Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025 - 10h10
A QUEDA
Junior Gonçalves, o
mais longevo chefe da Casa Civil, resistiu o quanto pôde no cargo depois de
trinta dias de fogo cruzado das entranhas do governador. A exoneração chegou
a suscitar apostas nos meios políticos na semana passada, mas somente
ontem (10) foi oficializada no Diário Oficial do Estado. Marcos Rocha
demitiu seu até então principal auxiliar que por seis anos exerceu as funções
como seu fiel escudeiro e articulou de forma espetacular a reeleição. Foi
uma queda anunciada que deixa rusgas profundas.
CONSOLAÇÃO
O Coronel Raulino
Ferreira da Silva, Secretário Executivo do Governo, foi o emissário de Marcos
Rocha que comunicou a Junior Gonçalves a exoneração. Na conversa, Silva chegou
a propor que o próprio Junior requeresse a exoneração, o que foi rechaçado pelo
demissionário. A coluna apurou que o governo chegou a propor uma nomeação da
Jucer como prêmio de consolação, mas Junior Gonçalves rejeitou qualquer
demissão negociada. Restaram rusgas que somente o passar do tempo vai
poder mensurar o tamanho das mágoas acumuladas entre eles.
COMEMORAÇÃO
No entorno do
gabinete governamental houve uma comemoração grande pela demissão do secretário
mais poderoso da era Marcos Rocha. Quem sai forte do episódio é Elias Resende
que, nos bastidores, foi o principal protagonista na fritura de Junior e sonha
em substituir o antigo desafeto. No entanto, Marcos Rocha teria confidenciado
às pessoas próximas que tem dúvidas sobre a indicação de Resende para a vaga.
DESDOBRAMENTOS
É preciso acompanhar
com mais atenção os bastidores do governo para avaliar o desdobramento da
decisão de Marcos Rocha em exonerar o irmão do vice-governador. O fato é que a
candidatura senatorial de Marcos Rocha não vai ser tão tranquila como muitos
avaliavam entre os apoiadores do governador. O episódio apenas agrava as
relações políticas futuras, visto que será o pleito mais disputado em todos os
tempos.
REPUBLICANOS
Legenda do espectro
da direita, mas suscetível aos pragmatismos do momento, o Republicanos vem
sendo o partido cobiçado por deputados federais rondonienses que aguardam a
“janela” (mudança na lei eleitoral) para que possam ingressar sem que percam o
mandato. Os deputados federais Lúcio Mosquini (MDB) e Maurício Carvalho (UB)
andam conversando com Marcos Pereira – presidente nacional do Republicanos,
visando assumir o partido em Rondônia.
DIÁLOGO
Em conversa com a
coluna, Maurício Carvalho informou que é cedo para decidir mudança de partido,
mas não descartou a possibilidade de sair do UB e se filiar ao Republicanos.
Explicou, no entanto, que tem conhecimento do interesse do colega Lúcio
Mosquini na legenda e que ambos vêm dialogando sobre ao assunto: “Eu e Lucio
estamos sintonizados 200%”, garantiu Maurício.
GIGANTISMO
Há em Brasília um
movimento intenso entre os partidos Republicanos, PP e União Brasil para que se
unam numa federação ou mesmo numa fusão. Na primeira opção os partidos formam
um bloco partidário que atua de forma unificada em todo o país e são obrigados
a permanecer juntos por quatro anos. Na segunda, todos os partidos são fundidos
numa nova legenda. Isto significa que nasceria um novo partido com uma bancada
avassaladora e maior que as demais existentes.
REVIRAVOLTA
Caso ocorra a
configuração acima mencionada, necessariamente haverá uma reviravolta nas
direções partidárias. Os atuais presidentes dos partidos União Brasil (Junior
Gonçalves), Republicanos (Aparício Carvalho) e PP (Sílvia Cristina) perdem a
condição de mandatários das atuais agremiações partidárias e uma nova surgiria
com novo diretório.
CANDIDATURA
Mosquini tem
reafirmado que é candidatíssimo a governador e que é único disposto a enfrentar
a disputa nas circunstâncias atuais. Revelou ainda que seu comportamento firme
na defesa dos interesses do setor produtivo o credencia a pleitear a vaga de
chefe do executivo estadual, embora uma campanha majoritária exija um amplo
apoio para se viabilizar, além de apenas um setor econômico. Mosquini pode ser
corajoso como revelou à coluna, mas até os bagres do Madeira sabem que o apoio
de um único segmento da sociedade não é o bastante para vencer um pleito
governamental. É necessário ampliar o espectro, além do candidato exalar um
certo carisma para interagir com o eleitor. Como simpatia não é o forte e os
bois não votam, Mosquini será obrigado a dosar o discurso e sinalizar para os
eleitores como um todo. Uma disputa ao Senado está fora das ambições do
deputado federal.
ENTRAVES
Não é tarefa fácil
para as executivas do PP, União Brasil e Republicanos fundir as três legendas
numa nova agremiação partidária porque existem entraves nos estados por
incompatibilidades entre dirigentes. As dificuldades são imensas para
compatibilizar essas diferenças e unir adversários num mesmo partido. Podem até
professar as mesmas posições ideológicas, mas as brigas regionais e pessoais
são entraves quase intransponíveis para que a fusão avance. No nordeste, por
exemplo, há municípios que adversários são inimigos seculares, com famílias se
digladiando anos seguidos, muitas delas filiadas ao PP, UB e
Republicanos. Entraves que em Rondônia não se repetem.
FICHA LIMPA
A proposta do
deputado bolsonarista Bibo Nunes (PL-RS) em reduzir de oito para dois anos o
período de inelegibilidade, por meio de um projeto de lei que enfraquece a Lei
da Ficha Limpa, ganha força no Congresso Nacional. Em tese, a proposta não altera
a Lei da Ficha Limpa (Lei complementar 135, de junho de 2010), a tática é
alterar a Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar 64, de maio de 1990),
dando-lhe uma nova redação e interpretação com menos alcance.
INCONSTITUCIONALIDADE
A mudança em tramitação
da Lei Complementar 64, dificilmente o Supremo Tribunal declararia
inconstitucional, embora casuística e no formato para beneficiar Jair
Bolsonaro. Como o Congresso Nacional pôde ampliar esse prazo por meio da
Ficha Limpa ao alterar a Lei das Inelegibilidades, também tem a prerrogativa de
reduzi-lo mediante aprovação de um novo projeto. Portanto, a mudança da norma
que visa salvar Bolsonaro é perfeitamente constitucional.
CONTUMAZ
Ainda que o Congresso
aprove a nova lei para livrar Jair Bolsonaro da inelegibilidade, há uma chance
enorme da estratégia dar errada para o destinatário do casuísmo uma vez que ele
(Bolsonaro), enquanto presidente, foi um contumaz transgressor da lei e existem
vários procedimentos judiciais em andamento que tendem a inabilitá-lo novamente
para as eleições 2026. Especialmente sob a relatoria de Alexandre de Moraes. A
contumácia de ilegalidades do ex-presidente fatalmente deverá deixá-lo
inelegível outra vez. O projeto da anistia, outra saída jurídica que poderia
safá-lo do cadafalso eleitoral, perdeu a força com a nova proposta de reforma e
mutilação da Lei Complementar 64.
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