Terça-feira, 17 de dezembro de 2024 - 16h58
DEMISSÃO
A exoneração do Secretário de
Juventude, Esporte e Lazer, Júnior Lopes, não alterou a situação de custodiado.
Desde a prisão ele foi levado para o Urso Branco, embora a defesa tenha
requerido sala especial em razão das funções de estado. Ocorre que o STF decidiu
anteriormente que em casos similares os custodiados não possuem o privilégio e
devem aguardar o julgamento nos presídios comuns, caso uma outra decisão em
sentido contrário não seja prolatada.
DELAÇÃO
A coluna apurou que após a prisão as
autoridades com as quais Lopes se relacionava teriam o abandonado à própria
sorte. As poucas pessoas próximas ao ex-secretário estariam estimulando-o a
fazer uma delação premiada, visto que as condutas supostamente criminosas a ele
imputadas não poderiam acontecer sem a anuência de terceiros interessados nos
eventos investigados. A possibilidade de abrir o bico estaria deixando setores
da política em polvorosa.
VAZAMENTO
Ao que parece a prisão de Lopes teria
sido afastada por não influenciar na coleta das provas, mas as suspeitas de que
a operação vazou e o investigado ao tomar conhecimento destruiu provas
obrigando o juízo a decretar a sua prisão para garantir o que dispõe o artigo
312 do Código de Processo Penal.
MURMURINHOS
Há nos bastidores boatos sobre duas novas
operações contra autoridades estaduais e municipais, nenhuma delas
objetivamente confirmadas. Apesar dos murmurinhos, o movimento de policiais na
pista do aeroporto da capital sugere algo nos céus de Rondônia que não são
apenas aviões. Boatos sempre são desprezados por este cabeça chata por razões
óbvias, mas em se tratando de algumas das nossas autoridades que adoram
estripulias é notícia que pode render manchetes.
RODOVIÁRIA
Na coluna passada avisamos que a
insistência de Hildon Chaves em inaugurar o terminal rodoviário da capital sem
a devida conclusão terminaria obrigando os órgãos de controle a intervirem para
que o açodamento do prefeito não fosse levado a cabo. Não deu outra.
Liminarmente o Conselheiro do TCE, Valdevino Crispim, suspendeu a inauguração
da obra inacabada.
MULTAS
Não é razoável gastar numa festa de
inauguração em que a estrutura inaugurada não esteja em condições de funcionar
no dia seguinte ao evento. Aliás, o descumprimento reiterado de decisões do TCE
pelo prefeito da capital tem lhe causado prejuízo com multas altíssimas, mesmo
para quem é abastado. Hildon prometeu recorrer da decisão, algo normal e dentro
das regras democráticas. Bem diferente dos arroubos que costuma vociferar
quando é contrariado.
CAOS
Não bastasse Rondônia constar com o
maior índice de queimadas, a pior qualidade do ar em ambiente mundial e maior
destruição ambiental registrada em décadas, o Governo do Estado tenta promover
um tratoraço sobre as normas ambientais.
FISCALIZAÇÃO
O Ministério Público de Rondônia
ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a Lei 5.868/2024,
que devastou a governança climática e a gestão dos recursos do mercado de
carbono de Rondônia.
EXCLUSÃO
A lei estadual aniquilou a participação
social na execução das políticas ambientais e centralizou todo o poder
decisório na Secretaria de Desenvolvimento Ambiental, enfraquecendo o papel
deliberativo do Conselho Gestor e afastando os olhares da sociedade das ações
desenvolvidas pelo governo.
ENFRAQUECIMENTO
Além disso, a nova norma modifica a
composição do conselho, aumentando a representação governamental e diminuindo a
participação de entes municipais.
INCONSTITUCIONAL
O MPRO argumenta que a lei apresenta
vícios formais e materiais de inconstitucionalidade. Expressamente, ela
desrespeita a repartição de competências entre União e Estados prevista na
Constituição Federal, além de violar normas gerais federais como a Política
Nacional sobre Mudanças Climáticas. No aspecto material, a lei suprime a
participação civil, afronta o princípio da democracia participativa e
enfraquece o direito ao meio ambiente equilibrado, promovendo retrocesso
ambiental para agradar o agro mais atrasado e mais predatório da região.
AUTORITARISMO
A nova legislação centraliza a gestão dos recursos do Fundo de Governança Climática na Sedam e alterou o funcionamento do Conselho Gestor, tentando passar o trator na fiscalização, na transparência e na participação social. Agora vamos aguardar a intervenção de um magistrado, a pedido do MP, para colocar a casa em ordem evitando que passem a boiada por cima do pasto e da lei.
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