Quarta-feira, 23 de dezembro de 2020 - 18h42
O nosso entrevistado da
semana é o jovem servidor do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, Brunno
Oliveira, que foi candidato a Presidente do Sinjur em 2020, ficando em segundo
lugar com 496 votos.
1 - Brunno, tudo bem? É um prazer conversar contigo de
novo, você que é um jovem promissor na política, que atua sempre com foco na
defesa dos servidores públicos mesmo sem ter mandato e eu já começo a nossa
entrevista te parabenizando pelos 496 votos. Não deve ter sido fácil, tendo em
vista que os candidatos à reeleição usam a máquina em benefício próprio né
verdade?
Tudo ótimo Carlos Caldeira, obrigado
pelo convite, o prazer é todo meu. Bom, são duas situações que eu poderia falar
sobre esse tópico inicial. A primeira é que nós ganhamos a eleição e vamos
provar isso, só não posso entrar em detalhes agora. E a segunda é que a Chapa 2
está de parabéns, pelo brilhante desempenho demonstrado e eu valorizo muito
isso, a humildade e a determinação. Realmente não é fácil e só quem está na
pele sabe. Mas todas as dificuldades a gente supera.
2 – O uso indevido da máquina não pode ser gerar a nulidade
da eleição?
Sim, inclusive, essa prática já está se tornando uma rotina no Sinjur. Usam a máquina o tempo todo, para satisfazer as suas ambições políticas e pessoais. O compromisso com os valores éticos, a verdade e a transparência é inexistente. É uma demagogia que cansa, olha só eles reclamam que o Tribunal é carrasco, mas eles fazem pior. O papel do sindicato deixou de ser a luta pelo bem comum e passou a ser a luta pelo bem individual dos diretores, que se acham intocáveis e super protegidos.
3 - Como vai ficar a questão da contratação sem concurso no
Tribunal de Justiça, até onde eu sei tem uma Lei que foi aprovada, é isso
mesmo?
Sim, foi aprovado o PLO n. 890/2020 que se transformou na Lei n. 4.910/20, após a sanção do governador. Eu me lembro de uma colega que disse assim ‘‘esse projeto já chegou na ALE aprovado’’, tentando é claro diminuir a responsabilidade dos responsáveis. Eu não quis entrar muito no mérito, porque o tempo vai dizer. Mas desculpas como essa, não colam e a mentira não se sustenta por muito tempo, logo as pessoas vão cair em si e perceber que houve inércia. Essa Lei vai prejudicar a categoria porque a tendência é a exceção (contrato temporário) se tornar uma regra, inclusive, para cargos de carreira permanente (técnico e analista) e se der certo não será só por 4 anos, como consta na Lei. Essa falta de articulação política vai nos custar muito caro.
"O resultado do salto alto está aí, 0% de aumento no salário, indo para o 4 ano seguido".
4 – Brunno, como está a produtividade com o home office?
O aumento na produtividade é comprovado pelos números oficiais da própria instituição, inclusive vou te passar o link - ''Justiça em Números: TJ/RO é destaque pela alta produtividade de seus magistrados em 2020'', divulgado pelo site (https://www.tjro.jus.br/noticias/item/13080).
No entanto, nenhuma contrapartida foi repassada a categoria, ainda. É importante deixar claro Caldeira, que trabalhar em ‘‘casa’’, não é benefício. E sim uma peculiaridade inerente da atividade ou você já viu o home office na rua? Eu vejo algumas pessoas usando esse argumento, que trabalhar em casa é o benefício, que estamos no lucro.
O que deve ser dito, é que existe muita cobrança, metas a serem cumpridas, ligações fora do horário de expediente, uso pessoal dos nossos equipamentos, aumento na carga de trabalho e o debate para ponderar ou mediar essa situação é zero. Estamos mal representados.
5 – A categoria de vocês está unida?
Não. Hoje a categoria está dividida em grupos e a pacificação desses grupos passa pela saída da atual Diretoria, que fomenta o tempo todo a divisão. O que eu faria? Eu trabalharia a união. Independente de ter votado em mim ou não, eu respeitaria a opinião de todos, jamais usaria a máquina para denegrir os sindicalizados (ainda que estejam errados), aceitaria as cobranças com naturalidade e jamais ameaçaria servidor nenhum com processo. Quem criou a divisão da categoria em patamares elevados, foi essa atual gestão, isso é indiscutível. Perderam mais tempo perseguindo internamente os colegas, do que trabalhando pelos interesses da classe. O resultado do salto alto está aí 0% de aumento no salário, indo para o 4 ano seguido.
A categoria desunida não tem força pra brigar contra o sistema. E a diretoria sozinha consegue no máximo espernear nas redes sociais e nada mais.
6 – A divisão da categoria beneficia quem?
Olha como é o falso moralismo, aqueles que mais falam da falta de união da categoria é quem mais se beneficia dela, porque divide os votos. Em compensação nunca vão conquistar nada coletivamente. O maior beneficiado é o patrão que submete os seus interesses facilmente e a categoria fica perdida igual cego no tiroteio. Se a prioridade fosse a união você não acha que em 3 anos dava pra conseguir isso?
7 - Se a solução é unir por quê o sindicato não promove essa união?
Porque não existe uma relação de confiança e sem confiança não se constrói uma base. O próprio general que deveria dar o sangue por nós é o primeiro a pedir a nossa cabeça. Então, é uma ditadura disfarçada que se volta contra o próprio filiado, que é descartado na medida que ele não serve mais.
8 – A forma como a atual diretoria do Sinjur conduz o Sindicato é suicídio?
Sim, com certeza. É um palanque eleitoral eterno. E quando precisam da gente, pra fazer um protesto, uma paralisação e tal (ninguém vai). Na prática é como se fosse o ‘‘clube da luluzinha’’, que governa para um grupo muito pequeno de servidores, o que demonstra claramente ser impossível eles terem tido a quantidade de 956 votos.
9 – A eleição realizada nesse ano de 2020 foi fraudada?
Não teve transparência, legalidade, bom senso, tratamento igualitário, boa fé e nem imparcialidade. Pela 1ª vez a eleição foi virtual e apenas uma chapa teve acesso direto a empresa contratada e as informações privilegiadas, advinha quem? Nós não somos ingênuos, sabemos de todos os atos praticados e temos fé que a justiça será feita. Se não for a da terra, será a de Deus.
10 - Qual o Presidente do Sinjur que você mais admira?
Mauro e Carlinhos. São pessoas que nunca perderam a simplicidade e quando estiveram no poder não fizeram mal para ninguém. Eles aprenderam rápido, que o cargo é passageiro mas as amizades são pra sempre.
11 - Qual a sua mensagem final para os servidores do judiciário e para o ano de 2021 de sucesso?
É de otimismo, fé e preocupação. De otimismo pela nossa história de superação, luta e resistência. De fé, para superar as injustiças e as forças do mal que atuam contra os trabalhadores, as pautas visam sempre a retirada de direitos. E de preocupação porque estamos sendo guiados por cegos. Creio também que na questão da covid-19, a doença será finalmente controlada. E por fim, te agradecer Caldeira pela oportunidade, aos membros da Chapa 2 pelo empenho, todos os nossos companheiros de luta, os internautas e que 2021 seja de muitas vitórias, saúde, paz e bênçãos para todos nós. Feliz Natal e Ano Novo, forte abraço!
Comitiva da Fecomércio-RO visita a sede da CNC e fortalece integração com o Sistema Comércio
No dia 15 de outubro, uma comitiva da Fecomércio-RO visitou a sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de
Em Assembleia Geral do Singeperon, categoria decide suspender horas extras e adota novas medidas
Em uma Assembleia Geral Extraordinária realizada na última sexta-feira (19), realizada pelo Sindicato dos Policiais Penais e Agentes de Segurança So
Ato do Sinjur a favor do PCCS reúne ex-presidentes e servidores de todas as comarcas do TJ-RO
Na tarde de hoje, um ato significativo a favor do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) do Judiciário reuniu diversos servidores em frente ao
Bradesco encerra mais caixas eletrônicos e dificulta a vida da população
A agência do Bradesco da avenida Sete de Setembro, no centro de Porto Velho, atualmente possui 14 terminais de autoatendimento, mas apenas quatro de