Quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022 - 19h31
Uma decisão judicial prolatada nesta
quarta-feira, 23, determinou o afastamento do professor de Educação Física da
Universidade Federal de Rondônia- UNIR, Leonardo Severo da presidência da ADUNIR- Seção Sindical do Sindicato
Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior- ANDES-SN, em
Rondônia, e mandou apreender as chaves da instituição, bem como a entrega de
todos os bens e equipamentos que estavam em seu poder.
Severo, vinha se recusando a entregar o cargo
juntamente com sua diretoria após realizar uma assembleia fraudulenta que
alterou o estatuto da entidade e criou um novo sindicato onde pretendia se
perpetuar na presidência. O professor não acatou nenhuma manifestação feita
pelos professores que recorreram à Justiça e, mesmo com ordem judicial, ele se
recusava a cumprir.
Um oficial de Justiça, acompanhado de aparato
policial, surpreendeu Severo em sua residência, em Porto Velho, com ordem de,
entregar as chaves da entidade e, caso se recusasse, seria conduzido à prisão.
Sem opção, acabou cedendo.
Em
dezembro de 2018 Leonardo Severo, então presidente da ADUNIR-S.Sind/ANDES-SN,
reuniu um pequeno grupo de docentes em um
restaurante da capital – Porto Velho, para um jantar de confraternização
de final de ano. Na ocasião, simulando uma assembleia, decidiu por fim à ADUNIR
entidade criada em 1985 e transformada em Seção Sindical ANDES-SN em 1992 após
a Associação Nacional dos Docentes, receber a carta Sindical do Ministério do
Trabalho, e dessa forma receber a prorrogativa de representar os docentes em
nível nacional. No restaurante, entre bebidas e tira-gostos foi criado o
denominado Sindicato dos Docentes de Universidades Públicas de Rondônia
(SIND-ADUNIR), com apenas 49 assinaturas na ata. Na mesma ocasião foi aprovado
o Estatuto e o regimento geral dessa entidade. Outro ato praticado de forma ilegal
se deu em abril de 2019, em reunião também realizada sem quórum, para
alterações nos referidos Estatuto e Regimento. A partir de então, ocorreu o
desligamento do ANDES-SN, ficando os docentes da UNIR sem representação
nacional e de lá pra cá muitos docentes foram se desfiliando.
Conforme
a Lei da Unicidade Sindical somente um sindicato tem o prorrogativa de
representar a sua categoria em sua base territorial. No caso da categoria dos
professores do ensino superior no Brasil à representação legítima é o ANDES-SN
e a ADUNIR, assim como em todas a Universidade brasileiras, os docentes se
reúnem em suas Seções Sindicais, filiadas diretamente ao Sindicato Nacional que
é ANDES-SN.
Esse SIND-ADUNIR, sem o reconhecimento legal e
da maioria dos docentes da UNIR, através de sua diretoria, fez apenas o
registro do Estatuto e do Regimento em cartório local, não possuindo registro
no Ministério do Trabalho, sem poder político e de legalidade, passou utilizar
o CNPJ da ADUNIR-S.Sind/ANDES-SN, visto que sem essas condições não poderia
recolher o desconto das contribuições sindicais dos professores que mantiveram
associados, bem como fazer outras transações. Durante esses três anos, em que
Leonardo Severo esteve na direção do Sindicato, houve denúncias de desvio dos
recursos do sindicato por membros da própria diretoria dele. Mesmo provocado
pela base da categoria, nunca realizou prestação de contas, nem convocou
assembleias da categoria para discutir os problemas relacionados a UNIR e/ou a
situação da precarização do ensino superior no Brasil.
Indignados
com o descaso da direção encabeçada por Leonardo e seus poucos aliados, em
setembro de 2020 os associados da ADUNIR realizaram uma assembleia por
autoconvocação com 1/5 de seus membros e elegeu uma diretoria executiva
provisória para a ADUNIR, composta pelos professores; Marilsa Miranda de Souza
(presidente) Adilson Siqueira de Andrade (Vice-Presidente); Valdir Aparecido de
Souza (2º Vice-Presidente);Ricardo Gilson da Costa Silva (Sec. Geral);. Marco
Antônio Domingues Teixeira (1º Sec. Geral); Agripino José Freire da Fonseca (1º
Tesoureiro) e Lilian Maria Moser (2º Tesoureiro), conselho fiscal (titular):
Antônio Carlos Maciel; Aparecida Magali Gabriel Teixeira e Gabriel Cestari
Vilardi (suplentes): Sérgio Willian Domingues Teixeira, e Gilda Santos Munieri.
Visando o reconhecimento e registro da ata da ata que elegeu a diretoria
provisória e o conselho fiscal foi necessário recorrer ao judiciário.
Sentindo-se
pressionado, no final do ano de 2021, Leonardo Severo buscou realizar as
eleições para a diretoria de sindicato criado no restaurante, mantendo-se no
cargo de Presidente, já que havia vencido o mandato de sua diretoria. Essa
eleição foi viciada e contendo inúmeros erros o que levou associados indignados
a recorrem ao poder judiciário. Por sua vez a justiça ao acatar a solicitação, determinou
a suspensão do pleito, o que não foi cumprido pela comissão eleitoral, cujo
presidente era o funcionário do sindicato Guilherme de Castro Castelo Branco
Oliveiro Júnior.
Em 16 de
dezembro de 2021 o Tribunal de Justiça de Rondônia determinou o registro de Ata
de Assembleia no cartório Assis Barros – Registro e Proteção Legal de
Documentos, e consequentemente a anulação do registro realizado pela diretoria
do sindicato inexistente, reconhecendo assim a diretoria eleita e a
ADUNIR-S.Sind/ANDES-SN com representação legal dos docentes, e determinou a
saída do ex-presidente Leonardo Severo dos acentos do sindicato.
Leonardo
Severo em desacato com a decisão judicial recusou a entregar as chaves da porta
do escritório da ADUNIR. O judiciário ao tomar conhecimento através de um
pedido de tutela antecipada proposta pela Presidente da diretoria provisória a
Professora Marilsa Miranda de Souza e o Vice-Presidente Professor Adilson Siqueira
de Andrade para que Leonardo Severo, fosse compelido “a entrega das chaves da
entidade, documentos/informação/senhas por eles presidida interinamente, sob
pena de mandado de busca e ordem de arrombamento, e/ou multa diária a ser
estabelecida por este Juízo”.
Assim,
nesse dia 23 de fevereiro de 2022, o Oficial de Justiça fez cumprir a decisão
judicial. O professor Leonardo não queria entregar a chaves do sindicato, mas,
ameaçado de prisão, acabou cedendo.
A atual
diretoria provisória ao chegar à sede do sindicato contatou que não havia
nenhum computador e em contato com o funcionário Guilherme de Castro Castelo
Branco Oliveiro Júnior, o mesmo afirmou que o sindicato não tem computador e o
notebook que estava sob sua responsabilidade, foi furtado de sua residência na
semana passada. O fato é que há indícios de muitas irregularidades nas contas
do sindicato. A nova diretoria já está adotando providências no sentido
contratar contadores para realizar uma auditoria minuciosa nas contas, para que
se possa regularizar a sua situação financeira do Sindicato.
A ADUNIR sendo reestabelecida em sua
normalidade seguirá cumprindo seu grandioso papel na defesa dos direitos dos
docentes da UNIR e da universidade pública, gratuita e socialmente
referenciada.
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