Quarta-feira, 3 de outubro de 2007 - 17h12
Adesões dão força a movimento "Gasoduto Já!"
iniciado por estudantes secundaristas do Estado.
BRASÍLIA, 3 de outubro - Parlamentares de Rondônia, sensibilizados por recentes mobilizações populares realizadas no Estado, aderiram ao movimento "Gasoduto Já!" organizado por estudantes em favor da chegada do gás natural produzido na Bacia Petrolífera de Urucu (AM) na região. O objetivo da mobilização é pressionar o governo federal a liberar a construção do Gasoduto Urucu-Porto Velho, obra considerada de vital importância para o crescimento econômico do estado.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado estadual Neodi Carlos, afirmou ao jornal Folha de Rondônia que é preciso unir forças para que o gasoduto saia do papel. "Vamos realizar uma audiência pública para tratar do tema e com certeza conseguiremos participação de nossas lideranças políticas e empresariais. Vamos lutar pelo gasoduto", disse, ao garantir que a Casa apóia a criação do comitê pró-gasoduto.
O deputado estadual Jesualdo Pires (PSB), que também defende o empreendimento, afirma que o objetivo de sua atuação é buscar unir forças para levar a obra até seu estado. "É uma obra importante e necessária para o Estado. A iniciativa dos estudantes ajudou a alertar toda sociedade civil e políticos. Isso já ajuda muito", afirmou.
Parlamentares federais como o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp e o deputado Moreira Mendes (PPS) vêm acompanhando o projeto e sabem que o duto é um empreendimento que atende as demandas de energia do Estado. "É uma obra prática, rápida e que precisa ser instalada rapidamente", disse Mendes.
Raupp acredita que falta mais atenção do governo em relação a essa demanda, além de faltarem decisões mais concretas em seu favor.. "O governo sabe que a obra é importante para o Estado, mas por algum motivo está impedindo o início da obra", explicou ao confirmar que as licenças exigidas já estão liberadas, falta apenas uma decisão do governo.
O senador Expedito Júnior (PR-RO), segue a mesma linha de pensamento dos demais e acredita que falta vontade política para que a obra seja finalmente colocada em prática. "São inúmeras as vantagens de construir uma obra como essa. Geração de empregos, energia mais barata e limpa, menos poluição e impactos ambientais. Falta apenas uma decisão do governo para que a obra aconteça", disse.
RACIONAMENTO - Especialistas do setor energético afirmam que, caso o governo não tome as devidas providências em relação ao problema da falta de infra-estrutura energética, aumentará o risco de haver um racionamento nos próximos anos. O engenheiro civil e consultor, Humberto Viana, em recentes declarações à imprensa, afirmou que é preciso mais investimentos no setor, além de se priorizar a busca pela exploração de energias limpas e baratas. "O gás natural é um bom exemplo dessa energia, além de menos poluente, o custo é menor que o óleo diesel", explicou.
O diretor-presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Paulo Mayon, apontou a necessidade de o Governo Federal alocar mais recursos para infra-estrutura e acredita ainda que a construção de usinas e gasodutos seja uma saída para o problema energético. "Há empreendimentos importantes em estudo, mas muitos deles não saem do papel há tempos. É preciso mais atenção com o setor", disse.
Em recente declaração à imprensa, o ex-ministro de Minas e Energia do governo Fernando Henrique Cardoso, José Jorge de Vasconcelos, afirmou que, na sua avaliação, a energia que será produzida nas usinas previstas para o Rio Madeira, pouco será utilizada na Região Norte por falta de demanda. "O consumo lá (na Região Norte) é muito pequeno com relação à capacidade que elas (as usinas) vão proporcionar. Na realidade, ela será conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que tem como grandes consumidores os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais", disse Jorge, que atualmente preside a Companhia Energética de Brasília (CEB).
Fonte: ASCOM
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