Sábado, 9 de dezembro de 2006 - 19h21
O líder sindical Orlando Francisco de Souza, do Sindicato dos Urbanitários, disse que a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau é uma questão de soberania nacional. Segundo ele, o Estado brasileiro não está presente na Amazônia Ocidental e que chegou a hora desta situação ser corrigida.
Para Orlando, a discussão do assunto, ocorrida durante as quatro audiências públicas realizadas pelo Ibama em Porto Velho e nos distritos de Abunã, Mutum-Paraná e Jaci-Paraná, demonstram o momento que o país está vivendo hoje. "O modelo do setor elétrico, até um tempo atrás, era estritamente técnico. Os engenheiros projetavam, construíam e as vezes esqueciam que tinham seres humanos em volta destes empreendimentos. Hoje, por pressão da sociedade, o setor elétrico brasileiro tem espaço para fazer o debate, previsto em regulamentação do Conama e na Constituição Federal, que é obrigatório fazer discussão para qualquer empreendimento de grande impacto".
O sindicalista disse que as audiências públicas servem para que cada um exponha a sua opinião, sua expectativa e sua necessidade. "Fiquei feliz, por mais que eu discorde de um ou de outro ou que discordarem de mim, nós estamos no espaço democrático para o debate. Foi à custa de muitas vidas de companheiros que nos antecederam, foi que conquistamos este espaço. Centenas de companheiros, sem tetos, sem terras, sem moradia, sem nada, morreram ao longo dos anos para abrirmos este espaço".
Quanto à soberania do Brasil sobre a Amazônia, Orlando Souza disse que é brasileiro, "não importa onde nasci. Penso que o Brasil deve discutir a sua soberania de uma forma sensata. O Brasil não está na Amazônia Ocidental. Nós sabemos que só existe indústria na Zona Franca de Manaus, que a qualquer momento, a qualquer modificação do capital internacional, colocam tudo em containeres e vão embora. Há estudos apontando que daqui a 25 anos a metade da população do mundo não terá água, nem água de garrafinha, que a gente paga um absurdo para tomar. Essa água que temos aqui e que milhares de pessoas, no mundo, estão de olho nela. É nesse sentido que defendo o Projeto Madeira, que é um projeto de Nação".
Recordando-se das audiências promovidas pelo Ibama, Orlando disse que gostaria de ter visto nos eventos, além dos empreendedores e do Ibama, "outros representantes do Governo Federal. Havia lá representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, da Casa Civil e do Ministério das Minas e Energia, mas eles não se manifestaram. As pessoas, além do prefeito Roberto Sobrinho e do governador Ivo Cassol, disseram que falta infra-estrutura, que falta saneamento básico, água tratada, mas os empreendedores não podem fazer políticas públicas. Não é função deles, então é obrigação do Estado estar presente para responder a estas perguntas".
"Passou da hora do Ministério da Defesa estar aqui, passou da hora do Ministério da Integração Regional estar aqui, passou da hora de vários outros representantes governamentais estarem aqui, como o Ministério da Saúde e tantos outros. É esse é o respeito à vida que me faz pensar assim. E, repito, é por isso que defendo a construção das hidrelétricas do Rio Madeira, que serão o resgate desta ausência do meu Brasil na Amazônia", concluiu.
Foto: J. Gomes
Fonte: Instituto de Desenvolvimento da Amazônia - INDAM
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