Sábado, 17 de setembro de 2016 - 08h47
Nessa sexta-feira, 16/9, a greve nacional dos bancários completou 11
dias com mais de 12.600 agências e centros administrativos fechados em
todo o país, e com mais de 87% de adesão em Rondônia e, após mais uma
frustrada mesa de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e
a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a tendência é que a
paralisação cresça ainda mais.
E todo este cenário que traz transtornos à população em geral é culpa
pura e simplesmente dos banqueiros, que insistem em desrespeitar e
desvalorizar os trabalhadores com a provocativa oferta de 7% de
reajuste nos salários, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação,
creche (2,39% abaixo da inflação) e abono de R$ 3.300,00 (pago em
parcela única e que não incide nas férias, 13º salário, FGTS, vales,
auxílios e previdência) durante a oitava rodada de negociação ocorrida
ontem, quinta-feira (15), em São Paulo.
Isso sem mencionar que os representantes patronais viram completamente
as costas para demais reivindicações dos bancários, como saúde,
condições de trabalho, segurança, igualdade de oportunidades e
garantia de emprego
"Essa postura de intransigência dos banqueiros, de não querer oferecer
índices decentes e atender a pontos importantes da nossa pauta de
reivindicações, nos obrigam a continuar e ampliar a greve, pois é a
nossa única forma de lutar pelo que queremos. Fazemos greve porque é a
nossa única alternativa e, obviamente, a culpa da greve é exatamente
dos bancos, que só pensam em lucrar a todo o custo e estão desprezando
completamente os seus funcionários, os verdadeiros responsáveis por
estes lucros sucessivos. E dito isso, só podemos pedir que a população
em geral, afetada pela greve, compreenda a nossa luta e nos apóie
contra essa política brutal do sistema financeiro de massacrar
milhares de pais e mães de família que trabalham nos bancos, por isso
mesmo uma de nossas bandeiras de luta é a contratação de mais
bancários para minimizar a pressão sobre os atuais funcionários e,
claro, melhorar o atendimento ao cliente e usuário", destacou Euryale
Brasil, secretário geral do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do
Ramo Financeiro de Rondônia.
AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS
* Reajuste salarial de 14,78%, o que significa 5% de aumento real
acima da inflação.
* PLR de três salários mais R$ 8.317,90 fixos para todos.
* Piso salarial de R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do
Dieese em valores de junho último).
* Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no
valor de R$ 880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
* Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do
assédio moral que adoecem os bancários.
* Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e
combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15
no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que
coíbe dispensas imotivadas.
* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
* Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
* Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois
vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, como
determina a legislação. Instalação de portas giratórias com detector
de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos
caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das
chaves por funcionários.
* Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na
ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas,
transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
FONTE: RONDINELI GONZALEZ - SEEB/RO
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