Segunda-feira, 3 de maio de 2021 - 13h10
Os deputados estaduais Anderson Pereira (PROS) e Lazinho da Fetagro
(PT), apresentaram e tiveram aprovado, requerimento solicitando a realização de
Audiência Pública Virtual para discutir com deputados e representados de
estado, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, do Poder Executivo
Federal, que altera dispositivos sobre servidores e empregados públicos e
modifica a organização da administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
A audiência acontecerá de forma virtual,
devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19 e está marcada para a
próxima quinta-feira (6), às 15 horas, na Assembleia Legislativa de Rondônia.
Chamada pelo governo de PEC da Nova
Administração Pública, a proposta altera 27 trechos da Constituição e introduz
87 novos, sendo quatro artigos inteiros. As principais medidas tratam da
contratação, da remuneração e do desligamento de pessoal, válidas somente para
quem ingressar no setor público após a aprovação das mudanças.
O texto envolve trechos da Constituição que
tratam da administração pública em geral (artigos 37 e 37-A); dos servidores
públicos (artigos 39, 39-A, 41, 40-A e 41-A); dos militares dos estados, do DF
e dos territórios (artigos 42 e 48); das atribuições do presidente da República
(artigo 84); dos ministérios (artigo 88); das Forças Armadas (artigo 142); do
Orçamento da União (artigo 165); da Previdência Social (artigo 201); e de
outras disposições gerais (artigo 247).
Em uma segunda parte, a PEC traz regras
transitórias e prevê a eventual atuação dos entes federativos na
regulamentação, já que alguns dispositivos – como exigência da criação de novos
regimes jurídicos específicos para servidores –, se aprovados, dependerão de
regulamentação posterior à promulgação das mudanças pelo Congresso Nacional.
Novas regras
Em uma das inovações, a estabilidade no
serviço público ficará restrita a carreiras típicas de Estado. Uma lei
complementar futura vai definir quais se enquadram nessa categoria, e os entes
federativos poderão regulamentar o tema posteriormente. Os profissionais das
demais carreiras serão contratados por tempo indeterminado ou determinado.
As formas de ingresso no serviço público
serão os concursos e as seleções simplificadas, estas para vagas por tempo
determinado. Só será efetivado no cargo quem, depois de aprovado no concurso,
alcançar resultados em avaliações de desempenho e de aptidão durante período de
experiência obrigatório como fase final do certame.
A PEC veda uma série de benefícios e
vantagens que, extintos para os atuais ocupantes de cargos na esfera federal,
estão vigentes em alguns entes federativos. Ainda na parte sobre remunerações,
o texto prevê que lei complementar futura definirá os critérios básicos para definição
dos salários, prevendo normas subsidiárias nos entes federativos.
Outros pontos
A PEC da Nova Administração Pública traz
dispositivos autoaplicáveis relacionados à governança. Uma das mudanças amplia
atribuições do presidente da República para alterações na administração e nos
órgãos do Poder Executivo por meio de decreto – atualmente é necessário projeto
de lei aprovado pelo Congresso Nacional.
Outros dois tópicos com vigência imediata
relacionam-se aos contratos de gestão, a fim de estimular regras para
desempenho e resultados, e à cooperação entre as diferentes esferas de governo,
incentivando um maior compartilhamento de recursos estruturais e de pessoal.
Além disso, entre outros pontos, a PEC trata
ainda da acumulação de cargos públicos por militares; da aposentadoria
compulsória aos 75 anos para empregados de consórcios públicos, empresas
públicas e sociedades de economia mista; e proíbe que medidas do governo venham
a favorecer estatais em detrimento da livre concorrência no mercado.
“Temos que ter muito cuidado em aprovar
matérias que possam prejudicar os servidores públicos, uma vez que já passam
por injustiça sem reconhecimento e com defasagem salarial por anos e anos,
devemos nos atentar a esta PEC e discutir seus possíveis efeitos em Rondônia,
não concordo com nada que venha prejudicar qualquer classe de trabalhadores
públicos do estado, precisamos pontuar as necessidades e fazer justiça com
nossos servidores”, finalizou o deputado estadual Anderson Pereira.
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