Terça-feira, 22 de agosto de 2023 - 13h43
TRANQUILIDADE
Em
entrevista a um site da capital, o governador Marcos Rocha abordou, entre
outros temas, a Ação de Investigação Judicial que está em fase bem avançada no
Tribunal Regional Eleitoral sobre abuso de poder econômico e que tem condão de
levar à cassação do mandato do governador e vice-governador. Instado a avaliar
a situação, Rocha disse que confia na justiça. Pode-se intuir várias
interpretações da frase, mas deve ser entendida por todos, em particular para
este cabeça chata, que a expressão exalta os princípios da ampla
defesa e contraditório. Razão pela qual a frase “estar tranquilo” foi
ressaltada por Marcos Rocha.
VERSÃO
Entretanto,
nos bastidores, corre um papo de que auxiliares estariam forjando a versão em
encontro regado a vinho com autoridades de outras esferas de que é uma gestão
sem maiores sobressaltos e que trouxe paz entre os poderes, razão pela qual
esta suposta “normalidade institucional” se justificaria para que eventuais
crimes eleitorais fossem interpretados como mera irregularidades. Como é uma
versão reportada à coluna em “off” por uma fonte privilegiada, não temos como
garantir peremptoriamente o que ocorreu, mas na política o limite nunca é bem
delimitado. Fica o registro para que os fatos não surpreendam os atos.
RETALIAÇÃO
Embora
governador, assessores e entorno ideológico tentem repassar publicamente
tranquilidade em relação às ações judiciais na Justiça Eleitoral, em reservado
o clima é de tensão porque sabem que os fatos investigados são altamente
corrosivos e que podem limar o mandato do representado. Qualquer procedimento
que questiona a legitimidade dos meios utilizados ilegalmente para alcançar os
fins eleitorais é preocupante. Principalmente quando tais fatos revelam um
abuso de poder de quem o exerce e sabe com antecedência que atos
administrativos em forma de retaliação ou pressão a servidor público são
vedados.
TENSÃO
A
preocupação aumenta também em razão dos disparos em massa de propaganda por
meio de ferramentas digitais igualmente proibidas pela legislação e que a
campanha de Marcos Rocha utilizou ao enviar a milhares de rondonienses com
mensagem de pedido de voto por WhatsApp. Aliás, inclusive este cabeça chata foi
um dos destinatários que imediatamente descreveu nesta coluna.
REPRISTINAÇÃO
O
ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, decidiu favorável a uma
reclamação constitucional interposta pelo competente advogado eleitoralista
Cássio Vidal que devolveu ao vereador Valdomiro Corá, de Cacoal, o direito de
assumir a presidência do legislativo municipal.
INTROMISSÃO
O
resultado da eleição interna na Câmara dos Vereadores de Cacoal deu empatado.
Invocado o Regimento Interno, que dispõe sobre a proclamação de eleito o
candidato mais velho, a questão foi judicializada com liminar deferida em
primeira e segunda instância impedindo Corá de assumir a presidência do segundo
biênio. A defesa do edil, por intermédio do seu advogado Cássio Vidal, levou ao
STF a reclamação apontando jurisprudência pacificada sobre matéria interna
corporis o que levou o ministro a por ordem na casa e determinar a
imediata posse ao vereador eleito uma vez que em matéria regimental interna não
cabe intromissão do Poder Legislativo, exceto por extrapolação
constitucional.
FÚRIA
Quem
acompanha atento a política do município de Cacoal percebe que há um clima de
animosidade entre vereadores e o prefeito Adailton Fúria com solavancos para
todos os lados. O prefeito manipula bem as ferramentas digitais e por elas
ataca os desafetos de forma furiosa e, por conseguinte, ressalta os bons feitos
da administração que elege como fundamental para revidar qualquer ato crítico
mais acerbo da oposição. Mesmo popular e aparentando sempre um sorriso
publicamente, destila reservadamente toda furiosidade quando contrariado por
algum desafeto. No seu radar está a possibilidade de disputar o Governo de
Rondônia. Sua fúria pelo poder é incomensurável.
CENSO
Não
consta que os prefeitos de Rondônia estejam inconformados com o último censo
demográfico que diminuiu consideravelmente o número de habitantes. Foi um censo
complicado com apuração contestada e que tem refletido negativamente na
distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios e que tem
mobilizado nacionalmente os prefeitos a contestarem a diminuição dos recursos recebidos,
impactando em vários programas e projetos sociais em andamento. Em Rondônia,
por exemplo, vários são os municípios que terão diminuição no FPM, decorrente
do resultado do último censo.
MEIO
AMBIENTE
É
perceptível quem este ano (apesar do calor insuportável) as queimadas no
entorno de Porto Velho sejam menores que em anos anteriores. Esta percepção é
possível nos céus da capital, sem a mesma fumaça de anos anteriores. Isto
não significa que haja uma inesperada consciência ambiental coletiva dos nossos
produtores. Mas é um alento verificar que diminuiu bem a prática milenar de
tocar fogo indiscriminado em pastagens e roçados como forma de preparar a terra
para novas safras.
FISCALIZAÇÃO
Os
órgãos de fiscalização ambiental, diferente dos últimos quatro anos de inércia
e letargia, também voltaram a atuar firmes e coibir na forma da lei as ações
predatórias no meio ambiente de Rondônia. É preciso avançar muito mais e
incutir na consciência dos produtores de que os recursos naturais são exauríveis.
A curiosidade é que não temos nenhuma peça publicitária governamental que
eduque as pessoas sobre a necessidade de manter um meio ambiente
saudável.
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