Terça-feira, 23 de abril de 2024 - 13h19
ESPAÇOS
Noviça
na seara política e pré-candidata a prefeita da capital pelo MDB, a juíza
aposentada Euma Tourinho fez um bom périplo nos meios de comunicação divulgando
a pretensão e expondo o que pensa em linhas gerais para o município Porto
Velho. Ainda não formulou nenhuma proposta diversa daquelas que os concorrentes
pensam, mas a participação na imprensa tem sido firme e permeada por polêmicas
desnecessárias, a exemplo da fustigada que deu no atual presidente da OAB,
Márcio Nogueira.
ENTREVERO
Durante
a entrevista na TV Norte o repórter exibiu um papelote com temas e nomes para
que a pré-candidata do MDB comentasse. Entre eles, apareceu o nome de Márcio
Nogueira, com quem a ex-presidente da Associação dos Magistrados de Rondônia
trocou palavras ríspidas em razão das atribuições profissionais que ambos
representam.
INGENUIDADE
Quando
o nome Márcio Nogueira foi apresentado, Euma requentou a troca de palavras
ásperas que protagonizou com o representante da advocacia como se ainda
dirigisse a entidade dos magistrados. Faltou à pré-candidata filtro e
assessoria para que evitasse gafes ou abordagens acerbas sobre temas que o
eleitor percebe o descompasso e o destempero do candidato. Euma Tourinho foi
ingênua enquanto pré-candidata ao tomar como pessoal algo classista ao expor
numa entrevista um entrevero que estava circunscrito entre os operadores do
direito. Embora seja boa de lábia e segura no que fala, é presa fácil na
política para cair em armadilhas. Em particular nos debates.
ATENTAI
Apesar
do erro, o saldo político de Euma Tourinho no périplo na imprensa é positivo e
revelou uma pré-candidata ousada e disposta a ultrapassar as dificuldades de
uma campanha ancorada num MDB sem a mesma capilaridade de outrora. Como diria
no jargão do ex-senador Mão Santa: atentai bem, Euma veio para atropelar quem
estiver pela frente. Seu maior desafio inicial será conter um partido dado a
puxar o tapete dos seus filiados sem cumplicidade e laços firmes com os
burocratas que anos após anos dominam as estruturas do diretório municipal.
PERFIL
Tenho
visto nas mídias sociais pessoas apontando a emedebista como alguém com perfil
autoritário. Nos contatos com este cabeça chata a juíza aposentada sempre
dispensou um tratamento com presteza e respeito. Não a vejo como uma autoritária
como tentam colar, decerto em razão de ter sido uma magistrada severa nos
embates das lides. No entanto, é conhecida por ser uma pessoa geniosa e ríspida
quando confrontada. Daí a confusão do perfil grotesco que espalham sobre ela na
rede mundial. Nunca é demais lembrar que na política os excessos costumam ser
fatais.
BLEFE
Quem
acompanha os movimentos dos bastidores na corrida sucessória da capital deduz
que a pré-candidatura a prefeito de Marcelo Cruz, presidente da Assembleia
Legislativa, é blefe com interesses políticos ainda não claros. Uma candidatura
majoritária para um mestre de bastidor da qualidade de Cruz se constrói ao
longo do tempo, reunindo em torno de si um amplo leque de aliados e partidos.
Não é o que acompanhamos. Ao contrário, presenciamos o Marcelo Cruz, durante um
evento em Brasília, indicando que seus planos não passavam pela prefeitura da
capital. Se mudou o projeto, pode ser tarde para arregimentar novos parceiros,
o que a coluna não acredita uma vez que de bobo ele não tem nem o sobrenome.
ABRAÇO
AFAGADO
Embora
sendo o prefeito de Porto Velho mais bem avaliado entre os que já administraram
o paço municipal, Hildon Chaves começa a ser criticado exatamente pelo maior
portfólio da gestão, que são as dezenas de quilômetros de camada asfáltica
executadas nestes seis anos. É que o asfalto tem provocado alagações em áreas
que as obras suplementares de esgotamento sanitário não foram realizadas de
forma correta, alagando diversas casas e causando prejuízos às pessoas. É
induvidoso que Chaves é bom gestor: austero, honesto e preparado. Isto não
significa que não erre. E está aí um buraco administrativo que pode alagar a
campanha eleitoral e afogar as chances da pupila em sucedê-lo.
TEMPO
Alguns
pré-candidatos a prefeito nos municípios que facultam canais de TV e Rádio não
estão atentando para os espaços de veiculação destinados aos partidos na
campanha eleitoral pela legislação. É que muitos deles dispõem de frações de
minutos para os programas televisivos e radiofônicos, o que é muito pouco para
quem sequer é conhecido pela maioria do eleitor. Restarão as redes sociais onde
é possível propagar uma candidatura e derrubar favoritos. Ocorre que nem todas
as pessoas viralizam e nem todas conseguem empatia com este mundo cada vez mais
especializado e permeável a algo sério.
TOLERÂNCIA
Os
partidos rondonienses de esquerda não demonstraram publicamente que pretendem
caminhar unidos para enfrentar candidatos declaradamente do espectro da
direita, inclusive autoproclamados extremistas. Isto revela uma das razões
pelas quais cresceu o eleitorado mais conservador, expondo uma intolerância
inimaginável anos atrás. Ao que parece, nem a esquerda se tolera. Pelo menos é
esta a percepção que está passando ao eleitor mais sintonizado com uma terra
que não é plana.
VENTRÍLOQOU
Em entrevista a uma emissora da capital a pré-candidata Mariana
Carvalho, ungida de Hildon Chaves como sucessora, usou maior tempo para
defender os feitos da administração do chefe político, o que é algo natural em
razão do apoio, mas precisa abordar pontos e gargalhos da capital que o eleitor
quer ouvir, visto que é ela a candidata e não mais Chaves. Mariana tem que
propor algo de concreto para que o eleitor compreenda e veja nela alguém capaz
de administrar uma cidade da complexidade de Porto Velho. Ninguém vota em
ventríloquo. Este filme o eleitor da capital conhece, e rejeitou.
NUVENS
A meteorologia continua carregando os céus de Rondônia. É que a
turma mais alvoroçada insiste em malfeitos. Pelo que a coluna tem apurado, os
céus de Rondônia vão continuar tempestuosos com nuvens carregadas.
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