Sexta-feira, 20 de janeiro de 2023 - 12h19
TERRORISMO
Mesmo que ainda
haverá o enfrentamento no plenário do Supremo Tribunal Federal sobre as
tipificações corretas dos atos considerados terroristas contra a democracia e
os monumentos públicos da capital federal, no último dia 8, os acusados do
vandalismo e atentados contra a ordem constitucional vão sofrer penalidades
duras como exemplo para aqueles que ainda flertam com um golpe de estado.
PAUTA
Na medida que os
financiadores e envolvidos no vandalismo forem identificados, inclusive nos
fechamentos das rodovias, serão intimados. Algumas destas pessoas em Rondônia
estão sendo monitoradas e deverão ser responsabilizadas. Com o retorno das
sessões do STF na próxima semana, as ações dos “patriotas” terroristas devem
ser pautadas e votadas no plenário. Ao que parece esses insurretos vivem uma
realidade paralela e ainda não perceberam as barbaridades que cometeram. Com
essas denúncias pautadas é possível que a ficha da realidade caia.
TRÉGUA
Mesmo antes de
assumir as funções presidenciais o governo de Lula começou a ser contestado
através dos atos golpistas. É a primeira vez que uma gestão não consegue a
trégua dos cem primeiros dias para sinalizar aos eleitores e ao mercado
financeiro para que veio.
ERRO
O terceiro governo
Lula vive um momento de extrema complexidade com o país ainda dividido em razão
de uma horda raivosa que não digeriu a derrota e não consegue compreender que
na democracia a alternância de poder é algo extremamente salutar. Sem a trégua
costumeiramente concedida a quem entra, Lula é obrigado a governar no fio da
navalha para que não cometa um único erro, uma vez que os golpistas torcem cada
dia para que ocorra e que justifique a volta da turba às ruas, o caos se
instale e derrube o governo democraticamente eleito. Lula não pode errar, particularmente
no que fala onde costuma exagerar no uso inapropriado dos eufemismos.
RESERVA
Com Marina Silva no
Ministério do Meio Ambiente as ações de combate firme ao desmatamento, ao
garimpo e à extração vegetal nas reservas extrativistas e ambientais vão voltar
a ser intensificadas depois de quatro anos de relaxamento nas ações
governamentais. A reserva extrativista de Jacy-Paraná, por exemplo, é apontada
como uma das mais desmatadas na Região Norte, abrigando atualmente cerca de 200
mil cabeças de boi. Uma reserva extrativista sem fiscalização e que tem perdido
sua condição de preservação apesar de um acordo firmado entre o Governo de
Rondônia e o Ministério Público Estadual.
REPORTAGEM
Como a atividade
pecuária é proibida por lei em unidades de conservação como a Jacy-Paraná, a
criação de bois tem aumentado cada ano que passa sem que os órgãos de
fiscalização cumpram a lei e forcem que os pecuaristas daquela região sejam
submetidos às regras. Uma reportagem assinada pelo jornalista João Guilherme
Bieber, na qual esta coluna se socorre, revela o tamanho do problema a ser
enfrentado pela ministra Marina Silva.
CUMPLICIDADE
O que não faltam aos
pecuaristas desta reserva são apoios políticos para que avancem seus pastos
sobre a floresta e provoquem mais danos irreversíveis ao meio ambiente
protegido por lei. Do contrário, já tinham sido enxotados da área. Esta
cumplicidade entre autoridades e pecuaristas é tão embricada que em alguns
casos não é possível saber onde vão as extensões destas relações.
INÉRCIA
A inércia pública em
cumprir as funções fiscalizatórias fez com que as ilegalidades aumentassem em
um grau tão avassalador que uma desocupação dessas atividades imediatamente é
tocar fogo em nitroglicerina. Embora, independente da combustão a ser explodida,
a legislação tem e deve ser cumprida por negociação ou uso dos instrumentos
repressivos que o estado dispõe para que a ordem pública seja restaurada.
TOLERÂNCIA
Não é possível
tolerar a permanência de uma inércia com feição criminosa dos órgãos de
fiscalização que permitem uma pecuária extensiva numa área protegida e que
tende também a ceder espaço para uma agricultura altamente predatória para a
Amazônia que é a soja. Uma cultura em plena expansão em Rondônia que avança a
passos largos para toda a Amazônia, mas que é insustentável porque desmata,
emprega muita pouca mão de obra e enriquece somente quem a cultiva. Razão pela
qual setores do agronegócio são visceralmente contra as posições defendidas
pela ministra Marina Silva, todas em defesa da proteção às reservas e à
sustentabilidade.
ENFRENTAMENTO
Cedo ou tarde o
problema virá à tona feito rastilho de pólvora. Ao que parece, diferente do
governo estadual, o federal não tolera o avanço dessas atividades em áreas
protegidas por lei. Não só a reserva de Jacy é um problema a ser resolvido, há
outras em Rondônia vítimas da ganância pecuarista, extrativista e garimpagem. O
enfrentamento é pule de dez. Anotem!
MANIPULAÇÃO
Houve uma tentativa
de legalização por legislação estadual diminuindo a área da reserva do Jacy, o
que denota a articulação política que existe quando a questão vem à tona. A
manipulação legislativa não vingou porque o Tribunal de Justiça declarou a lei
estadual inconstitucional, depois da provocação feita pelo MP. Há várias normas
estaduais com mudanças na legislação ambiental sendo declaradas
inconstitucionais e outras aguardando serem declaradas, o que revela a simbiose
óbvia entre essas atividades e a política. O que explica em parte a inércia da
fiscalização. Na reportagem, é possível ter a ideia do tamanho do problema a
ser enfrentado pelo governo de Lula. Uma descrição feita de forma isenta, clara
e precisa pelo autor da matéria.
DISPUTA
A disputa pela
presidência do Senado Federal entre o rondoniense Rodrigo Pacheco (PSD) e
norte-rio-grandense Rogério Marinho (PL) vai movimentar a semana em Brasília.
Mas Pacheco é favorito e dificilmente perde a disputa para o bolsonarista
Marinho. Na Câmara Federal a eleição do alagoano Arthur Lira para mais um
mandato é fava contada. Lira conseguiu apoio de petistas e bolsonaristas. Os
opositores nas duas casas vão fazer barulho porque é parte do show, embora
Pacheco e Lira devam ser eleitos com facilidade.
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