Quarta-feira, 10 de novembro de 2021 - 09h18
Algumas vezes, gostaria de ser
muito mais inteligente;
em muitas outras, gostaria de ser burro.
Digo isso toda vez que o mundo
é cruel.
E hoje ele o foi.
Digo isso toda vez que não sei
o que é pior,
entre a realidade e a ficção.
Como é que se analisa a
realidade se ela é a própria Distopia?
É isso.
Depois do ridículo de um
portão que fecha quando você desliga a energia – e vice-versa – ,
o que fazer com o fantasma elétrico?
O que dizer de um filme
antirracista,
que só tem negros no roteiro,
e que é o mais racista que já se pôde imaginar?
Diria que isso que se chama de pós-moderno é o Fascismo oculto.
Uma ode ao absurdo, ao
ridículo,
um inverso de sentidos, dos
sentidos que deveriam chamar os sentimentos de volta,
se de fato fizesse algum sentido.
Que dia cruel foi esse…
Hoje queria ser mais burro pra
não ver nada disso,
ou muito mais inteligente para superar as imbecilidades que esse dia abençoado me trouxe.
Imagine se fosse menos "abençoado"…
A lição do dia: há um Fascismo pós-moderno.
Minha investigação pessoal:
queria ser burro (ou gênio, de verdade),
porque todo mundo adora o que
eu acho uma porcaria
– os exemplos são muitos, tipo Bacurau, o lampião pós-moderno.
Imagine que situação terrível, ficar no meio do caminho entre a burrice e a inteligência.
Não desejo isso pra você.
E só imagino o quanto Nietzsche
sofreu…
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Vinício Carrilho Martinez (Dr.) Cientista Social e professor da UFSCar Márlon Pessanha Doutor em Ensino de CiênciasDocente da Universidade Federal de