Terça-feira, 6 de março de 2018 - 22h01
Em seu pronunciamento na sessão ordinária desta terça-feira (6), o deputado Hermínio Coelho (PDT), direcionou seu discurso aos trabalhadores da Educação, em greve desde o último dia 21 de fevereiro, que lotaram a galeria do Plenário da Assembleia Legislativa.
O parlamentar disse considerar importante a afirmação do vice-presidente da Casa de Leis quanto ao apoio dos deputados às causas dos trabalhadores, em especial, os da educação. Por outro lado, Hermínio ressaltou que a Assembleia não pode fazer muita coisa pelos servidores.
“Nós deputados não temos o poder de resolver as questões dos trabalhadores da educação. Só quem pode aumentar salário, dar gratificação, melhorar qualquer tipo de benéfico para os trabalhadores é o governo do Estado, a iniciativa só pode ser dele”, argumentou Hermínio Coelho.
O parlamentar, no entanto, disse que os deputados podem cobrar e pressionar o Executivo para que sejam cumpridas as obrigações que cabem ao Poder Público Estadual.
“Com essa história de plano, o governador Confúcio Moura (MDB) enganou a classe em 2010 para ser eleito e enganou em 2014 para ser reeleito. Eu conheço o governador político de todo tipo, inclusive os muito ruins, mas eu considero o Confúcio Moura, um dos piores que já conheci”, declarou o deputado.
Hermínio disse que todas as denúncias que tem feito contra o governo, desde quando Confúcio Moura (MDB) assumiu, em janeiro de 2011, ele as fez na tribuna da Assembleia Legislativa.
“Mas desde o início, no meu primeiro mandato, também em 2011, o governador tem apoio da maioria dos deputados dessa Casa, eu sempre fui oposição. Mesmo assim, eu nunca chantageei esse governo, nunca atrapalhei a administração do Confúcio, inclusive fui presidente da Assembleia por três anos e dois meses. E isso, o próprio governador já confirmou em entrevistas”, informou o deputado.
Hermínio Coelho ressaltou que nem teria como impedir qualquer projeto do Poder Executivo, lembrando, mais uma vez, que Confúcio Moura tem a maioria dos parlamentares a seu favor. O deputado destacou que se coloca contra a maioria das matérias que chega a Assembleia, “principalmente as que geram prejuízos à população”, porém, não atua se utilizando de chantagens.
O parlamentar citou que já foi autor de vários pedidos para abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), “inclusive a da tal ponte lá de Ji-Paraná”, frisou Hermínio. O deputado disse precisar de oito assinaturas, porém disse ter apenas três.
“E dessas três, dois deputados já pediram para retirar as assinaturas. No final, deverá ficar somente a minha. O máximo que já consegui foram sete assinaturas, para a CPI do Espaço Alternativo, mas quando eu estava prestes a implantar a comissão, dois deputados retiraram a assinatura”, lembrou Hermínio.
O deputado, disse que há pouco tempo o governo de Confúcio Moura era considerado o melhor, porque segundo ele, “era blindado pela mídia”. Com base nesses argumentos, o parlamentar se defendeu ao dizer que envolver seu nome com chantagens, “não cola”.
“Pessoas tem raiva de mim, que, aliás, não sei por qual motivo, pois nunca fiz mal a nenhum cidadão de bem nesse Estado. Eu nunca xinguei uma pessoa de bem, sempre defendi os trabalhadores e a população, nesse Plenário e em qualquer lugar que eu estive”, desabafou o deputado.
Hermínio Coelho se referiu ao áudio que viralizou em aplicativos das redes sociais na noite de segunda-feira (5) onde seu nome é envolvido em um suposto esquema de chantagem contra o governador Confúcio Moura. O áudio também envolve o presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho (MDB) e o deputado Jesuíno Boabaid (PMN).
O parlamentar disse que os colegas deputados cometeram um erro, que apesar de ter consideração por ambos, se referiu as gravações como “conversa de duas lavadeiras falando bobagens”.
“A gente sabe que dali, de realidade, não tem nada. Maurão jamais teria coragem de fazer qualquer mal a esse governo. Até porque não tem como, esse governo já é mau ao extremo”, argumentou Hermínio Coelho.
O deputado voltou a falar da CPI da Ponte de Ji-Paraná e disse que não pedirá mais assinatura de nenhum deputado, para que sua intenção, não seja relacionada a uma suposta tentativa de chantagem.
O parlamentar afirmou que a denúncia já foi feita na Polícia Federal, no Ministério Público Federal e Estadual, no Tribunal de Contas da União e do Estado e na Polícia Civil de Rondônia. Segundo Hermínio, a Justiça já estaria tomando providências.
“Inclusive sobre os R$ 30 milhões que estavam tirando dos cofres do Estado em um processo que eu nunca vi igual”, disse Hermínio. Segundo o deputado, o Tribunal de Justiça já bloqueou os bens de todos os envolvidos no suposto caso de superfaturamento da ponte de Ji-Paraná.
Hermínio disse ter certeza que, em relação à trama dos R$ 30 milhões, onde, segundo o deputado, o chefe seria o ex-diretor do DER, Ezequiel Neiva, quatro dias antes de um acordo ser assinado em uma Câmara Arbitral em Ji-Paraná, Ezequiel Neiva e procuradores do DER eram contra o pagamento.
“Eles diziam que a obra havia sido licitada em 2009, inaugurada em 2010 e paga, inclusive com dois aditivos que somam mais de R$ 5 milhões. Foi quitada, inaugurada e paga, na época, pelo governo Cassol/Cahula”, disse Hermínio Coelho.
O deputado disse acreditar que Ezequiel Neiva mudou de ideia por conta de pressão “de gente que está acima dele”, frisou Hermínio, citando o nome de Emerson Castro, chefe da Casa Civil e o governador Confúcio Moura.
“Eu não acredito que o Ezequiel Neiva vá devolver os R$ 18,5 milhões que já meteram a mão. E não vai pegar alguns anos de cadeia sozinho, ele vai entregar quem foi que obrigou, forçou e pressionou ele a fazer esse absurdo”, declarou Hermínio.
O parlamentar ressaltou que diariamente os cálculos das reivindicações dos trabalhadores chegam até a Mesa Municipal de Negociação Permanente (Memp), porém, que a mesa de negociação não resolve nada.
“Eles nunca têm dinheiro pra nada, mas pra desviar R$ 30 milhões da forma que foi, fazem na maior cara dura. E se não fosse eu ter descoberto, ninguém nesse Estado saberia. E sem contar que há dias aumentaram o salário dos auditores fiscais do Estado, de delegado, de procuradores, de secretários e tudo sem passar por essa Memp”, argumentou o deputado.
O deputado disse ser inaceitável a Assembleia dizer que é favor do trabalhador se nada é feito em respeito às categorias que lutam por seus direitos. Hermínio chamou de covardia a atitude do governador Confúcio Moura que, segundo ele, desfez algumas ações do vice-governador, Daniel Pereira (PSB).
“O Daniel mudou a cúpula da Segurança Pública, com o aval do Confúcio, mudou a diretoria do DER, tirando um acusado de ladrão da chefia do órgão, com o aval do governador, para no outro dia o Confúcio desfazer tudo, porque não seria mais candidato a senador e permaneceria no cargo de governador. Isso é coisa de moleque, de homem que não tem palavra”, disse o deputado.
Hermínio questionou se teriam sido apenas as supostas chantagens de Maurão e Jesuíno que teriam convencido o governador a mudar de ideia. Para o parlamentar, Confúcio não teria voltado atrás por conta de nenhum áudio, “mas porque ele sabe que na hora que ele largar a caneta o trem vai pegar”, disse Hermínio.
O deputado concluiu afirmando esperar que o governador tenha “o mínimo de dignidade e renuncie o governo agora”.
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