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Gente de Opinião

Política

JAKCSON ABÍLIO: O REQUENTADO


O R E Q U E N T A D O
PRODUÇÃO INDEPENDENTE/JAS/RO (41ªEDIÇÃO)                   RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DO EDITOR
PORTO VELHO (RONDÔNIA), 04 DE MARÇO DE 2008
 
“ESPECIALISTA É QUEM SABE CADA VEZ MAIS SOBRE CADA VEZ MENOS”, de Millôr Fernandes. Em “Veja”, 30/01/2008. / *Millôr Fernandes (84 anos) é humorista, dramaturgo, filósofo e jornalista carioca.
*Dramaturgo = autor de novelas, de peças de teatro etc.

SINTO VERGONHA DE MIM
Cleide Canton
Sinto vergonha de mim por ter sido educadora de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por defender a honestidade, por zelar pela decência e por ver nossas autoridades – de onde, deveriam vir os exemplos - seguirem pelos atalhos da corrupção e do nepotismo (este genérico daquela). Sinto vergonha de mim por ter que entregar os meus filhos - simples e detestavelmente - à derrota das virtudes pelos vícios, à ausência da sensatez no julgamento da verdade, à negligência com a família (célula-mãe da sociedade), à demasiada preocupação com o “eu sucesso” (a qualquer custo), buscando “tal êxito” em caminhos contaminados de desrespeito para com o próximo.
Sinto vergonha da minha incapacidade de reagir, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir. Amo este meu Chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na depravada manifestação de “nacionalidade”.
Ao lado da vergonha que sinto de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro! Aqui, valho-me de Rui Barbosa:“De tanto ver triunfarem as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Em www.professorsabbag.com.br, 25/01/2008.
*Cleide Maria Canton (61anos) é paulista de Assis. Poetisa, escritora, Cleide é bacharela em História, de cuja disciplina é professora na USP, São Paulo/SP. A admirável mulher foi ativista de esquerda durante a Ditadura Militar (1964/1985). *Rui Barbosa de Oliveira (1849/1923) era baiano de Salvador. Rui foi advogado (Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, São Paulo/SP) e político (sem sucesso, candidatou-se, duas vezes, à Presidência da República).
*Homem (sentido amplo)= ser humano - seja esse ser humano masculino, seja esse ser humano feminino; * ativista de esquerda = quem luta (ou deveria lutar), dentre outras coisas, para que a Pátria seja de todos. Não, apenas de alguns poucos.

JAKCSON ABÍLIO: O REQUENTADO - Gente de OpiniãoSALTO ALTO & PÉ-DE-CHINELO
Renato Sóldon
“O Deus Eterno, Segundo
Proclama a Bíblia Sagrada,
Tirou   o Mundo   do Nada
E eu Nada Tirei do Mundo”.
“Creio na vida após a morte, assim como não creio na vida após o casamento”. “O homem que só tem dinheiro é muito pobre”. “Foro privilegiado não é foro. É desaforo”. Desse modo, cantou, em prosa e verso, as coisas do seu tempo, José Quintino Cunha.
Comarca de Quixeramobim/CE, 25 de maio de 1938:
“-Vossa Excelência, de chinelos, na audiência, senhor advogado!... Isto é uma desmoralização para a Justiça”. Assim o juiz se dirigiu a Quintino Cunha. Este, na hora e no local, calçava um antigo par de sandálias de couro e, “para variar”, trajava um terno e uma gravata velhos e desbotados.
“- Pois é, nobre magistrado, enquanto eu desmoralizo a Justiça com os pés, o meritíssimo a desmoraliza com a cabeça”, não deixou barato o espirituoso Quintino.
Em “Verve Cearense” (edição esgotada).
“José Quintino Cunha (1875/1943) era cearense de Itapajé. Dele, dizia-se, no Nordeste, à época, que “era bom em Direito Civil e melhor em Direito Penal”. Espantoso por registrar: Quintino Cunha se tornou advogado famoso ainda na mera condição de rábula. Só depois, muito depois (1921), em Fortaleza, ele se bacharelou em Ciências Jurídicas na 1ª turma da Faculdade de Direito do Ceará. Orador de altos vôos e poeta de rara sensibilidade, Quintino foi grande por conta dos próprios méritos. Não precisou de cargo para projetá-lo. Bastou-lhe o talento. “O talento, a glória que não passa”. Culto, dialético, jornalista, abnegado e boêmio, ele foi simples na sabedoria e sábio na simplicidade. Marcou uma época que não lhe pertence mais. No entanto, uma época que honrou o compromisso de perpetuar o nome do imenso causídico.
*Verve = grande capacidade de criação; *rábula = pessoa que advoga sem ser formada em Direito (até algum tempo atrás, admitia-se, no Brasil, a atuação do rábula); *meritíssimo = juiz; *dialético = quem argumenta bem; *causídico= advogado.

CONSIGO & COM VOCÊ
Luiz Antônio Sacconi
Quero falar consigo (errado). Quero falar com você ou contigo (correto).
Explica-se: consigo quer dizer com ele mesmo ou com ela mesma. Ex: A modelo morreu e levou, consigo, a beleza dela.
Em “1000 Erros de Português” (Nossa Editora; São Paulo, SP). Fone: 0XX11.3127-1401.
 
 
ÓCIO CRIATIVO
Villas-Bôas Corrêa
No início dos anos 50, Sílvio Caldas - “O Caboclinho Querido” - realizava uma excursão pela Europa. Em Paris,ocantor cinco estrelas se permitiu visitar o seu velho amigo e o seu irmão musical, Vinícius de Moraes (naquele tempo, o último era embaixador do Brasil na França). Na Capital Francesa, eram aproximadamente 11 horas da “madrugada”.
- “Doutor Vinícius está ?” , perguntou Caldas à chefe-de-gabinete da Embaixada.
- “Não”, respondeu a funcionária.
- “Quer dizer que, pela manhã, ele não trabalha?”, insistiu o visitante.
- “Não é bem assim, meu senhor. Pela manhã, Dr. Vinícius de Moraes não vem. Ele não trabalha mesmo é à tarde”, concluiu a servidora.
Em “Conversa com a Memória” (Editora Objetiva; Rio de Janeiro/RJ). Fone: 0XX21.2556-7824.
*Marcus Vinícius Cruz de Moraes (1913-1980) era carioca. Vinícius de Moraes foi diplomata de carreira, escritor, poeta, compositor (que “cantava”) e boêmio. “Sílvio Antônio Narciso de Figueiredo Caldas (1908/1998) era, também, carioca. Sílvio Caldas foi o seresteiro maior do Brasil.

GRITO DE ALERTA
Dráuzio Varella
 
“Atualmente, investem-se cinco vezes mais em silicone para mulher e em viagra para homem do que em remédios para a cura do mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhinhas de seios firmes e velhinhos de pênis duros; mas eles não se lembrarão para que servem”. É! Pensando bem...
Em “Veja”, 07/11/2007.
Dráuzio Varella (65 anos) é paulistano. Formou-se em Medicina pela USP (São Paulo/SP), em cuja Universidade, leciona. Cientista, escritor e poeta, Dr. Dráuzio é autor de “Estação Carandiru”, um “best-seller” que virou filme. Na cabeça de Dráuzio Varella, faltam cabelos e sobram neurônios. “A natureza não dá salto”.
*Mal de Alzheimer= estado de demência; *paulistano= quem nasce em São Paulo (Capital); *“best-seller”= livro que é sucesso de vendas.
JAKCSON ABÍLIO: O REQUENTADO - Gente de Opinião
E O FIM É O RECOMEÇO
Vespasiano Ramos
“Está   tudo   acabado!      Só existe
A recordação infinita, entre nós dois,
Daquela bela data em que surgiste
Rindo! Talvez, para chorar depois ...
 
Sucederam-se os dias! Tu partiste ...
O sol do teu afeto, no meu ser, se pôs!
Hoje, revejo este cenário triste
Que o pincel da saudade recompôs.
Agora, que buscaste outros caminhos,
Vivo sempre a lembrar os teus carinhos.
E tu, certamente, pensando em mim!
 
Eis, do drama da vida, a melhor peça:
O verdadeiro amor só recomeça,
Quando se imagina que ele chega ao fim!”.
 
Em “COISA ALGUMA” (edição esgotada).

Joaquim Vespasiano Ramos nasceu - 13/08/1884 - em Caxias/MA. Em 26/12/1916, Vespasiano Ramos faleceu, de tuberculose, em Porto Velho/Rondônia. Aqui, o poeta está sepultado no Cemitério dos Inocentes. Na Terra, Vespasiano durou pouco (32 anos). Pouco, vírgula! Na Terra, Vespasiano durou demais. Lugar de astro é no Céu...
“NÃO POSSO VENCER A MORTE,
MAS IREI DE MÁ VONTADE”
Lucas de Barros
José Lucas de Barros, 74 anos, é natural de Condado/PB. Ele está radicado em Natal/RN. Advogado (aposentado) do Banco do Brasil, homem de letras, Lucas de Barros é um poeta de dote vário. Escreveu “Caminhada”. No livro, o autor passa pela glosa, pelo soneto e por poemas diversos.
Ler os versos do ilustrado paraibano é tornar-se cúmplice das fortes emoções belas que a sua lira transmite. Enfim, na poesiade Barros, só existem ouros. Eis uma amostra:
 
“Mesmo que eu pareça forte,
Como um leão indomado,
Serei, um dia, enterrado,
Não posso vencer a morte.
Do Rio Grande do Norte,
Levarei muita saudade.
Promessas de eternidade
Me fazem crer noutra luz.
Eu sei que é para ver Jesus,
Mas irei de má vontade”.
 
Em “Caminhada” (Editora Potiguara, 1998, Natal/RN). Fones: 0XX84. 3221-4741 ou 0XX84. 3238-2501.
*Homem de letras = intelectual; *glosa = versos que giram em torno de um mote (uma espécie de tema); *soneto, grosso modo, é um poema assim: 4 linhas + 4 linhas + 3 linhas + 3 linhas = 14 linhas; * ilustrado = instruído, culto; *lira= poesia.

ATENÇÃO: Nenhuma notícia é originária deste “boletim”. Ele só a reedita. Donde, o nome dele: “O Requentado”. O esclarecimento de palavras não comuns se deve à popularidade (“on-line”) que este jornaleco - surpreendente e imerecidamente - conseguiu. Que perdoem os letrados. Fones: 0XX69.3216-3775; 0XX69.3222-4739; 0XX69.9981-4173. “E-mail”:jackson@mp.ro.gov.br

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