Sexta-feira, 28 de outubro de 2022 - 17h05
LABAREDAS
Desde que o presidente da Fundação Pio XII
mantenedora do Hospital do Amor, Henrique Prata, anunciou seu apoio ao
candidato a governador Marcos Rogério (PL) as retaliações da campanha do
candidato Marcos Rocha somente aumentaram as deduções sobre supostos desvios de
finalidade nas aplicações dos recursos. Para piorar, entre estas ilações
apresentaram a compra de picanha e cerveja com notas fiscais de um supermercado
já falido com datas aparentemente adulteradas. A proteína animal e a bebida
alcoólica, levadas à campanha eleitoral, segundo informações da direção do
Hospital do Amor, foram adquiridas com recursos próprios e destinadas a uma
residência que abrigava médicos visitantes, no ano de 2012. As labaredas desse
churrasco agora deverão parar na justiça por uma representação da
OAB-RO.
FAKE NEWS
No primeiro turno os candidatos ao governo
compareceram na OAB-RO para assinatura de um pacto por eleições limpas com o
compromisso de combaterem as fake news e defenderem a democracia. Em razão do
pacto, a direção do Hospital do Amor encaminhou à seccional da Ordem um pedido
de providências para que apure notícias que julga serem falsas, feitas pela
campanha de Marcos Rocha, exatamente sobre a prestação de contas dos recursos
recebidos do SUS que teriam sido utilizados pelo hospital para compra de
picanha e cerveja. Na denúncia, segundo a representação, as notas
dadas como prova teriam sido adulteradas para dar azo de veracidade à
informação amplamente divulgada, provocando danos à reputação da entidade
filantrópica. A OAB-RO encaminhou à Procuradoria Eleitoral para a
devida análise. É um tema que desgasta a campanha de Rocha, mas insistem no
erro. Bastaria informar que todos os débitos passados e futuros
serão pagos e que não há por parte do executivo estadual interesse de fechar o
hospital. Tentar desqualificar Prata é uma bala perdida.
DEBATE
Ontem, na TV Rondônia, Marcos Rocha e Marcos
Rogério voltaram a se encontrar no último debate. Foi um embate cheio de
sopapos com foco especialmente para os assessores do que programa de governo.
Quem assistiu percebeu as fragilidades de cada candidato, embora cada torcida
se avexe para apontar que o seu foi bem melhor que o outro. Pouco importa o
pitaco do engajado porque o telespectador (eleitor) não é bobo como muitos
acreditam ser e sabe distinguir entre os dois o menos ruim. O
telespectador gosta de um debate quente com alguns sopapos, mas sabe
diferenciar entre baixaria e críticas. Não houve vencedor na noite de ontem e o
melhor bloco foi o último quando o mediador deu boa noite.
NARRATIVAS
Numa disputa eleitoral acirrada a guerra de
narrativas passa a dar o tom do final de campanha e a desconstrução do
adversário assumiu espaço maior que as propostas para Rondônia. São essas
narrativas que predominam nas mídias sociais com caneladas para todos os lados.
Do pescoço para baixo está valendo tudo, lamentavelmente.
ADESÃO
Ontem o governador recebeu a adesão à
campanha do deputado federal Léo Moraes (PODEMOS), terceiro colocado no
primeiro turno. Pode ser que o anúncio tenha sido um pouco atrasado e não seja
capaz de influenciar no resultado das eleições com a mesma força de uma semana
antes. Mas é um reforço na campanha de Marcos Rocha consistente especialmente
numa eleição sem favoritos.
VERSÕES
Pela live onde anunciou a adesão ao
governador foi possível perceber diversas reações negativas de pessoas que se
apresentaram como eleitores do deputado. Alguns também de elogios foram
registrados. É normal em situações semelhantes quando o candidato decide
abrir o voto e empenhar apoio a um adversário, com Léo não foi diferente. O que
chamou mais atenção na escolha é que o parlamentar optou pelo candidato que tem
como principal articulador o prefeito da capital Hildon Chaves, desafeto
público de Léo Moraes. Daí as versões sobre a adesão se multiplicarem feito
rastilho de pólvora. E são versões das mais diversas imaginações que não
caberiam nas bobinas de papel das gráficas de Porto Velho para imprimi-las. O
que importa em si é que Marcos Rocha conseguiu nessa reta final uma campanha
mais adensada que o adversário Marcos Rogério.
DESGASTE
Há quem avalie que Léo Moraes tenha cometido
um erro político monumental ao optar em declarar voto ao principal adversário
da eleição uma vez que Rocha está na busca da reeleição. É cedo para conclusões
e qualquer posição que tomasse receberia críticas. Mas há quem acredite que a
neutralidade seria o melhor caminho para o deputado e o caminho mais
confortável que evitaria as versões mais variadas envolvendo as tratativas da
adesão. É cedo para aferir qualquer cenário. O tempo dirá. O fato é que com o
apoio recebido Marcos Rocha dá mais um passo no eleitor da capital onde o
deputado possui influência. E o outro Marcos perde espaço. As urnas responderão
muitas das indagações sobre a união de Marcos Rocha, Léo Moraes e Hildon
Chaves.
ARTICULADOR
Júnior Gonçalves, principal alvo das críticas
no debate, é o verdadeiro fiador da adesão de Léo Moraes à candidatura de
Marcos Rocha. Não é por outra razão que virou o personagem favorito dos ataques
feitos por Marcos Rogério a Marcos Rocha. Independente de que seja anjo ou
demônio, o ex-chefe da casa civil é o cara da campanha. Nenhum outro revelou
tanta habilidade nos bastidores quanto ele. Quer gostem ou não.
CAMPEÃO
Sábado e domingo combinam com cerveja e
picanha, razão pela qual este colunista e dublê de torcedor quer festejar o
Flamengo campeão (sábado) e meus candidatos vitoriosos (domingo). Caso os
resultados sejam confirmados, será o final de semana perfeito, já que o prazer
combina com picanha e cerveja, uma combinação que já foi um dia a cara do
brasileiro.
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