Terça-feira, 4 de outubro de 2022 - 14h17
PESQUISA
As maiores
críticas estão sendo dirigidas aos institutos de pesquisa, em particular em
Rondônia onde o candidato ao Senado pelo PL, Jaime Bagattoli, aparecia entre os
menos votados e, aberta as urnas, deu uma virada sensacional e venceu o
favoritismo aparente de Mariana Carvalho. Para governo, embora todas tenham
apontado os dois Marcos para o segundo turno, mas Rogério alcançou o governador
e vai às urnas no dia 30 mais favorito do que nunca. Mesmo com as máquinas
públicas sendo utilizadas desavergonhadamente.
ALERTA
O desafio
de Rogério é ter a capacidade de falar para um eleitor ligado à burocracia
pública que está com medo de perder o emprego uma vez que exerce vínculo
empregatício de confiança. Este servidor supostamente ameaçado pode fazer a
pequena diferença. Tanto o senador quanto o governador são bolsonaristas desde
criancinha e, portanto, não se diferem em nada no espectro
ideológico.
RAIZ
O número 22
pode fazer a diferença nas eleições rondonienses caso a propaganda do
governador Coronel Rocha não saiba explicar que ele é também Bolsonaro, um
bolsonarista em dobro, razão pela qual vai às urnas com o número 44, que é a
soma de 22 mais 22. Ademais, o coronel é da base presidencial desde 2018,
chamado de raiz. Vai ser divertido ambos duelando num debate pela paternidade,
em especial com a probabilidade maior de ter pela frente Lula no comando do
país.
EFEITO
ORLOFF
Marcos
Rogério (PL) vai enfrentar Marcos Rocha (União Brasil) nas mesmas condições que
o atual governador enfrentou em 2018 Expedito Junior, ou seja, com o número 17,
na época o mesmo de Bolsonaro. O senador hoje é quem tem o número 22, igual ao
presidente, contra o governador que tem número 44. É o que na década de noventa
popularizou-se como “efeito orloff”.
EXPLICAÇÃO
O “efeito
orloff” se notabilizou, nos anos 90, como um chavão para comparar Brasil e
Argentina. Para quem não sabe ou não lembra, a comparação se inspirava numa
propaganda de vodca dos anos 80, supostamente falsificada. Nela, o ator acorda
numa ressaca desgraçada porque tomou a bebida “batizada” e olhava para o amigo
e dizia: “Eu sou você amanhã”. Hoje, a situação dos Marcos é igual.
FARSA
Quem colheu
uma derrota retumbante foi a deputada federal Mariana Carvalho, derrotada ao
Senado quando liderava todas as pesquisas e aparecia nas mídias sociais com ar
triunfante de vitoriosa com um discurso ideológico da extrema direita quando
até outro dia professava posições tucanas da social democracia
paulista.
FAKE
Mariana
assumiu o modelito bolsonarista: um discurso extremamente conservador com os
mesmos chavões de pátria, família e liberdade. No final o eleitor raiz
rondoniense de Bolsonaro percebeu que as vestes e o novo discurso assumido pela
deputada eram um fake de um marketing mal estruturado e optou em dar vitória ao
Bagattoli que é de fato um extremado raiz do conservadorismo que alimenta as
hordas do presidente. Bagattoli é do agro, é extremado e é um caipira ricaço
com a cara ideológica do bolsonarismo histriônico. A candidatura fake foi
percebida.
ABSTENÇÃO
Pelos mapas
das urnas no estado o eleitor da capital vai ser decisivo neste segundo turno e
os eleitores do deputado Léo Moraes podem definir o pleito. O problema é que
também é um eleitor que tradicionalmente tem menos comparecido às urnas no segundo
turno. Nas eleições municipais passadas a abstenção foi maior que os votos
obtidos pelo prefeito Hildon Chaves na reeleição. Neste ano pode até aumentar
cuja data (30), escolhida para votação, caiu perto de um feriado.
SAÚDE
Qualquer
pesquisa feita revelava a saúde estadual como o ponto mais nevrálgico das áreas
pesquisadas em Rondônia. Um governo que fez muito pouco e que continua com os
mesmíssimos problemas que na campanha de 2018 prometeu resolver, em nada
evoluiu. O hospital Heuro não passou de uma rocha encravada num descampado da
capital, além de irregularidades no processo da escolha jurídica da edificação
sob avaliação dos órgãos de controle.
CONTRADIÇÃO
Mesmo tendo
sido um Secretário de Estado da Saúde medíocre na avaliação da coluna, Fernando
Máximo conseguiu uma grande votação sendo sufragado como o mais votado destas
eleições. Uma votação surpreendente que não foi detectada por nenhum instituto.
Foi uma campanha silenciosa com um resultado para não deixar dúvidas de que Zé
da Touca foi medíocre como secretário, mas competentíssimo na estreia política.
Deu um banho em todos os concorrentes e fez a legenda praticamente
sozinho. Uma contradição que desafia os cientistas palpiteiros de plantão
explicarem. Máximo deu literalmente uma touca na coluna, nos concorrentes e na
saúde. E com a competência que lhe faltou na gestão pública.
ALVO
Um deputado
estadual reeleito vai ter problema muito antes do que imagina os seus
eleitores. Nos bastidores há quem sussure que ele sequer consegue a diplomação.
Os fatos que este cabeça ouviu são de arrepiar. A ver.
ASSUIDADE
Esta coluna
vai passar a ser publicada duas vezes por semana, terças e sextas. O trabalho
será dobrado, mas as autoridades serão incomodadas em dobro.
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