Terça-feira, 20 de agosto de 2024 - 13h09
INFIEL
O candidato a vereador pelo MDB, Junior Versátil, não perdeu tempo
e no primeiro dia autorizado pela Justiça Eleitoral para campanhas cometeu a
maior traição à legenda em que está filiado, ao participar de um ato eleitoral
com a candidata a prefeita Mariana Carvalho (União Brasil), onde chegou a
declarar e pedir votos para a filha de Aparício de Carvalho.
INFIDELIDADE
Como o MDB tem candidatura própria a prefeita, Euma Tourinho, e
Junior Versátil, na convenção partidária, fez juras de amor à candidata do
partido, ao participar de um ato político oficial da candidata adversária
comete infidelidade partidária de forma deslavada.
VERSATILIDADE
A conduta de traição ao partido pode custar a expulsão de Junior
Versátil do MDB, e o fim prematuro de se tornar edil pela legenda. A versatilidade
do cabra é vedada pelo Código de Ética e os dirigentes do MDB estão propensos a
abrir um procedimento interno para expulsá-lo da legenda. Infidelidade
partidária na ótica da Justiça Eleitoral, restando comprovada, também tem sido
fatal aos infiéis.
FUMAÇA
Na semana passada a capital ficou com o ar irrespirável em razão
das queimadas que este ano ultrapassaram todos os limites toleráveis sem que os
órgãos (principalmente estaduais) responsáveis pelo Meio Ambiente adotassem
medidas severas para coibir o fogaréu criminoso. Não há uma única notícia de
notificação contra proprietários responsáveis em tocar fogo como forma de
preparação da terra para novos plantios.
IDEOLÓGICA
Enquanto a questão ambiental for tratada pelos nossos governantes
como uma questão ideológica para atender aos interesses de uma casta atrasada
do agronegócio, seremos obrigados a respirar um oxigênio contaminado. Os
problemas respiratórios da população vão se multiplicar, junto com os recursos
da saúde, que faltarão ainda mais em todas as frentes. A questão ambiental é um
bem a ser protegido por todos, independentemente do que as pessoas professam
como ideologia. Ela é a essência e indispensável à existência das atuais e
futuras gerações, mas é vítima da ambição desmedida de um setor agrícola que
quer o lucro fácil e imediato, mesmo que a ganância seja um péssimo negócio
para si próprio e para a população.
LOROTA
Toda campanha possui nuances que os comitês eleitorais devem
seguir para ajudar na campanha dos seus contratantes. Do marketing ao jurídico,
passando pelo setor de mobilização, cada qual tem uma função importante na
campanha que, bem coordenados, dão ao candidato a tranquilidade para fazer uma
campanha proativa, reativa e consistente. Quando a crítica ao jurídico, por exemplo,
vem de fora do comitê eleitoral é porque está incomodando. É função sim dos
advogados incomodarem a campanha dos adversários, exigindo que todas as regras
eleitorais sejam cumpridas para que a disputa não sofra desequilíbrio de um
sobre o outro. Cada qual com as estratégias mais adequadas para suas campanhas.
A campanha é um conjunto de atos, ações e reações. O resto é lorota.
ENGANADOR
Airton Gomes (PL), candidato a prefeito em Cerejeiras, ao
processar um adversário, requereu o benefício da justiça gratuita, garantia
constitucional do artigo 5º, LXXIV (da Constituição Federal), embora tenha
declarado à Justiça Eleitoral um patrimônio acima de 14 milhões de reais. A
conduta do candidato do PL foi considerada acintosa pelo Poder Judiciário, uma
vez que a gratuidade judicial é prevista na lei para proteger os pobres e
necessitados, condições que não se aplicam a Airton Gomes. Uma atitude
ilegítima que revela em síntese o caráter de um candidato que tenta engabelar a
justiça; imagina o eleitor!
BOBAGEM
Não passa de uma baita bobagem aquelas perguntas denominadas de
“coletes” com o objetivo de constranger o inquirido, especialmente quando ele é
um político. Foi o que aconteceu com o candidato a prefeito da capital Célio
Lopes (PDT) que não acertou nenhuma das perguntas escolhidas, não se sabe por
quem, com a aparente finalidade de testar os conhecimentos do candidato sobre o
município que se dispõe a administrar.
TOLICES
As cinco primeiras perguntas, este cabeça chata que reside na
capital há mais de 40 anos também erraria. Isto não significa que desconheça os
problemas comuns que afligem os munícipes. Acredito que Célio Lopes, natural de
Porto Velho, conhece igualmente as deficiências municipais. A bobagem já foi
testada sete anos atrás contra o então candidato Hildon Chaves que, na época,
não recordava sequer o nome da rua em que residia e desconhecia as primeiras
estrofes do hino rondoniense. Nem por isso Chaves deixou de cuidar do paço
municipal e, atualmente, é aprovado pela maioria da população, embora acredite
equivocadamente seja uma unanimidade. Aliás, corre a convicção no entorno do
gabinete do alcaide que só existem duas unanimidades em Porto Velho: Deus no
Céu, e Hildon na terra. Bobagem na política é material em excesso para
todos os loucos. E entre os tolos.
LINGUAGEM
O Conselho Nacional de Justiça decidiu orientar os juízes sobre a
importância de aplicarem em suas decisões uma linguagem menos rebuscada que
seja compreensível ao homem médio, criando, portanto, um Selo Linguagem
Simples. A decisão visa eliminar termos exageradamente formais com expressões
incompreensíveis. Sai a complexidade para a entrada da simplicidade e
objetividade.
ESCALAFOBÉTICA
Há textos em peças jurídicas totalmente incompreensíveis até para
os profissionais mais novos, imaginem o cidadão comum que almeja seu caso
definido de forma rápida e objetiva. “Inicialmente passa a gizar a dissensão em
testilha, provocada pela indócil lidadora que vê increpada negativa de vigência
da Lei dos Ritos, na alheta do ensino de processualistas de truz. De análises
perfunctórias do caderno processual, tenho comigo, data vênia, que
o judicioso representante do Parquet tem razão ao pressentir,
na súplica de folhas, uma alteração de pretensão sub examine,
exposta na peça de ingresso. Inobstante esse posicionar, o fato de o custos
legis requerer, ao arrimo de intempestiva, o desentranhar da
postulação de folhas, não faz condão à eiva de nulidade. Ex
positis, hei por bem, como decidido tenho, em indeferir o pleito
cônjuge virago”. Eis aí, com a clareza mais obscura, um texto escalafobético
que dificilmente o destinatário consiga compreender, mas que o CNJ de forma
inteligente busca coibir para que seja escrito no bom e compreensível
português.
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