Terça-feira, 3 de outubro de 2023 - 15h06
MIRREFORMA
Embora
aprovada na Câmara Federal, a minirreforma eleitoral não deve regrar as
eleições municipais de 2024, uma vez que o Senado, casa revisora onde a
minirreforma aguarda pauta, está sem relator na Comissão de Constituição e
Justiça retardando a tramitação, o que inviabiliza sua aplicação para as
eleições municipais visto que precisaria ser aprovada até sexta-feira (6),
cumprindo o princípio da anualidade em matéria eleitoral.
ANISTIA
A
PEC da Anistia, ainda em tramitação na Câmara Federal, segue o mesmo destino da
minirreforma e não deve ser aplicada em 2024. A principal crítica à
minirreforma avalia como enfraquecimento à Lei da Ficha Limpa, em vigor desde
2012, que impede a candidatura daqueles condenados criminalmente em órgãos
colegiados, dos que renunciaram ao mandato para escapar da cassação ou ainda
dos que tiveram prestação de contas rejeitadas. Os dois projetos, assim que
começaram a tramitar na Câmara Federal, receberam uma forte resistência do
presidente do Senado Federal.
CÓDIGO
Coube
ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, avisar ao deputados que não
apreciaria a minirreforma a toque de caixa. Como os senadores já examinavam uma
mudança no Código Eleitoral, com mudanças substanciais, a minirreforma não
seria priorizada em razão do código.
INELEGIBILIDADE
A
minirreforma contém, entre outras alterações, afrouxamento nas regras de
inelegibilidade; a extinção das prestações de contas parciais, feita durante a campanha,
e a flexibilização do uso de recursos para campanhas femininas, com a abertura
de brechas para que os recursos sejam usados em despesas de candidatos. Caso
essa reforma tivesse avançado, Ivo Cassol, por exemplo, já estaria apto para as
eleições municipais.
RETORNO
Não
será em 2024 que o ex-governador Cassol recuperará sua condição de
elegibilidade. Mas para as eleições de 2026, certamente conseguirá porque no
Congresso Nacional há muitos parlamentares na mesma situação que aguardam
mudança da regra para voltarem às disputas. Embora ele tenha informado que
estaria fora da política, no anúncio feito por Cassol nem os bagres do Madeira
acreditaram.
CLIMA
Apesar
dos “terraplanistas” não acreditarem que o aumento da temperatura está
intrinsecamente ligado aos impactos ambientais causados pela ação humana, os
reflexos de anos de depredação da Amazônia estão sendo sentidos agora, com uma
seca nunca vista nos rios da região. As previsões são de que a temperatura vai
continuar subindo com um calor infernal.
PRESERVAÇÃO
Mesmo
com o calor, tempestades, erosões, entre outros impactos no Meio Ambiente, a
expansão do agronegócio é atualmente o que mais reúne apoio político para
continuar sua afoiteza sobre o meio ambiente em nome de um desenvolvimento que impacta
as vidas humanas. Nossos representantes congressuais não escondem o desprezo
pela preservação em nome da expansão das roças.
REPRESENTATIVIDADE
O
Senado Federal sempre foi um celeiro de grandes figuras ilustres que
representavam a média nacional do que tinha de melhor na política brasileira.
Personalidades da qualidade de Franco Montoro, Pedro Simon, ACM, Marco Maciel,
Eduardo Suplicy, Ramiz Tebet, Marcos Freire, Humberto Lucena, entre outros,
transformavam a Câmara Maior numa arena de grandes debates sobre as questões
mais importantes da vida nacional.
MEDIOCRIDADE
Hoje,
vendo a nossa (falta) de representatividade senatorial, percebemos o nível raso
em que se tornou. Poucos são aqueles senadores eleitos que sabem de fato quais
as prerrogativas da casa e quais a temáticas importante para o país. O próprio
umbigo e a falta de debate revelam atualmente quem são nossos representantes do
Senado Federal. Os debates se transformaram em um festival de
mediocridades.
EXTREMISMO
Um
exemplo clássico da falta de conteúdo, sem nenhuma discriminação, é o
senador extremista Jaime Bagattoli. Venceu de forma espetacular as
eleições senatoriais ano passado, mas não sabe sequer para que serve a Casa
Revisora. Debater um tema, mesmo que seja de interesse de Rondônia, é para
nosso representante um fardo por carência de um cabedal e informação mais
densos. Razão pela qual se sobressai em bate-boca sobre trivialidades da
política extremada, como xingar o STF. Um Projeto de lei, uma Emenda Constitucional
ou um mero substitutivo são para nosso senador vilhenense um encargo do qual
ele evita se imiscuir. Independente daquilo que professa, seja a mais absurda,
o eleitor espera muito mais que falas soltas, sem sentido concreto e que
apontem dias melhores para a Nação. Jaime é um parlamentar do baixo clero, e
dele dificilmente sairá. Aliás, a nossa bancada federal ( com raras
exceções) é, nesta legislação, uma lástima, embora represente a
maioria dos eleitores.
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