Terça-feira, 18 de julho de 2023 - 11h17
CIMCERO
Estão sendo esquadrinhados os processos licitatórios sob
responsabilidade do Consórcio Intermunicipal (CIMCERO) para averiguar a
legalidade dos pregões. O que ocorreu nas compras de lâmpadas LED pela
administração de Ji-Paraná, com evidências de supostos direcionamentos para as empresas
investigadas, pode ser apenas um fio condutor que alcançará todo o emaranhado
desse rolo. É possível que novas operações ocorram na hipótese de se confirmar
que a extensão desses fios sejam além de Jipa. Embora nos autos dessa operação
não constem acusações de malfeitos de outras prefeituras, por
enquanto.
DIRECIONAMENTO
Segundo a apuração que culminou com o afastamento de agentes públicos
ji-paranaenses, em particular o prefeito Isaú Raimundo da Fonseca, a empresa
vencedora do certame licitatório não possui as condições técnicas exigidas e o
emprego utilizado nas especificações teve supostamente o fito de obstruir a
competividade da aquisição. Uma prática utilizada em outros locais para maquiar
o direcionamento.
MANIPULAÇÃO
A compra das lâmpadas de LED para Jipa, segundo as investigações, eram
direcionadas para a empresa vencedora porque havia previamente uma possível
combinação na confecção de um termo de referência com um “jogo de planilha”.
Este “jogo”, ao que indica, é vedado uma vez que altera os preços constantes
nas medições, provocando desequilíbrio econômico-financeiro.
DEPOIMENTOS
Os depoimentos de testemunhas acostados aos autos são complicadores para
os investigados, visto que sugerem que havia premeditação entre os agentes
públicos para que as supostas ilegalidades fossem perpetradas. É possível
verificar que consta no processo de aquisição das lâmpadas a imposição de
produtos específicos com intuito de impedir a concorrência, assim como a
introdução de cláusulas extravagantes como o mesmo propósito supostamente
criminoso.
MURMURINHOS
Nos meios políticos, de forma reservada, já eram conhecidos murmurinhos
sobre eventuais problemas no âmbito desse Consórcio Intermunicipal criado por
municípios para facilitar a aquisição de determinados insumos e serviços
atinentes à administração pública municipal. Mas nada de concreto era
apresentado para que os murmurinhos fossem esquadrinhados. O que intriga, por
razões finalísticas, é a absoluta inércia das Câmaras de Vereadores em não cumprir
uma das funções que é fiscalizar as ações da administração municipal em sua
totalidade, com requerimentos de documentos e atos administrativos que
aparentemente dão formas de legalidade aos certames licitatórios, mas que
escondem malfeitos de pregoeiros mal-intencionados. São murmurinhos que
terminam se materializando em ilegalidades.
TRE
A coluna ouviu em “off” relatos sobre dois processos que vão movimentar
a Justiça Eleitoral neste segundo semestre e que vão dar muita dor de cabeça às
partes denunciadas. O primeiro, abordado por esta coluna na semana passada,
envolvendo abuso de poder político do candidato Marcos Rocha, então candidato à
reeleição, e, o segundo processo, em desfavor do senador Jaime Bagattoli,
principal representante do extremismo bolsonarista em Rondônia, por prática de
suposto “Caixa Dois”. Pelos relatos, os fatos que instruem as acusações são
robustos com o condão de limar os mandatos de ambos.
FATOS
No primeiro caso, os fatos ensejadores da denúncia são bem conhecidos
porque foram amplamente divulgados durante a campanha, envolvendo a
perseguição, pressão e demissão de servidores da Emater que supostamente não
concordaram em apoiar a candidatura de reeleição de Marcos Rocha. O segundo,
pelo apurado, seria uma doação de Bagattoli a um candidato proporcional de
Ariquemes que não constou em sua prestação de contas.
OBSCURIDADE
Mas há outras investigações sobre as duas autoridades, segundo relatos,
sobre outros fatos que podem ser conexos aqueles: os disparos em massa no
WhatsApp, na campanha de governo e, no segundo, uma eventual relação ainda não
clara entre uma rede de sanduiches da capital e o candidato ao Senado. Agora é
aguardar acabar o recesso judicial para verificarmos em que estágio as
apurações se encontram.
ATALHOS
Numa hipótese de ambas autoridades perderem os mandatos antes de dois
anos em pleno exercício, uma nova eleição suplementar seria convocada. Mesmo se
confirmando tal premissa ainda há um caminho longo e cheio de atalhos pela
frente a seguir. Embora o rito processual da Justiça Eleitoral não seja tão
elástico quanto em outras instâncias. Ademais, cassação de mandato atualmente,
quando os elementos são expressivos, é pule de dez.
EMENDAS
Os órgãos de controle estão cada vez mais equipados para monitorar e verificar
o destino das emendas parlamentares. No plano federal, saúde e educação são as
áreas que mais receberam essas emendas e começam a revelar desmandos de toda
monta. Nos estados, onde as emendas também estão sendo acompanhadas de perto, o
problema se repete. Em Rondônia há em curso vários procedimentos que acompanham
por lupa a destinação desses recursos e já dão sinais de tempos barulhentos. A
ver.
CLIMA
Mesmo com os céticos tentando minimizar os problemas climáticos
decorrentes da ação predatória do homem, o calor acima da média e as
tempestades tropicais acompanhadas de ciclones, são uma realidade que não
podemos tapar o sol com a peneira. Insistir no negacionismo climático é
condenar o planeta ao caos com temperaturas mais alta e tempestades mais
avassaladoras. Como dizia o adágio, “o homem é produto do meio em que vive”.
Então cuidemos do meio para salvar o homem.
SÍTIO
Um sítio arqueológico
descoberto no interior do estado contendo elementos fortes de comunidades
originárias, em uma fazenda de propriedade da empresa Mazzitti no
municpio de Pimenteiras, tem que ser preservado todo seu material, razão pela
qual o MPF recomendou que o IPHAN negeu autorização para que a empresa se
abstenha de eralizar quelquer intervenção no local. A proteção ao patrimônio
público, social e ambiental, além de garantir os direitos das comunidades
originárias é uma obrigação de todos. Apesar dos negacionistas de plantão
pensarem em sentido diverso.
LOROTA
O Ministério da
Educação acabou com a boquinha criada para financiar o pagamento de militares
que administravam escolas estaduais. Um programa que visava o pagamento de
salário de nove mil reais a militares aposentados enquanto o professor que na
sala de aula da mesma escola percebia pouco mais de dois salários mínimos. Este
programa não tem nada a ver com as escolas militares existentes no país, é mais
uma lorota dos extremistas alegarem que o MEC acabou com as escolas militares
que, inclusive são exitosas. A escola cívica-militar não se confunde com aquela
custeada pelas forças militares e que possuem curriculos próprios.
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