Terça-feira, 11 de outubro de 2022 - 11h47
VIOLÊNCIA
Há tempos o crime
organizado se instalou em Rondônia, especialmente na capital, com índices de
violência assustadores, e só agora o governador Marcos Rocha decide mudar o
comando da Secretaria Segurança Pública. Ainda assim em razão da disputa
acirrada do segundo turno entre ele e o senador Marcos Rogério, senão a
letargia na área permaneceria da mesma forma. A violência estadual no atual
governo cresceu em todos os indicadores e, passados quase quatro anos na
administração do coronel, os números são estarrecedores. Porto Velho está cada
vez mais sitiada por organizações criminosas que desafiam um governador oriundo
da caserna. Salve-se quem puder, é o lema.
PODER
Falta uma boa gestão
administrativa na segurança pública que priorize ações de inteligência para que
os criminosos sejam identificados e retirados de circulação. O que não é
tolerável é nossa capital passar a ser controlada por facções que exercem em
outros estados um poder paralelo com ramificações fortes nas estruturas de
poder. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a marginalia capturou a
política devido à omissão estadual em combater firme suas ramificações em seu
nascedouro.
INÉRCIA
Antes que o pior
aconteça são necessárias ações coordenadas entre as polícias, investimento em
tecnologia e pulso firme para impedir que a cidade seja dominada pela
marginalidade. Outra opção é aproveitar o momento político e trocar o comando
estadual uma vez que a inércia tem sido a marca do governo.
MAQUIAGEM
Enquanto as
principais áreas da administração pública são ignoradas por um governo que fez
da maquiagem asfáltica sua principal ação visando tão somente as eleições, os
serviços públicos se deterioram cada dia que passa. A saúde é um desastre, a
educação piorando todos os índices de avaliação e a segurança uma tragédia
anunciada. Os prefeitos adoraram a maquiagem, mas com as chuvas chegando no
horizonte veremos até onde o asfalto aguenta.
TAPEAÇÃO
Como forma
eleitoreira de tapeação, Marcos Rocha requenta as mesmas promessas feitas
quatro anos atrás e justifica a lerdeza em não resolver até o momento estes
problemas devido à pandemia. Montou um enorme palanque eleitoral com muita
gente que outrora ele demonizou e, na medida que o barco for naufragando, são
os primeiros a largar o coronel com o leme na mão. A impressão que passa é que
estamos à deriva.
TENDÊNCIA
Embora haja uma
incredulidade coletiva entre os rondonienses em relação às pesquisas, há também
uma expectativa em vê-las publicadas, mesmo quando não agradam às partes. A
primeira delas publicada ontem revelou uma disputa bem apertada entre Marcos
Rocha e Marcos Rogério. No entanto, é também a primeira em que Rogério aparece
numericamente à frente de Rocha. Quem tem o mínimo de intimidade com pesquisas
percebe de longe a tendência que uma campanha segue independentemente das
eventuais disparidades dos números apurados. Quando a curva de um é ascendente
e a outra descente, o resultado, caso a velocidade não seja estancada, é
consolidar a subida. Ademais, numa eleição plebiscitária os dados colhidos e
tabulados são menos propícios a erros. Para ser proclamado o vencedor basta um
votinho de diferença no cômputo geral entre os candidatos. Pelos números
divulgados acendeu o sinal amarelo de Rocha.
ESTRATÉGIA
Os adversários do
governador aproveitaram a ausência de Marcos Rocha ao debate promovido por uma
emissora na capital para tirar casquinha pelo não comparecimento do candidato
ao confronto com Marcos Rogério. Ambos estão estrategicamente corretos, seja
Marcos Rocha por não comparecer, seja Marcos Rogério em explorar a ausência do
adversário. No fundo não muda em nada a equação eleitoral, embora o debate em
si ajude às manchetes no dia seguinte. Quem perde somos nós, mídia. O ideal
seria um pool das emissoras para que os debates sejam mais proveitosos, visto
que o atual modelo está obsoleto.
MEDIDAS
Bastou a primeira
viagem política à Brasília, após ser eleito senador por Rondônia, para que
Jaime Bagattoli (PL) revelasse o comportamento político que vai imprimir depois
de empossado. Ao trocar três palavras com este cabeça chata no aeroporto,
Bagattoli não perdeu tempo para vaticinar que as urnas sem o voto impresso
podem sofrer interferências. Perguntado se as urnas que lhe deram a vitória
sobre Mariana Carvalho estão intactas ou sofreram interferência, o senador
eleito desconversou e saiu de perto deste cabeça chata com ar de desagrado. São
dois pesos e duas medidas a posição do senador, desde que o resultado não lhe
seja desfavorável.
SIGNIFICADO
Nos próximos quatros
anos nossa bancada no Senado Federal tem tudo para se destacar nos noticiários
nacionais e locais. Os dois prováveis novos senadores que podem nos representar
são pessoas fora do espectro da política e aparentemente sem a mínima noção da
exata importância do que significa a Casa Alta do Congresso
Nacional.
VERGONHA
Quando estes novos
senadores rondonienses forem instados a expressar as suas opiniões sobre temas
de importância nacional vão terminar virando uma espécie de figuras folclóricas
que vez por outra passam sem deixar lembrança naquela casa senatorial. Rondônia
sempre foi pródiga em eleger tais personagens. Houve um que propôs açoitar
ladrão de galinha em praça pública como meio de ressocialização. Outro, ex-dono
de um jornal da capital, abordava os colegas com propostas tão inusitadas que
deixavam “mensaleiro” com vergonha.
SASSÁ
Caso não reveja
algumas posições e adote prudência no que fala, Jaime Bagattoli pode virar uma
espécie de senador “zumbi”. Ninguém consegue um desempenho respeitoso no Senado
Federal falando besteiras ou com comportamento estridente. Dizem até que nosso
senador eleito é dado a atitudes comportamentais mais acerbas quando suas
opiniões não são assimiladas. Algo que sendo verdade trará muito desconforto na
atividade parlamentar. É preciso ponderação e juízo para não ficar conhecido entre
os pares como mais um “Sassá Mutema”. Perfil, é o que não lhe
faltará para o figurino.
PERDEDOR
Entre os prefeitos
que colocaram familiares na disputa eleitoral o mais perdedor foi o de
Ji-Paraná, Isaú Fonseca. Além de não conseguir eleger o filho, Negão Isaú, o
alcaide teve que engolir seco a vitória de três desafetos do município que
conseguiram a eleição para a Assembleia Legislativa. A continuar pregando
discordância e insultos contra as lideranças de Ji, em dois anos quem pode ser
derrotado nas urnas é o próprio prefeito.
PANCADARIA
Com a polarização da
campanha nacional e com a rivalidade cada dia mais acirrada com a pancadaria
comendo solta, nos estados, não poderia ser diferente, a troca de sopapos está
dando o tom das campanhas. Já era uma tática superada do passado que foi
reciclada no presente em razão das redes sociais que trouxeram de volta a
mentira como nova verdade. Várias são as teorias sobre a “nova verdade” a
partir da disseminação de uma informação como verdadeira fosse e de tão
compartilhada vira verdade. Agora, com a era digital cada vez mais presente em
nossas vidas, ingressamos na era do metaverso. Mas esta fica com as
suas plataformas e os seus avatares para a próxima campanha.
LAMENTAÇÃO
Preocupado
com a repetição dos votos no número 22, Marcos Rocha, do União Brasil, lamentou
na TV em não poder usar e abusar do nome de Bolsonaro na campanha de reeleição.
Como fez em 2018 para vencer Expedito Junior. Na época, Rocha ingressou na
justiça para manter a supremacia do DNA Bolsonaro, e conseguiu êxito.
DISSIMULADO
Nesta
campanha, tentou em vão usar a mesma estratégia mais foi impedido pela
legislação uma vez que o partido de Bolsonaro (PL) tem candidato próprio em
Rondônia, que exatamente Marcos Rogério. Daí levou ao seu programa a queixa:
“muita gente estranhou o fato de eu não pedir votos para o presidente aqui no
meu programa eleitoral. Provavelmente receberei uma multa pelo que vou dizer
agora, mas a verdade precisa ser dita: no início da campanha, mesmo sabendo que
o presidente precisaria do maior número de votos no Brasil, os advogados do
candidato Marcos Rogério, a seu pedido, entraram com ação, proibindo que eu
pedisse votos para o presidente. Fui proibido, legalmente, de pedir votos. E
duas músicas da minha campanha foram censuradas por tentar ajudar o capitão!”.
Tudo dissimulação, por coincidência, em 2018, coube ao coronel impedir na mesma
justiça o candidato a senador Marcos Rogério usar o nome do capitão em sua
campanha. Rogério, agora, deu o troco na mesma medida. E com a mesma banca
jurídica que em 2018 Rocha logrou êxito. Como diz o adágio: "uma dia
da caça o outro do caçador".
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