Terça-feira, 22 de novembro de 2022 - 11h39
CRIMES
Os atos de terror
praticados nos últimos dias por participantes do movimento antidemocrático em
Rondônia, que lutam por intervenção militar, ruptura à carta constitucional e
por deslegitimação das eleições, ultrapassaram quaisquer limites do razoável.
Decerto em razão de leniência dos órgãos de repressão em agir imediatamente às
primeiras ações criminosas de impedir o direito inaliável das pessoas de
transitar pelas nossas rodovias livremente. Na medida que os atos
antidemocráticos não atingiam seus objetivos de forma supostamente “pacífica”,
era previsível que iria se acirrar com os atos terroristas que foram
perpetrados contra quem não concorda com a insanidade fascista.
LENIÊNCIA
Ou faltou dos órgãos
de segurança capacidade técnica (inteligência) para antever o acirramento
destes atos em Rondônia, ou houve leniência de quem deveria combater com
firmeza as obstruções das nossas rodovias. Incendiar caminhões, ameaçar
integridade física de quem tenta romper as barreiras nas estradas e mandar bala
em prédios da imprensa não podem ser tolerados pelas autoridades estaduais.
Quando a violência passa a ser o principal instrumento de luta dos líderes
antidemocráticos, a escalada do terror tende a aumentar caso não sejam tratados
dentro dos parâmetros estritos da lei que o caso requer. O mais contraditório
desse movimento é que utilizam palavras bíblicas como forma vil de justificar
suas ações brutais.
PERFIL
O estado de Rondônia
tem sido uma das unidades federativas do país de ressonância política dos
bolsonaristas inconformados com o resultado das urnas no tocante aos votos que
sufragaram Lula reeleito presidente do Brasil. O problema é que os deputados
federais, estaduais, senadores e governadores, alinhados ao perfil ideológico
do bolsonarismo, não têm seus votos questionados, embora a urna que apurou os
votos obtidos por Lula seja a mesma que deu à turma bolsonarista uma vitória
consistente no Congresso Nacional.
INSIGNIFICANTE
Alguém de supetão
sabe lembrar o nome do atual vice-governador de Rondônia? É difícil lembrar
porque ele passou quatro anos no cargo sem importância alguma nas funções e na
política. Conhecido em Rolim de Moura por Zé Jordan, empresário bem-sucedido na
atividade privada, é um desconhecido na vida pública, apesar do cargo de
vice-governador que ainda exerce até 1º de janeiro de 2023. Candidato derrotado
a deputado estadual em outubro passado, Zé concedeu a única entrevista com
alguma repercussão alegando que não cumpriria nenhuma ordem para desobstruir as
rodovias, na hipótese de recebê-la no exercício temporário de governador. É uma
declaração desprezível mesmo para um político insignificante eleitoralmente,
uma vez que ao assumir as funções de governante prometeu cumprir a Constituição
e as leis dela derivadas. Uma decisão judicial, com diz o adágio, não se
discute, cumpre-se. Zé conseguiu, portanto, repercussão de uma entrevista
avisando que ordem judicial é para ser desrespeitada.
FATURA
Os partidos que
ajudaram no primeiro e segundo turno para a reeleição do coronel Marcos Rocha
(União Brasil), começaram a encaminhar nomes para compor os escalões da
administração estadual. É a fatura política que permitirá Marcos Rocha iniciar
o segundo mandato com a tranquilidade necessária de uma governabilidade sem
sobressaltos. Nada de novo nesta seara que não esteja dentro dos parâmetros da
política. O que o governo tem que cuidar é fazer com que estes indicados tenham
capacidade técnica para imprimir na máquina burocrática estadual o dinamismo
nos serviços públicos que a população almeja. Especialmente porque no segundo
mandato o governo é comparado com as ações do primeiro o que exige do
governante uma equipe mais completa tecnicamente para tocar as obras iniciadas
com mais rapidez e dar início àquelas prometidas em campanha que sequer saíram
das pranchetas.
ESPECULAÇÃO
Com a nova formação
da Assembleia Legislativa para o próximo dois biênios os nomes dos futuros
presidentes (geralmente elegem os presidentes dos dois biênios no mesmo dia)
especulados são Marcelo Cruz e Alex Redano. Segundo a coluna apurou, Redano,
atual presidente, prefere voltar à presidência no segundo biênio. Laerte Gomes,
outro deputado estadual interessado no cargo, perdeu espaço com a derrota do
candidato a governador Marcos Rogério, por quem se esmerou nas eleições e,
portanto, dificilmente consiga apoio na empreitada.
REARRUMAÇÃO
No próximo ano
abre-se mais uma vez uma janela para que os parlamentares recém-eleitos possam
trocar de partido sem o risco de perderem seus mandatos por infringência à
regra da infidelidade partidária. É uma regra desmoralizada pela interpretação
dada em relação à possibilidade do senador, diferente do deputado, mudar a
qualquer tempo de partido sem nenhum risco do partido ao qual foi eleito
reivindicar a vaga. É uma rearrumação necessária uma vez que não há coerência
instrumental na legislação que estabeleça uma regra única para todos os
filiados independentemente do cargo para que foi eleito.
FEDERAÇÃO
É possível também que
a regra da federação, onde os partidos federados sejam obrigados a permanecer
juntos por quatro anos, também seja flexibilizada por uma nova ordem jurídica
eleitoral em discussão entre os principais caciques das legendas. A federação
também criou barreiras às legendas cartoriais que não conseguiram atingir o
quórum mínimos de votos nas urnas.
COPA
Mesmo não sendo uma
Copa do Mundo com a mesma alegria de tempos atrás, é sempre um bálsamo assistir
uma partida de futebol com o resultado final de uma derrota humilhante da
Argentina para a inexperiente Arábia Saudita. O Brasil estreia nesta
quinta-feira, também sem a mesma verve futebolística das seleções passadas, mas
é nossa escrete canarinho que torcemos para que tenha futebol mais vistoso e
mais empolgante do que a arquirrival portenha. Quem sabe a copa na ditadura do
Catar consiga unir um Brasil ferido pela divisão política das urnas. Craque não
nos faltam para reacender o espírito esportivo da brasilidade.
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