Sábado, 28 de janeiro de 2023 - 08h20
CALAMIDADE
Embora
a saúde pública do município de Vilhena seja uma calamidade em razão de
administrações municipais incompetentes, o prefeito Fiori Cordeiro de Miranda
Junior, policial de carreira, convidou para gerir a pasta parte da equipe que
compunha o staff do então Secretário de Estado da Saúde, o goiano Fernando
Máximo – eleito deputado federal – que convenceu o alcaide a declarar
emergência na saúde do município para adoção de medidas de enfrentamento ao
caos existente. A medida em si é defensável, mas os atos administrativos que
sucederam estão sendo contestados por setores representativos da saúde,
especialmente, pelo Conselho Municipal e Coren (Conselho Regional de
Enfermagem).
CONVÊNIO
Para
tentar por uma suposta ordem na saúde vilhenense sob a justificativa de
oferecer uma assistência digna e humana à população que dela necessita, o
prefeito optou em entregar a gestão e a assistência pública a uma empresa
goiana de Chavantes, supostamente sem fins lucrativos, mas que
receberá a bagatela milionária de cerca de 55 milhões de reais, divididos em
parcelas de nove milhões mensais, pelo prazo de meses.
ILEGALIDADE
Mesmo
sendo oriundo das forças policiais, conhecedor das leis e tendo aplicado-as
durante suas funções na ativa contra malfeitos de terceiros, sempre o fez
com todo o rigor. Entretanto, agora, na condição de vidraça política, o
Conselho Municipal de Saúde de Vilhena e o Conselho Estadual de Enfermagem
estão denunciando que o milionário convênio está eivado de ilegalidades. E
pedem, portanto, que os órgãos de controle suspendam imediatamente para que os
parcos recursos destinados à saúde não sejam utilizados de forma supostamente
irregular, principalmente por serem do SUS.
GUERRA
Ninguém
questiona a necessidade de resolver os gargalos da saúde pública vilhenense
que, aliás, foi objeto de debates nas eleições governamentais com todos os
candidatos, inclusive o atual governador, prometendo a construção de uma
Unidade Regional naquele município. O que intriga as entidades que estão
criticando é a opção do prefeito uma vez que há entendimentos jurisprudenciais
seja na Justiça, seja no Tribunal de Contas, pela vedação da contratação de
entidades privadas, com objetivo óbvio de lucrar para gerir e prestar a
assistência de saúde pública à população. A legislação permite que empresas
privadas atuem na área de forma complementar e não substituindo o poder dever
da administração pública. Ao encarar o problema como estado de guerra, o
ex-delegado pode estar explodindo a própria gestão.
RELATÓRIOS
Como
na coletiva que o prefeito anunciou a contratação da empresa goiana ao lado do
deputado federal Fernando Máximo, por mera coincidência também goiano, Fiori
esqueceu de inquirir o ex-secretário estadual de saúde por não ter ajudado na
resolução do problema, uma vez que esteve por quatro anos à frente da Sesau.
Especialmente porque a ex-equipe de Máximo é agora a equipe de Fiori, em
Vilhena. Uma boa oportunidade que perdeu o alcaide já que cresceu na política
pela fama de xerife e que era implacável contra malfeitos dos políticos
rondonienses.
ILEGALIDADE
Hoje,
sexta-feira (27), o Conselho Regional de Enfermagem (Coren), encaminhou uma
reclamação ao representante Ministério Público em Vilhena, requerendo
providências uma vez que o convênio, segundo o órgão profissional, infringe o
comando constitucional do artigo 199, incisos I e II, da carta magna. Nas
argumentações ofertadas ao parquet, Manoel Carlos Neri, presidente
do Coren, argumenta que ao abrir mão tanto da assistência quanto da gestão da
saúde municipal, como é o caso, o prefeito feriu o comando constitucional por
transferir para a empresa filantrópica todos os serviços da saúde municipal,
driblando a exceção legal da complementariedade.
LICITAÇÃO
Também
questiona o meio jurídico da contratação, por meio de dispensa de licitação,
supostamente ilegal. Alega ainda que qualquer proposta de celebração
de termo de parceria com qualquer entidade privada deve atender aos comandos
dos princípios que regem a administração pública contidos no artigo 37, do
texto constitucional. E dando publicidade a seus atos para que outros agentes
sociais possam oferecer propostas mais vantajosas para a administração
pública.
CONCLUSÃO
Ao
concluir seu pedido ao parquet, o Coren/RO sustenta que o município manipulou o
conceito de “forma completar” e ”caráter de urgência” para delegar à Casa de
Misericórdia de Chavantes, do estado de Goiás, todo o serviço a ele atribuído
por lei.
RELATÓRIOS
Ao
que parece, no afã de repassar a gestão e a assistência da saúde vilhenense
para a setor privado, os ex-assessores de Máximo, hoje respondendo
pela pasta no município, não atentaram para os relatórios feitos
pelos Conselhos apontando a melhor forma para a solução dos problemas crônicos
da saúde do município de Vilhena.
FILA
O
alcaide argumenta em seu decreto de emergência que há uma fila enorme (mais de
duzentas mil) para ser atendida. No entanto, os relatórios produzidos tanto
pelo Conselho Municipal de Saúde quanto pelo Conselho Profissional de
Enfermagem indicavam que fossem contratados os profissionais e especialistas
para que a solução do problema fosse definitiva e não temporária, por seis
meses, ao valor de um prêmio da mega sena.
EXPERTISE
A
Casa de Misericórdia de Chavantes tem como expertise a administração de Pronto
Atendimento do município de Taquarivaí, São Paulo. Pesquisando nas redes
sociais é possível verificar que o contrato desta empresa com a prefeitura de
Taquavarí foi objeto de abertura de uma Comissão Especial de Inquérito para
apurar possíveis irregularidades e descumprimento do contrato de gestão na
saúde do município. Não significa que em Vilhena ocorra os mesmos problemas
embora a expertise de cada empresa privada contratada pela administração
pública deva ser avaliada com lupa. Especialmente num município administrado
por um “Xerife” com fama de implacável.
TERRORISTAS
Os
que achavam que íam passar incólumes depois dos atos golpistas de 8 janeiro
pode tirar cavolo da chuva poque cada semana uma leva de terroristas está sendo
denunciado. Daqui pra frente começam as denúncias aos financiadores e Rondônia
está na mira das investigações. Uma questão d etempo...
EDILIDADE
Os
Ji-paranaenses estão perplexos com parte dos seus representantes na Cãmara
Municipal depois da operação policial que investiga atos impóbros de membros
daquele legislativo mirim. Há quem diga em reservado que a ação é apenas o
início de um fio condutor que deverá alcançar gente mais graúda do município. A
ver.
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