Terça-feira, 7 de novembro de 2023 - 14h48
RECONHECIMENTO
Embora seja reconhecida internacionalmente como
uma das vozes fortes em defesa da causa indígena e ambiental, a indígena
rondoniense Txai Surui, é desconhecida pela maioria dos seus conterrâneos. É um
ser humano notável, deveria ser homenageada pelas nossas autoridades, as mesmas
que, recentemente, concederam um título de cidadão de Rondônia ao primeiro
ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Mas optam por homenagens que terminam
sendo vergonhosas para os conterrâneos.
REFERÊNCIA
O consistente e importante discurso da jovem
rondoniense líder indigenista proferido na última Cúpula do Clima (COP-20), em
Glasgow, na Escócia, foi tema da questão número 74 do Enem. Txai é atualmente
uma referência mundial sobre as questões climáticas e indígenas, mas não é ouvida
em Rondônia por nossas autoridades.
EXTREMADOS
Enquanto Rondônia tem uma ilustre liderança
sendo referência no exame nacional do Enem, parte da base parlamentar estadual
no Congresso Nacional foi às redes sociais reverberar um discurso extremado destacando
repulsa às três questões sobre os reflexos predatórios do Agro no Meio
Ambiente. No entanto, sobre Txai, igualmente destacada no exame, nem um mínimo
sussurro. É mais uma bancada a ser esquecida pela história, a exemplo de Raquel
Cândido (cassada), Jabes Rabelo (cassado) e Nobel Moura (cassado). Todos
limados da política por condutas inadequadas ao decoro.
AÇÃO
Já são quinze operações da Polícia Federal em
Rondônia, nos últimos três meses, envolvendo crimes ambientais. São ações de
combate à exploração e tráfico de diamantes, garimpo ilegal, desmatamento,
invasão de terras indígenas, entre outras. É preciso também que as autoridades
estaduais façam sua parte e combatam firme tais crimes, visto que nas últimas
quarenta e oito horas, Rondônia registrou 121 focos de incêndio criminosos,
segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). A população manauara
sofre com a fumaça que cobre os céus da cidade. Sem a continuidade de ações que
coíbam as queimadas e invasões, os céus rondonienses tendem a perder o azul e
virar cinza, em razão da cumplicidade de quem deveria combater o
fogaréu.
DESFILIAÇÃO
Mesmo publicamente negando a desfiliação do PL,
o senador Jaime Bagatolli está de malas prontas para deixar a legenda depois
que Marcos Rogério recuperou a direção estadual do partido. O senador
vilhenense conversa com o Partido Novo e PP.
PAU OCO
Está em fase de alegações finais na Justiça
Estadual o processo criminal originalmente iniciado por uma operação policial
denominada “Pau Oco”, de responsabilidade da Delegacia de Polícia de Repressão
às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). Foi uma ação policial que atingiu na
época o governador Daniel Pereira, além de outros servidores estaduais lotados
na Secretaria de Desenvolvimento Ambiental.
MANIPULAÇÃO
A coluna teve acesso às alegações finais,
contendo referências às escutas originais feita pelo “Guardião”, e ficou
surpresa ao perceber que degravações foram supostamente manipuladas por
policiais, com a troca de nomes de empresário investigado com o de um servidor
público, visando alcançar o ex-governador Daniel Pereira em condutas criminosas
que aparentemente não deu causa. Nos diálogos entre policiais é possível
verificar que um deles roga a Deus para que a manipulação, esta sim, criminosa,
fosse descoberta pelos advogados dos acusados. Prece, graças ao poderoso, não
atendida e tramóia desvendada.
ENVENENADA
A ‘Pau Oco’ tem em tese todos os elementos
coligidos nos autos com veneno suficiente para anular o troco das investigações
e se tornar uma árvore investigativa de fato oca sem provas lícitas para dar
algum fruto sancionatório justo e digno da persecução penal. Como previu o
próprio delegado, é um caso de ação de regresso para alcançar aqueles que
exacerbaram das funções públicas para alcançar interesses ilegalmente
inconfessáveis. De tão oca que é a investigação, que a árvore restou
envenenada.
GRAMPO
O país está envolto em instituições afetadas
pela contaminação política na sua mais abominável concepção filosófica e
prática. São grampos feitos ao arrepio da legislação e voltados a alcançar
desafetos independentemente de que sejam bandidos ou não. Pior ainda quando um
grampo legal é degravado de forma manipulada para alterar os fatos e alcançar
os desafetos ilegalmente, ao que parece em tese ser o caso da investigação
denominada “Pau Oco”.
DESGASTE
Embora esta coluna tenha sido ácida nas
críticas com a administração de Daniel Pereira ao apontar inconsistências
governamentais entre o que pregava e o que executava, o envolvimento do seu nome
na “Operação Pau Oco”, antes de virem à tona as supostas manipulações, foi aqui
pautado com cobrança de uma investigação dura, rápida e justa. Além de críticas
acerbas ao investigado. Daniel sofreu o desgaste político enorme com aquela
ação policial que levou ao cárcere pessoas da sua confiança, pondo em dúvida em
extensão a sua honorabilidade.
ESCUSAS
Caso a sentença confirme a suposta manipulação
nas investigações, merece, por coerência jornalística, o pedido de escusas de
todos os detratores. Inclusive nosso. O que fazemos antecipadamente. Quem tem
acesso aos fatos intactos conclui de forma singular a inocência do
ex-governador num enredo policialesco que exige da justiça a repulsa. A
"Pau Oco" revela uma gente desmiolada que acha que tudo pode, mas que
exige limite.
SINJUR
Foi um tiro no pé da atual direção do Sindicato
dos Trabalhadores no Poder Judiciário (SINJUR) a convocação de uma Assembleia
Extraordinária cujo objetivo era destituir a Comissão Eleitoral, por ela
nomeada, em razão do deferimento da inscrição da Chapa 2, de oposição. Dos
1.121 sindicalizado presentes a convocação, 1.041 votaram contra a destituição
da comissão, referendando seus atos. O resultado sugere humor da categoria com
a letargia e inércia sindical que assola a entidade classista. Um tiro em alvo
certeiro.
PERPETUAÇÃO
É impressionante como as castas sindicais país
afora utilizam dos expedientes mais ignominiosos para se perpetuarem nas
entranhas dos Sindicatos, especialmente agora que a Suprema Corte reavivou o
malfadado imposto sindical estimulando a pelegagem a manobrar para a
perpetuação nas direções.
PAPAGAIO
O gaúcho de Bagé que virou delegado de polícia
e deputado estadual em Rondônia, Rodrigo Camargo, não é afeito a críticas e
anda tentando amedrontar profissionais da imprensa com processos. Um método que
não assusta nem um foca (jornalista iniciante), nem tão pouco impede que seu
mandato seja esquadrinhado pela mídia. A coluna tem evitado avaliar a produção
legislativa do parlamentar até porque por enquanto está muito medíocre em
relação às necessidades da população. É um parlamentar com um discurso
monocórdio que atua exclusivamente e circunstancialmente em temas de costumes.
Repete feito papagaio a mesma bobagem extremista dos perdedores das eleições
nacionais, ostentando no peito, como forma de aparecer, uma frase de negação ao
candidato vencedor. Ainda não sabe diferenciar as funções parlamentares das
policiais, razão pela qual utiliza uma insígnia de Xerife nas propagandas
pessoais eleitorais, embora a insígnia seja de uso exclusivo do servidor
policial em trabalho. A papagaiada contra a imprensa não passa de intimidação.
O que não cola em períodos de democracia plena.
ELOGIOS
Já as reações do delegado deputado contra o
aumento do ICMS são justas porque soube defender os interesses dos
contribuintes e não os do governo, como fizeram os colegas de parlamento. Neste
caso, quando Rodrigo Camargo se afastou do extremismo e defendeu uma boa causa,
as críticas feitas contra sua oposição ao aumento de tributos, na imprensa,
foram no mínimo equivocadas. Neste especial caso, a coluna enaltece a posição
altiva do deputado uma vez que aumento de impostos empobrecem a população. Sua
reação contrária à majoração merece todos os elogios. Embora este cabeça chata
abomine o reacionarismo nos temas sobre costumes.
MÉRITO
Imortal da nossa Academia Rondoniense de
Letras, detentor de título cidadão rondoniense e, recentemente, laureado com o
título de cidadão de Santarém (PA), Dimis da Costa Braga é um magistrado com
todas as homenagens meritórias por sua capacidade humana de comunicação,
perspicácia intelectual, formação filosófica sólida, literário de primeira
linhagem e juiz que honra a toga ostentada. No último evento a ARL, em Porto
Velho, o discurso do confrade enaltecendo o ingresso dos novos imortais é uma
obra literária a ser destacada em qualquer exame histórico a ser objeto de
estudo no futuro. A coluna se junta aos que o homenageiam.
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