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Robson Oliveira

Os setores que exploram as riquezas naturais da Amazônia brasileira insistem em trabalhar de forma marginal


Os setores que exploram as riquezas naturais da Amazônia brasileira insistem em trabalhar de forma marginal  - Gente de Opinião

PLANO 

Para evitar que em Rondônia se repita contra a etnia Uru-Eu-Wau-Wau o massacre que ocorreu com os Yanomamis, em Roraima, a Justiça Federal determinou que a União, Funai, ICMBio e o Governo de Rondônia estabeleçam um plano de ação continuada de proteção à terra dos índios rondonienses com prazo para ser implementado em noventa dias. O território, que abrange 1,8 milhão de hectares, tem sido alvo constante de invasões, grilagem, exploração ilegal de madeira e o desmatamento para a expansão da pecuária.  

INDOLÊNCIA 

Há por parte dos órgãos ambientais nacionais uma preocupação com a política estadual para o meio ambiente uma vez que o próprio governador anunciou por meio de uma gravação de WhatsApp, três anos atrás, que não iria reprimir madeireiros de Espigão do Oeste que, na época, estariam supostamente retirando madeiras das reservas indígenas. A indolência governamental também se repetiu em relação à invasão de garimpeiros no leito do Rio Madeira, causando todo tipo de degradação ambiental.  

ALIADOS 

Também existe uma suposta promiscuidade entre autoridades políticas com garimpeiros, madeireiros e pecuarista em terras vedadas por lei que culminou com uma produção enorme de legislações estaduais favorecendo a expansão destas atividades ilegais. Felizmente, todas as mudanças legislativas feitas nos dois últimos biênios no parlamento estadual foram declaradas inconstitucionais pelo Poder Judiciário.  

ENVOLVIMENTO 

Estes setores que exploram as riquezas naturais da Amazônia brasileira insistem em trabalhar de forma marginal e conseguem não raro como aliados de autoridades políticas. Há quem suspeite que nesta exploração ilegal haja políticos envolvidos. No entanto, a coluna não conseguiu a confirmação da participação efetiva de nenhum dos agentes públicos na ativa envolvido diretamente com a exploração ilegal das riquezas naturais, pelo menos por enquanto. Mas o alinhamento é real.   

ADVERTÊNCIA 

Pelo menos em três colunas pretéritas fizemos o prognóstico de que com a nova postura do governo federal em combater os crimes ambientais, especialmente na Região Norte, os governos estaduais, em sua maioria, relaxaram na fiscalização, na autuação e na obrigação de proteger os nossos biomas o que culminou com a maior degradação dos últimos anos. Advertimos que daqui para frente todas autoridades estaduais e municipais teriam que se readequar à nova realidade nacional do contrário podem sofrer intervenções.  

BANCADA 

Com uma bancada federal majoritariamente antilulista os setores produtivos do agronegócio e os madeireiros não terão a quem recorrer para fazer interlocução com os órgãos de controles federais quando as ações de combate às ilegalidades ambientais aumentarem. Pode ser que a saída para esses setores seja o senador Confúcio Moura (MDB), único com uma visão realista sobre o futuro dessas atividades, capaz de dialogar com os setores antagônicos e, atualmente, demonizados pelos extremistas de Rondônia.  

ASBESTO 

Depois de dezoito anos pendente de julgamento de embargos de declaração, o plenário do STF baniu definitivamente, por sete votos a um, a exploração e o uso do amianto no Brasil. O amianto era usado principalmente para fabricação de telhas e caixas d’agua na construção civil. No país há vários registros de pessoas contaminadas e que desenvolveram doenças graves em razão do contato com o asbesto, que são sais minerais metamórficos altamente corrosivos e prejudiciais à saúde humana. 

EMBUSTE  

Recentemente um parlamentar de fraldas veio a público vociferar pela renúncia do senador Confúcio somente porque discorda das suas posições. E é o mesmo que exigiu do alto do púlpito da Assembleia Legislativa liberdade para terroristas que puseram fogo em Brasília, depredaram o patrimônio público e pediam de forma criminosa uma ruptura constitucional. O curioso que o parlamentar é policial de carreira que em tese deveria ser o primeiro a defender a lei e o estado democrático de direito. Mas embusteiros existem em todos os segmentos da atividade humana.  

DESASTRE 

Pelo censo escolar divulgado recentemente, a educação de Rondônia aparece entre as piores posições. Bem abaixo da média nacional e atrás da maioria dos estados do norte. É um desastre para uma população estudantil do ensino público que tem que se esmerar de qualquer jeito para enfrentar de forma menos desigual concursos públicos e exames vestibulares para as universidades públicas. 

TAPEAÇÃO 

Mesmo com um volume enorme de asfaltamento de ruas e avenidas, a Secretaria de Obras do Município de Porto Velho negligenciou com o recapeamento do bairro Aponiã ao recuperar a malha das ruas paralelas e relegou a rua principal, por onde escoa todo o trânsito.  

IGNÓBIL 

A rua Ananias Ferreira de Andrade, principal artéria do bairro Aponiã, da capital, continua sendo remendada com um serviço horroroso que desonra qualquer mestre de obras. Imaginem um engenheiro. A tapeação, com certeza, é sem o conhecimento do alcaide que, por sua vez, se regozija de realizar o maior programa de asfaltamento já registrado na capital. Agora, por aqui, poderá tomar conhecimento daquele trabalho ignóbil feito pela pasta que mais elogia.  

LEBRE 

A indicação da deputada estadual Lebrinha para assumir a presidência da Comissão de Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa é um escárnio à população. Dois anos atrás, na condição de prefeita de São Francisco do Guaporé, a atual deputada foi alvo de operação policial que culminou com seu afastamento do cargo por supostos malfeitos, além de constrição da liberdade. É uma das principais comissões do Legislativo, responsável pelo acompanhamento e fiscalização do Executivo estadual na aplicação dos recursos.  

FÁBULA 

Há uma fábula de Esopo de La Fontaine que narra a esperteza de uma lebre querendo passar a perna numa tartarugaRevelando seu ardil de esperta fez a seguinte aposta com a tartaruga para ver quem corria mais rápido, mas no final nem tudo saiu como planejado:  

A lebre, confiante em sua rapidez, acreditava que a vitória seria mais vitoriosa se deixasse a tartaruga passar à frente, pegando vantagem na corrida para então ultrapassá-la. Dessa maneira, ela poderia vencer humilhando seu oponente, a tartaruga. E assim, executou seu plano. Como estava já muito na frente da tartaruga, a lebre parou e decidiu descansar até a tartaruga a ultrapassar. O plano era deixar a tartaruga ficar alguns metros a sua frente, para então sair em disparada, ultrapassá-la, e vencer a corrida. Então a lebre se deitou ao lado da pista, recostando-se na sombra de uma árvore, fez um lanche e sem querer, caiu no sono.  

Moral da conversa: nem sempre o mais esperto, no final, sai vencedor. É aguardar atento os bastidores para verificar se a indicação passará incólume do crivo da lei, uma vez que a nossa Lebrinha está sendo bem monitorada.  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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