Terça-feira, 14 de novembro de 2023 - 15h29
DESPEJO
Não
é segredo nem para os bagres do Madeira que o Governo do coronel Marcos Rocha
(UB) não é afeito ao cumprimento de ordens quando a questão é despejar
invasores, grileiros, madeireiros, pecuaristas de reservas ambientais e terras
indígenas. Age bem diversamente proporcional quando o despejo é em terras
privadas (latifúndios), criando, inclusive, uma patrulha policial especializada
para combater ocupantes denominados “Sem Terras”.
DESINTRUSÃO
Mas
a letargia governamental de cumprir a lei e devolver aos povos originários
terras ocupadas por pecuaristas, garimpeiros, madeireiros e plantadores do soja
está perto do fim porque o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro
Luís Roberto Barroso, estabeleceu um prazo de sessenta dias para que o governo
elabore um plano para desintrusão de sete terras indígenas, que deverá ser
colocada em prática em um ano.
DESOBEDIÊNCIA
Na
decisão do ministro estão as reservas indígenas de Rondônia Karipuna e
Uru-Eu-Wau-Wau, que deverão ser desocupadas no prazo agora fixado, o que
obrigará Marcos Rochaa promover a desocupação de um setor que ele tem como
eleitor. Ou faz, ou responde pela desobediência. São reservas invadidas no
decorrer dos anos com o beneplácito das autoridades de plantão que optaram em
fechar os olhos para as ocupações ilegais.
CHICOTE
Não
é um problema fácil de ser resolvido uma vez que nestas áreas vivem centenas de
pessoas que passaram a lavrar a terra e expandir seus domínios sobre a área
protegida na medida que o governo se mantinha inerte em preservar as áreas dos
povos originários. Há também sobre a questão uma visão retrógada de parte
considerável da sociedade em cobrar um combate duro e implacável aos invasores
de propriedades privadas e não agir com mesmo rigor em relação às ocupações
ilegais das terras públicas, reservas e áreas indígenas. São dois pesos e duas
meditas, com o açoite do azorrague estalando nas costas dos mais fracos.
IGNÁVIA
Duas
semanas atrás autoridades judiciais, MPF, OAB, Incra, entre outros
representantes da área, se reuniram na capital para avaliar saídas possíveis
para desocupações ou recuperação de áreas destinadas uso especial. Não houve
consenso na forma pela qual a área deverá ser tratada, mas todos sabem
antecipadamente que é preciso que os ocupantes sem perfil sejam desalojados. O
MPF foi claro ao informar que vai requerer a desocupação e não vai negociar
saídas que afrontem a legislação vigente. Uma posição aparentemente inflexível,
mas correta porque assim diz a legislação e como fiscais dela é o dever da
instituição assim proceder. A reunião em si foi produtiva, embora alguns
presentes tenham saído preocupados com o que pode acontecer.
BARRIGADA
A
ausência do governo estadual foi percebida o que revela que mantém a mesma
postura de prostração frente ao problema. A questão agora é saber se a decisão
emanada do STF para que o governo aja com prazo definido também será
descumprida por Marcos Rocha. O que não vai mais acontecer é empurrar o
problema com a barriga.
GRAMPOS
Alguém
tem que colocar limites nas autoridades responsáveis pelas engenhocas
adquiridas para serem utilizadas em investigações criminais. São equipamentos
que ajudam de fato a desvendar ilicitudes de organizações criminosas complexas,
mas não podem, a pretexto de que os fins justificam os meios, serem colocadas
para bisbilhotar pessoas ao arrepio da legislação. Há nas comparações quem
ultrapassa o limite da lei no uso desvairado destas engenhocas sob a alegação
de combate firme ao crime e que somente assim os bandidos são presos.
DIRETO
AO PONTO
É
um entendimento tosco achar que para combater o crime todos os meios são
válidos. Isto é uma ignomínia. Uma vez que a lei é para todos e sem o uso
adequado do sistema judicial e processual abrimos uma porta sem volta à
barbárie. Não há justificativa plausível que permita a um agente público
responsável pela guarda dessas engenhocas usá-las de forma criminosa. Crime é
crime e ponto final.
AUDITAGEM
Os
meios não justificam os fins, mesmos que esses fins sejam supostamente e
aparentemente justos. O ‘lavajatismo’ abriu as comportas da subversão do
sistema processual criminal, o que o STF fechou, mas conseguiu disseminar pelo
país suas mazelas eivadas de ilegalidades necessitando da sociedade um combate
sem tréguas. É preciso que as engenhocas sejam auditadas para que os meios
fraudulentos de investigação não justifiquem sentenças contaminadas. Nos
últimos tempos temos ouvido ruídos de que em Rondônia a ‘grampolândia’ anda
solta. São tantos ruídos que exigem das autoridades limites que a própria lei
já estabelece, precisando apenas ser aplicada.
MANICÔMIO
O
problema da representação política do município de Candeias não é apenas
policial, ao que parece é um diagnóstico simples de pesiquiatria. A prefeitura
do município é um manicômio de prefeitos que fazem da gestão pública atos de
loucura coletiva. A saída é internar a turma num manicômio-judiciário antes que
toquem fogo na cidade. Quando não ceifam a vida do alcaide, assolam o
mandatário de plantão.
GATO
O
furto de energia elétrica, mais conhecido como gato, é feito por ligações
clandestinas que subtraem a eletricidade direto da rede. É uma prática
criminosa prevista no Código Penal, mas que vem sendo praticada
sistematicamente, o que termina por penalizar o usuário honesto. A quantidade
de energia desviada no ano passado, por exemplo, foi de 96 gigawatts, o que
equivale ao consumo de energia de todo o município de Ariquemes por um ano.
Além de ser um ato criminoso, o furto da eletricidade pode causar graves
acidentes e muitos deles fatais.
PREJUÍZO
Os
gatos também prejudicam a qualidade no fornecimento da energia, afinal, a rede
elétrica é planejada para atender aos clientes regulares e cadastrados nos
sistemas da companhia, considerando a carga de consumo declarada por eles.
Ademais, acumulam prejuízos ao estado em torno de 100 milhões em perda de
arrecadação ICMS, recursos estes suficientes para custear 31 mil alunos por ano
nas escolas, comprar 751 ambulâncias ou construir 1.073 casas populares.
DESENROLA
A
Energisa tem colocado à disposição dos consumidores em atraso várias
alternativas para quitação dos débitos, algumas inclusive com descontos
altamente vantajosos nas multas. O próprio programa ‘Desenrola” do Governo
Federal é possível ser utilizado para a quitação desses débitos. O gato é crime
e deve ser combatido uma vez que o prejuízo por ele causado é repassado para
todos.
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