. Hermínio, por sua vez, também era candidato, mas, se colocava como uma opção que agregou em torno de si, no início, meia dúzia de deputados. Seria viável se o seu partido, o PT, fechasse com ele e tivesse o apoio de Confúcio Moura. Ocorre que, no Palácio Presidente Vargas, as coisas aconteciam lentamente e sem uma articulação visível. Seja o senador Valdir Raupp, seja o senador Acir e até mesmo o Chefe da Casa Civil, Ricardo Sá, até tentaram articular, porém, não se articula apenas via promessas futuras, palavras apenas. E ainda mais com tentativas de afastar os prováveis concorrentes que achavam que não se enquadravam no figurino. O próprio Hermínio Coelho foi taxado de radical, de pouco maleável, para justificar a falta de apoio. Valter Araújo e Neodi, com a palavra cassolista, foram deixados de lado. E quem se propunha como alternativa? Adelino Folador, Edson Martins e Jesualdo Pires. Os dois primeiros não agregavam muitos votos e o último teve uma passagem na Mesa Diretora que, definitivamente, o marcou como um parlamentar centralizador e pouco dado a considerar os interesses de seus pares. Em outras palavras, não apostavam num candidato viável. Como desejavam ganhar? A idéia, teoricamente boa, seria de que o governo tem uma forte base de apoio partidária e os partidos obrigariam seus deputados a votar no candidato do governo. OU seja, em termos práticos, os deputados deveriam abrir mão de seus interesses em prol do partido e do governo. Só esqueceram antes de combinar com eles. Por esta razão quem articulou consistentemente, ouviu seus pares e propôs uma Assembléia independente e que tivesse um dirigente da capital para equilibrar os poderes, ou seja, fez política, acabou por se impor quase que por unanimidade. Hoje, de discute se 20 ou 21 deputados dão apoio a Valter Araújo.
Razões para não dar certo a articulação governamental
É evidente que a falta de articulação política do Palácio Presidente Vargas contribuiu para o fortalecimento da candidatura do deputado Valter Araújo. Também que a vitória do parlamentar petebista no próximo dia 1º de fevereiro representa a primeira derrota efetiva do Palácio Presidente Vargas. Porém, a questão é de que, em nenhum momento, o governador Confúcio Moura fez o que fez durante toda sua eleição: política.
É ingenuidade pensar que se possa mobilizar e fazer política sem que se cuide de interesses. E, como todo político, os deputados tem os seus. Ninguém se elege sem articular e atender determinadas demandas mesmo que sejam clientelistas ou empresariais. E não pode se furtar de atendê-las. Mesmo o executivo sendo forte, sendo o centro do poder, não pode exercê-lo desconhecendo a necessidade que os políticos tem de atender suas demandas, de buscar formas de prestar serviços e até mesmo de arranjar cargos e empregos. A própria presidente Dilma Roussef, tida e havida como pouco política e essencialmente voltada para a gestão, teve o bom senso de na formação de seu governo, deixar a tarefa para operadores outros, inclusive o próprio ex-presidente Lula, que atenderam interesses diversos e, mesmo assim, tiveram crises e tempestades que ainda pairam sobre seu governo. E aqui o que aconteceu? O governador Confúcio, aparentemente, atendeu ao seu partido e alguns outros, mas, mesmo estes, como o PDT, se queixam das escolhas e da fritura de seus quadros. O próprio PMDB teve um dos seus mais reconhecidos quadros fritado sob a alegação que se provou mera retórica de problemas quando outros muito mais problemáticos foram guindados a postos importantes.
Em outras palavras, a composição do governo foi feita por Confúcio ouvindo um ou outro para atendê-los dentro de suas conveniências. A realidade disto está em que, no seu discurso de posse, só houve lugar para uma comunicação direta com a população expondo o que seria a “Nova Rondônia” e os deputados foram solenemente ignorados. Não foi à-toa que o deputado do PC do B, David Chiquilito, quando indagado sobre o apoio a um candidato do governo para a Mesa Diretora, sabiamente, adiou a conversa para o futuro. Apesar de jovem sabia que da forma como estavam conduzindo iam dar com os burros n’água e, ele mesmo, dono de um vasto cabedal eleitoral não estava disposto a embarcar numa barca furada. O fato de que foi eleito pela vontade popular não dá a Confúcio uma carta branca para eleger o presidente da Assembleia e todos os que quiseram fazê-lo antes tiveram que usar seu poder de decisão e sua capacidade de negociação para conseguir emplacar alguém. Confúcio- dizem nos corredores- queria "abençoar" um candidato governista. E foi eleito governador não papa.
Situação consolidada
Embora o processo de votação para escolha do novo presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia seja aberto, pois, a abolição do voto secreto aconteceu na gestão do atual presidente do Poder Legislativo, Neodi Carlos Francisco de Oliveira (PSDC), em fevereiro de 2007, isto não deve afetar muito o resultado final. Os deputados já conversaram entre si o que tinham de conversar e as posições, pelos interesses acomodados, tem muito pouca probabilidade de mudar. Tanto isto é verdade que muitos já estão de férias marcadas e só voltarão em cima da hora para votar no próximo dia 1º de fevereiro.
Assim embora o processo de votação somente venha a ocorrer nesta data já se sabe, de antemão, embora não se divulgue oficialmente qual será a Mesa Diretora da Assembléia e que o deputado Valter Araújo irá presidí-la. Este tem, com ar de monge, dito que sua eleição não é uma derrota de Confúcio, mas, sim “uma vitória do poder legislativo”. Segundo ele “Faz parte da própria noção de democracia a não interveniência de um poder no outro”. Até elogia o governador Confúcio Moura por não ter intervindo na questão “um comportamento novo e diferente em relação ao passado, bem como, apesar de praticamente, eleito que”. “Seja quem for dirigir a Casa deve fazê-lo em conjunto e nossa obrigação é aprovar o que considerarmos de interesse público e manter com os outros poderes um relacionamento harmônico e construtivo”. Ou seja, sub-repticiamente, já fala como presidente da Casa.
Fonte: jornal Alto Madeira
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