Terça-feira, 12 de março de 2019 - 07h00
Sessão
especial homenageou servidoras do Legislativo e deputados destacaram papel
feminino
A
Assembleia Legislativa realizou na tarde desta segunda-feira (11), uma sessão
solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, proposta em conjunto pelo
presidente da Casa, Laerte Gomes (PSDB), e pelas deputadas Cassia Muleta
(Podemos) e Rosângela Donadon (PDT). A secretária de Ação Social (Seas) e
primeira-dama, Luana Rocha, a promotora Tânia Garcia, da 14ª Promotoria de
Justiça, e a secretária adjunta da OBA/RO, Aline Silva e
"Sempre
é momento de homenagearmos as mulheres. Mas, esta data especial marca o nosso
reconhecimento ao brilhante trabalho desempenhado pelas mulheres, nas mais
diversas funções, aqui nesta Casa. Também estendemos nossas homenagens às
mulheres rondonienses, que trabalham e contribuem com a sociedade",
destacou.
Laerte lamentou que muitas mulheres ainda sofram com a violência doméstica e outros tipos de crimes. "Infelizmente, temos que criar meios que possam garantir a integridade das mulheres e assegurar o pleno exercício de sua cidadania. Mesmo com os avanços da legislação, ainda não tem sido suficiente para coibir os crimes contra as mulheres. Isso precisa mudar e essa discussão precisa estar sempre em pauta", completou.
Ao
final, o presidente anunciou que vai encaminhar ao plenário, projeto de Lei que
veda a nomeação no âmbito de todos os poderes para cargos em comissão, de
condenado por crimes alcançados pela lei Maria da Penha.
Rosângela
Donadon presidiu a sessão e destacou que a Assembleia, com a homenagem, é um
reconhecimento à importância das mulheres para a sociedade, mas também um
momento de reflexão sobre a violência a qual muitas mulheres ainda sofrem.
"Se
por um lado as mulheres ocupam cada vez mais espaços e mostram a sua força de
luta, por outro lado, temos muitas sofrendo os mais variados tipos de agressão
e de violência. Hoje, homenageamos as mulheres, mas também é um alerta para que
toda a sociedade reflita sobre a violência que muitas mulheres, infelizmente,
são submetidas", destacou.
Cassia
Muleta lembrou que a mulher, por sua capacidade, consegue desempenhar inúmeras
funções, sempre com muita dedicação e empenho. "A mulher atua no seu
trabalho com excelência, exerce sua função de mãe com maestria e cuida dos
filhos com atenção. Somos um ser que carrega o dom de gerar a vida e a
sociedade precisa respeitar e proteger as nossas mulheres".
Alerta para a violência
A
promotora Tânia Garcia, que é natural de Espigão do Oeste, citou como
referência a saudosa ex-deputada estadual Lúcia Tereza, em sua breve palestra
sobre a importância de se promover políticas de proteção às mulheres.
"Que
as mulheres se façam ouvidas pelas autoridades. São 536 mulheres vítimas de
violência por hora no Brasil. Morrem 15 por dia e mais de 5 mil por ano. Um
estupro a cada 45 minutos. Uma mulher apanha a cada 15 segundos. Os homens
podem ser gentis, entregar flores e etc., mas, não podemos deixar de ver que há
um número muito grande de homens que matam mulher por machismo", lamentou.
Segundo
a promotora, "temos que nos fortalecer para nos manter vivas. Quero
conscientizar a todos dos riscos que as vidas das mulheres sofrem. Há um ciclo
da violência, dividido em três momentos. A fase inicial é de tensão, com
ofensas verbais e morais, que se tornam quase cotidianas. Depois passam à
explosão, com socos, apertões, chutes e outros tipos de violência física.
Depois vem a fase de 'lua de mel', com os pedidos de desculpa e a promessa de
que aquilo não vai se repetir".
Tânia
Garcia declarou que "muitas vezes, as mulheres que sofrem esse ciclo, tem
muitas limitações para romper essa realidade. E as pessoas no entorno, tem a
crença de que em briga de marido e mulher, nãos e mete a colher. Mas, essa
violência quase sempre não acaba e vai ficando cada vez mais perigosa".
A
representante do MP disse ainda que "os meios sociais como a igreja, o
trabalho, os amigos e vizinhos, precisam estar atentos aos sinais e oferecer apoio
à mulher. Muitos dos que cometem feminicídio, não têm sequer antecedentes
criminais. Temos que pensar em políticas públicas que ofereçam apoio,
inclusive, aos homens que cometem abusos ou crimes contra as mulheres, para que
não façam mais isso".
Ao
final, ela fez uma reflexão: "Não somos mais as mulheres que as nossas
mães foram. Nem os homens também. Temos que ter um espaço de respeito mútuo, de
respeito às liberdades das mulheres, em suas escolhas de vida. A gente precisa
olhar para as mulheres que não têm muito espaço para falar e mostrarem suas
necessidades. Convivendo em harmonia, com respeito".
Pronunciamentos
O
líder do Governo na Assembleia, Eyder Brasil (PSL) disse que as mulheres
precisam ocupar a cada dia mais espaços na sociedade. "O Brasil tem que
virar a página do estupro, do assassinato e de outros crimes. Se com todo o
aparato de leis, ainda existe esse número elevado de crimes contra as mulheres,
é sinal de que há muito ainda a ser feito", garantiu.
Já
o deputado Luizinho Goebel (PV) declarou que a palavra para resumir esse
momento é "gratidão". "Estava acompanhando as falas que me
antecederam, e imaginei que a gratidão seria a expressão mais apropriada. Quero
sugerir que a nossa Escola do Legislativo possa realizar palestras de conscientização
sobre os direitos das mulheres e contra a violência".
Ao
final de sua fala, Goebel apontou que "este plenário leva o nome da
deputada Lúcia Tereza, que sempre acolheu a todos, que sempre se dedicou à
sociedade. É uma justa homenagem que simboliza um pouco de como as mulheres
agem e de como elas cuidam da família, de como se dedicam ao que fazem e de
como contribuem para a nossa sociedade".
O
deputado Cirone Deiró (PP) iniciou sua fala enaltecendo a importância de sua
mãe, Jacirene, na condução da família. "Ela é um exemplo inspirador para
mim, por sua luta, por sua dedicação. E como ela, temos muitas mulheres com
histórias de vida parecidas de superação. Que a luta por respeito e por
igualdade possa assegurar mais direitos e proteção às mulheres".
Chiquinho
da Emater (PSB) disse que "não se pode mais admitir que, em pleno século
XXI, a mulher continue sendo ameaçada, estuprada, machucada e morta de forma
brutal e inaceitável. As mulheres que solidificam as famílias e peço que Deus
as protejam".
Já
Alex Silva (PRB), que preside a Comissão destacou que. "tem mulher que faz
o papel de mãe e de pai. Perdi meu pai muito cedo, mas ele me disse que homem
de verdade não bate em mulher e respeita a sua mãe, suas filhas e as demais
mulheres. Fui criado por minha mãe e minhas irmãs e louvo a Deus por
isso", relatou.
O
deputado disse que o papel do verdadeiro homem, que assume um compromisso com a
mulher, é cuidar dela. "Não temos homenagem que possa simbolizar o quanto
a mulher merece ser respeitada. Temos que defender essa causa. Os dados da
violência contra a mulher são assustadores. Essa violência não vem de agora,
ela sempre existiu. Isso precisa ser enfrentado pela sociedade com muita
seriedade".
Cabo
Jhony Paixão (PRB) abriu a sua fala citando um versículo bíblico e em seguida
citou a importância de sua mãe, dona Rosinei, e da avó, dona Rosária, na sua
formação como pessoa. "Foram e são tudo para mim. São a minha base, minha
referência. Fui policial militar por 14 anos e vi muitos casos de mulheres que
sofreram com a violência doméstica, nas mais cruéis e variadas formas. Que
possamos refletir e combater essa violência. Lugar de mulher é onde ela
quiser".
A
secretária da Seas defendeu que sejam ensinados os valores da família, para que
sejam formados cidadãos que respeitem as mulheres. "Se bem ensinados, que
eles não venham a se desvirtuar quando adultos. É preciso trabalhar mais
políticas para assegurar a proteção e os direitos das nossas mulheres. E o
Governo, através da Seas e das demais pastas, está atento e atuando para
superar esse enorme desafio", destacou.
A
servidora Mara Valverde, que é membro do Sindicato dos Servidores do Poder
Legislativo (Sindler), alertou que é preciso estabelecer uma política efetiva
de defesa da mulher. "Defendo que haja uma política de enfrentamento da
violência contra a mulher, com recursos para campanhas permanentes de alerta e
outras ações, como geração de renda, acesso à educação e qualificação, entre
outros".
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