Quarta-feira, 20 de junho de 2018 - 13h55
O Grupamento de Operações Aéreas (GOA) do Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia inaugurará na sexta-feira, dia 22, a 2ª Base Aérea de Combate a Incêndios Florestais da Amazônia Legal (Bacif), a 250 metros da margem direita da Estrada do Porto, próximo aos hospitais do Amor e Santa Marcelina, em Porto Velho.
Cercada por floresta nativa, a base aérea tem 720 metros quadrados iluminados internamente por 24 lâmpadas fluorescentes, sala administrativa, sala de lanche, cozinha, banheiro e almoxarifado com peças de mecânica, parte elétrica, pintura e outros utensílios. Além da pista principal, também foi construída a pista de taxiamento, com 800 metros. Por enquanto, as operações serão diurnas.
Somam R$ 18 milhões os investimentos do governo estadual na manutenção das aeronaves e construção do prédio. A manutenção do helicóptero doado pelo Ministério Público do Trabalho ficou em R$ 1,5 milhão.
A equipe conta com 17 pessoas: sete pilotos, sete tripulantes operacionais, dois mecânicos, uma enfermeira e uma médica. A frota atualmente constituída por dois aviões e um helicóptero está estacionada no espaço construído ao lado de outro hangar, pertencente a empresários de Porto Velho.
A partir do pouso na pista de 1.400 metros de comprimento, o avião Grand Caravan EX G1000, de médio porte, é a quarta aeronave da frota. Este avião foi adquirido pelo Governo de Rondônia da Cessna Aircraft Company, em Wichitta (Texas, EUA), uma das maiores fabricantes de aeronaves executivas do mundo. Os recursos para aquisição desta aeronave são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com contrapartida governamental.
A equipe com cinco pilotos recebeu treinamento no Flight Safety International, em Wichitta. Um deles voltou à base militar texana para trazer a aeronave a Porto Velho.
A propaganda da Cessna diz que o Grand Caravan EX “foi projetado para missões desafiadoras, altas cargas úteis, pistas curtas e irregulares, ao mesmo tempo em que oferece economia e simplicidade com um único motor”.
Segundo o major Iranildo Dias, da comunicação social dos bombeiros de Rondônia, o GOA utilizará também as novas instalações e a pista para treinamentos semanais de sua tripulação. Ele adiantou que a ideia é que em casos de incêndios florestais de grande proporção em estados vizinhos, equipes com a mesma especialização e aeronaves com o mesmo objetivo se apoiem para o combate.
ÓRGÃOS HUMANOS E MEDICAMENTOS
No histórico do GOA consta que as duas aeronaves da frota foram confiscadas do narcotráfico pela Justiça Federal em São Paulo; a terceira foi entregue ao GOA pelo juiz da Vara de Delitos de Tóxicos, Glodner Pauletto, em Porto Velho.
Em 2014, a cheia do rio Madeira, maior afluente da margem direita do rio Amazonas, impôs ao grupamento um grande desafio. Assim, as aeronaves chegaram a fazer, em média, entre três a quatro voos diários, para socorrer os atingidos.
O governo estadual praticamente o direcionou à saúde, possibilitando socorro em tempo hábil às mulheres com gravidez de risco, pacientes oncológicos – alguns em estado terminal –, ou carentes de outras especialidades médicas.
Barretos (SP), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Fortaleza (CE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e São Luís (MA) estão entre as cidades para onde foram levados ou trazidos pacientes de Rondônia.
O GOA faz também o transporte de medicamentos e de órgãos captados no interior de Rondônia. Cacoal e Ji-Paraná são os municípios onde mais ocorrem doações de córneas, coração, fígado e rins para cirurgias feitas no Hospital de Base Ary Pinheiro (HB), na capital rondoniense.
O Cessna Caravan é uma aeronave monomotor turboélice de asa alta, de construção convencional metálica, usada com muita frequência em mais de 60 países para transporte executivo de passageiros, transporte de cargas aéreas para empresas de táxi aéreo e outras pessoas jurídicas, para uso militar no transporte para regiões de difícil acesso. Faz também transporte de passageiros. Na região de Porto Velho, a Rima Táxi Aéreo tem dois. Chega a transportar até 12 pessoas e 1,2 tonelada de carga.
O Cessna 210 transportou Cláudia Alves Matias, grávida de gêmeos, do aeroporto de Cacoal [a 500 quilômetros de Porto Velho] para o aeroporto de Porto Velho, onde a ambulância do GOA a aguardava para levá-la à mesa de cirurgia do HB. No dia 12 de abril de 2016, sua tripulação participou do parto do bebê Alice, a 7,5 mil pés de altitude. Aos sete meses de gravidez, a mãe, uma jovem estudante de 18 anos, não teve condições de concebê-la em Guajará-Mirim [a 362 quilômetros, na fronteira brasileira com a Bolívia].
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