Representando o prefeito Roberto Sobrinho, o secretário municipal do Meio Ambiente, Wilson Correia, participou ontem, em Abunã, da terceira audiência pública realizada pelo Ibama e o Consórcio Furnas-Odebrecht, para discutir os efeitos das duas usinas hidrelétricas a serem construídas no Madeira.
Diante de mais de quinhentas pessoas, Correia confirmou que a administração municipal é a favor da realização da obra, desde que tragam progresso, oportunidades e melhor qualidade de vida para população porto-velhense. Esta seria uma das formas de compensação pelos impactos ambientais e sociais resultantes do mega-empreendimento.
Correia justificou a ausência do prefeito, esclarecendo que Roberto Sobrinho está empenhando em alocar verbas em Brasília para a implantação de infra-estrutura da cidade, tal como a expansão da rede de água e de esgoto; e tratando de assegurar as condições ideais para a formação da mão-de-obra local, através da instalação da Escola Técnica Federal.
Audiência
Com ampla participação da comunidade local, que questionou os empreendedores e as autoridades, sobre as medidas projetadas para atenuar os impactos negativos.Como nas audiências anteriores, em Jaci-Paraná e Porto Velho, as preocupações principais da comunidade giraram em torno dos sedimentos, da preservação dos peixes, da prioridade à população local nas contratações de trabalhadores e das indenizações às famílias atingidas pela inundação decorrente do represamento do rio.
Foi esclarecido que as praias do rio Abunã não serão atingidas, o que vai garantir à população local e de toda a região o acesso aos balneários no período da seca, como acontece hoje. Fico satisfeito que a comunidade tenha tido acesso às informações verdadeiras, pois o empreendimento está completamente restrito ao território brasileiro, o que provamos hoje sem sombra de dúvida, afirmou o engenheiro responsável pelo projeto, José Eduardo Moreira, da PCE Engenharia.
Sobre o tema da geração de empregos, o diretor ambiental da Odebrecht, Sérgio Leão, afirmou que a capacitação da mão-de-obra local começará imediatamente após a definição do consórcio vencedor no leilão que acontecerá após a emissão da licença ambiental prévia. Sobre a ictiofauna (conjunto de peixes da região), a superintendente de gestão ambiental de Furnas, Norma Vilella, informou que serão construídos mecanismos para permitir a passagem dos peixes que já sobem hoje as cachoeiras de Santo Antônio, Teotônio e Jirau.
Os representantes dos empreendedores esclareceram também que não haverá qualquer efeito negativo sobre o uso da água, pois o projeto foi concebido para garantir o uso múltiplo, não havendo qualquer possibilidade de escassez de água. Infelizmente, membros de algumas organizações não governamentais, representadas na audiência inclusive por lideranças estrangeiras, e de alguns movimentos sociais contrários ao projeto, retiraram-se no meio da audiência pública depois de ter registrado em vídeo apenas os discursos que lhes interessavam, com ataques ao projeto, protestou Samuel Pessoa da Silva, coordenador de políticas públicas para a juventude da Prefeitura de Porto Velho.
Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)