Sábado, 19 de agosto de 2006 - 22h05
1. A igreja não indica candidatos e partidos. Devemos promover grupos de "Fé e Política", ou outra forma de organização que nos ajude a assumir um papel ativo na conscientização e formação política;
2. Nossa igreja deve conscientizar cidadãos e cidadãs da sua responsabilidade de votar bem, tendo presente que seu voto tem valor, escolhendo com cuidado os candidatos a serem votados nos diversos níveis;
3. Podemos promover debates e reflexões sobre programas e candidatos, a fim de propiciar uma melhor avaliação dos mesmos; organizar também seminários e encontros para aprofundamento de temas sócio-políticos mais específicos da região, aglutinando com eficácia um número maior de pessoas; deve-se excluir reuniões partidárias em ambientes da Igreja;
4. É necessário estimular para que a escolha do candidato se faça a partir do seu programa, do seu respeito ao pluralismo cultural e religioso, do seu comportamento ético e de suas qualidades, tais quais, a honestidade, competência, liderança, transparência, vontade de servir ao bem comum, comprovada pela atuação anterior, do seu compromisso com a justiça e com a causa dos marginalizados;
5. Devemos apoiar os Comitês contra a corrupção eleitoral e para a aplicação da Lei nº 9.840, que proíbe a compra de votos e o uso da maquina administrativa; Esta lei é uma grande ajuda para sairmos do tradicional círculo vicioso da corrupção. Os Comitês locais devem estimular as comunidades a trabalhar de forma organizada e sempre avaliada. As 388 cassações (no Executivo e no Legislativo) já realizadas, a partir da Lei da moralidade eleitoral, mostram sua eficiência. Entrar em contato com a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese, para maiores informações.
6. Precisamos incentivar de modo especial a participação das mulheres na política e contribuir para que elas preencham o número de vagas que lhes são reservadas por lei;
7. Devemos valorizar os candidatos católicos eleitos, acompanhandos-os no exercício de seu mandato e procurando que eles se preocupem com o meio ambiente (desmatamento, uso da água, agronegócio, etc..) e com as populações tradicionais (ribeirinhos, agricultores familiares com produção diversificada, povos indígenas, quilombolas, etc..).
8. Exercer a vigilância com relação aos partidos que continuam indicando como seus candidatos pessoas comprovadamente inescrupulosas. Os eleitores devem ser orientados a não apoiar tais candidatos, e até recusar qualquer candidato de um partido que acoberte tais pessoas;
9. Atenção ao candidato: busca o poder em vista do bem comum ou por interesses particulares? Qual era a situação econômica de tal parlamentar antes de ser eleito e como está agora? Muitos prometem favores em troca de votos; abrem "Fundações de saúde" só para o tempo que precede as eleições. Votar em tais candidatos é tornar-se escravo deles.
10. A corrupção política existe porque é alimentada pela impunidade. Reflita sobre o caso de Rondônia, onde 23 dos 24 deputados estaduais foram acusados de desvio do dinheiro público: eles mesmos se julgaram, se absolveram e, para nossa humilhação, muitos deles estão se candidatando para mais uma eleição!
11. Recomenda-se cuidado quanto aos partidos que incluem em suas listas líderes católicos, com a única função de somar votos para a sigla. Candidatos que se aproximam das lideranças de forma oportunista em função do ano eleitoral devem ser evitados. Os votos dados a tais candidatos contribuem para a eleição de políticos nem sempre merecedores de apoio.
12. Evite-se qualquer tipo de indicação de candidatos na Igreja: nas reuniões ou encontros, nas dependências das comunidades eclesiais com cartazes e/ou faixas, nas festas das comunidades. A comunidade eclesial não deve se transformar em plataforma política. Deve ainda evitar toda e qualquer ajuda que seja oferecida para fins eleitorais;
13. Lideranças que estejam diariamente comprometidas com candidatos deverão se afastar do seu ministério no período pré-eleitoral, para não comprometer a sua missão na Igreja.
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