Segunda-feira, 5 de março de 2018 - 12h07
Um verdadeiro caos. É assim que está sendo classificada a rotina
dentro das agências do Banco do Brasil em Rondônia, principalmente na
capital, em que se vê, diariamente, superlotação, um atendimento
totalmente precário e um clima de revolta dos clientes e usuários que
chegam a passar até três horas esperando para ser atendidos.
E de acordo com as informações e denúncias passadas ao Sindicato dos
Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO),
essa situação de penúria e desespero nas agências se deve ao mero
capricho da direção do banco, que quer priorizar o atendimento aos
chamados 'grandes' clientes e realocou inúmeros funcionários de cada
uma das agências para o prédio da avenida Farqhuar, onde funcionam as
novas unidades do banco e a própria Superintendência em Rondônia.
Só para se ter um exemplo, na última sexta-feira 3/2, a agência Centro
- a maior do Estado - que antes tinha 52 funcionários, estava
atendendo ao público com apenas sete funcionários, enquanto que a
agência da avenida Nações Unidas fazia o atendimento com apenas três
funcionários. O resultado disso? Superlotação, demora no atendimento e
a revolta dos clientes e usuários, que não se conformam em ter que
esperar horas por atendimento, muitas vezes apenas para trocar um
cheque.
"Esse novo formato de atendimento que está sendo implantado pelo banco
no Estado favorece somente aos clientes de alta renda, quem tem mais
poder aquisitivo e é isso que interessa ao banco: o lucro, o dinheiro
a qualquer custo. Enquanto isso o cliente, o usuário e a população em
geral ficam totalmente desprezados, abandonados pelo maior banco
público do país e que, recentemente, divulgou lucro de R$ 11,1 bilhões
em 2017, valor quase 55% maior em relação ao ano anterior. Ou seja,
quanto mais lucra, mais o BB continua indo na direção contrária do seu
papel social, que é se aproximar da população e lhe oferecer um
atendimento ágil e de qualidade, o que não acontece nem de longe",
avalia José Pinheiro, presidente do Sindicato.
O dirigente diz ainda que essa situação será levada a conhecimento do
Ministério Público do Trabalho (MPT), que deve apurar de perto essa
iniciativa do BB que, além de ampliar o caos no atendimento ao povo,
promove a sobrecarga de trabalho para os funcionários que ficam nessas
agências superlotadas e que acabam recebendo toda a revolta dos
clientes e usuários.
"E sabemos que esse tipo de pressão no ambiente de trabalho apenas
contribui para o adoecimento do trabalhador, que terá que se redobrar
para atender uma demanda diária ainda mais extenuante e ainda ter que
ouvir as reclamações e até ataques da população em geral, revoltada
com esse completo descaso, e em todas agências da capital os
funcionários chegam a sofrer agressões verbais, como se a culpa pelo
péssimo atendimento fosse deles, e não do banco, como vem acontecendo,
por exemplo, na avenida Nações Unidas. E não vamos admitir nenhuma
situação que possa colocar em risco a saúde e a integridade física e
moral do trabalhador", conclui Pinheiro.
FONTE: RONDINELI GONZALEZ
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