Sexta-feira, 4 de novembro de 2022 - 08h15
MANIFESTAÇÃO
O bloqueio feito pelos caminhoneiros nas rodovias de
Rondônia e do Brasil é ilegal, imoral e absurdo. Não há uma pauta de
reivindicação que seja negociada como ocorreu anos atrás. É um movimento
antidemocrático com o objetivo de desrespeitar a lei eleitoral que proclamou o
vencedor das eleições com a maioria dos votos no pleito do dia 30 passado. É ilegítimo
e ilegal porque propõe a ruptura constitucional ao pedir que seja dado um golpe
de estado e instalado um governo oriundo da caserna. As multas aplicadas e os
desdobramentos judiciais poderão ser pesados para os seus organizadores e podem
servir de exemplo para inibir outros movimentos golpistas que se formarão após
a posse do presidente legitimamente eleito.
AGRESSIVIDADE
Os extremistas e líderes do movimento que fechou as BRs são
agressivos, desrespeitosos e golpistas. Não é somente no Brasil que tais grupos
promovem todo tipo de baderna com o interesse de instalar o caos para
desmoralizar as instituições e enfraquecer a democracia. No Brasil, diferente
de outros países, as forças policiais foram lenientes e permitiram que o
movimento fosse paulatinamente criando corpo país afora.
CONTAMINAÇÃO
Há claramente uma contaminação ideológica em corporações
policiais que revela a subversão total ao regime democrático e as regras que
estabelecem limites nas funções públicas. São corporações, a exemplo da PRF,
que deveriam servir ao estado brasileiro e jamais ao governante de plantão. As
redes sociais comprovam muitos deste servidores públicos agindo fora das regras
da administração pública. Esta
contaminação tem que ser exemplarmente apurada para que a corporação seja
depurada e não utilizada de forma ideológica atentando contra o regime
democrático.
SILÊNCIO
Os políticos rondonienses mantiveram um silêncio e evitaram
condenar as interrupções criminosas das nossas rodovias. Embora o próprio
presidente Bolsonaro tenha pedido que as BRs fossem desobstruídas para não
causar prejuízos à economia e não impedir o direito de ir e vir da população,
os membros da bancada federal optaram pelo silêncio e alguns até apoiaram a
insanidade.
OPORTUNISTA
As redes sociais do deputado federal Lúcio Mosquini (MDB),
por exemplo, reforçavam a simpatia ao movimento com reproduções de mensagens
defendendo o golpe militar. Um oportunismo que contrasta com quem venceu
mandatos eletivos pela via democrática do voto. Lúcio conhece como ninguém o
que é ser julgado pelo senso comum sem direito ao contraditório e ampla defesa
e reproduz em suas redes os mesmos erros. Não aprendeu nada com as próprias
injustiças. E ao defender intervenção com ruptura constitucional para que o
presidente eleito legitimamente seja impedido de assumir está anuindo que o
próprio mandato de deputado federal também seja abreviado por um golpe militar.
COAÇÃO
Os extremistas rondonienses não têm limites nos atos
insanos de coação às pessoas que não concordam com este movimento criminoso que
deflagraram. Em Cacoal e Vilhena chegaram a distribuir uma lista com nomes de
pessoas e empresas que não apoiaram Bolsonaro para que sejam hostilizados e
boicotados. Os responsáveis pela divulgação desta lista, sendo identificados,
podem responder por ação de dano moral e criminal. Na capital várias pessoas
estão sendo vítimas de assédio moral e injúrias morais e raciais que podem
terminar em juízo.
DESDOBRAMENTO
O ministro Alexandre de Moraes avisou que vai exigir que os
líderes dos insurretos antidemocráticos sejam responsabilizados pelos prejuízos
deste movimento de insanos e deu prazo para que a PRF encaminhe ao seu gabinete
os nomes dos proprietários dos caminhões que obstruíram as rodovias, as multas
aplicadas e outras sanções adotadas. Quem conhece a coragem do ministro
enfrentar seus desafetos sabe que haverá desdobramentos judiciais contra os
organizadores desta ação criminosa promovida pelos extremistas de direita. Não
houve a adesão da maioria da população a baderna dos caminhoneiros que exigiam
intervenção militar.
FILIAÇÃO
Pode ser prematura a filiação do prefeito da capital Hildon
Chaves ao União Brasil, dois dias depois que comemorou a vitória do governador
Marcos Rocha para mais um mandato. Contudo, as últimas decisões tomadas pelo
alcaide de Porto Velho, a exemplo do rompimento com o antigo grupo político,
aparentemente precipitadas, terminaram revelando que suas decisões inesperadas
estavam corretas e conectadas com uma nova realidade política estadual que está
se formando a partir da renovação dos quadros políticos do estado. Hildon já
havia sinalizado a desfiliação do PSDB ainda em março passado. A desfiguração
do PSDB nestas eleições e a eleição de uma bancada federal minúscula reforçaram
a decisão do prefeito em sair do partido.
Com a desfiliação os tucanos em Rondônia estão reduzidos a uma
agremiação nanica e sem muita importância.
PATRIMÔNIO
Hildon Chaves passa a ser o político mais influente no
estado e vai começar a expandir esta influência pelo interior do estado para
que em quatros anos possa alçar voos maiores: seja uma candidatura ao governo,
seja numa candidatura ao Senado. Mesmo que não imprima nos próximos dois anos o
mesmo ritmo de obras que tem marcado a administração da capital, ainda assim
será lembrado como o prefeito que arrumou a cidade. Porto Velho era conhecida nos meios políticos
como "cemitério" dos prefeitos, mas com Hildon este paradigma foi
quebrado. Ingressou na política com um
patrimônio pessoal milionário e não precisou meter a mão no erário para
enriquecer no cargo público e, portanto, amealhou também um patrimônio político
invejável que tem tudo para ser longevo.
DISPUTA
Nos bastidores começam as especulações sobre quem vai ser o
próximo presidente da Assembleia Legislativa uma vez que a coligação que ajudou
a eleger Marcos Rocha possui mais de um nome em condições de disputar a
presidência do Poder Legislativo. Ieda Chaves e Alex Redano são nomes que
despontam para o cargo e podem entrar num acordo para que ambos possam ser
eleitos no mesmo dia para cada biênio, definindo apenas entre os dois quem
começa presidindo o biênio de 2023 a 2024.
Laerte Gomes, o deputado mais votado, perdeu a condição de favorito em
razão da derrota de Marcos Rogério, candidato ao governo cuja campanha o
deputado foi um dos próceres.
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