Terça-feira, 26 de setembro de 2023 - 16h12
PL
É possível que haja mais uma reviravolta na direção regional
do PL em Rondônia, com o senador Marcos Rogério (PL) recuperando os cargos
diretivos do Diretório Regional que foi entregue ao senador Jaime Bagattoli.
Está em uma disputa que ainda vai provocar fissuras entre os bolsonaristas
rondonienses.
PALAVRA
Desde que Bagattoli arrancou o PL da influência de
Rogério os dois senadores se afastaram e evitam criticar publicamente um ao
outro, uma vez que em reservado os dois revelam a animosidade existente. Os
dirigentes nacionais do PL apalavraram ao senador Marcos Rogério que toda
estrutura partidária retornará para a sua influência e que ficará responsável
em organizar os diretórios municipais para as eleições
2024.
CONSERVADORISMO
Bagattoli tem se notabilizado no Senado Federal por se
posicionar radicalmente contra qualquer política afirmativa de inclusão social,
em particular aquelas que dizem respeitos a cotas gênero, sexo, comunidades
quilombolas, índios, entre outras. Ele se rejubila em ser um conservador
extremado, embora nunca tenha lido uma orelha de livro sobre a ciência
política.
SACI
Ao professar ideologicamente o que tem de mais atrasado e
superado no mundo acadêmico e mais abominável nas relações humanas, no último
final de semana, em Vilhena, o senador do PL superou todas as
idiossincrasias ao declarar de forma obtusa e desconexa que o Brasil está
implantando um regime comunista. A declaração rendeu um meme com ele
(Jaime) convocando o saci Pererê nas roças do agro vilhenense para
que arregimente mitos amazônicos para o combater os marxistas.
INÉRCIA
A Suprema Corte Federal é também um dos alvos críticos de
Jaime Bagattoli por, segundo ele, se imiscuir em assuntos supostamente
reservados ao legislativo. Esquece o senador de explicar que a inércia e a
falta de vontade dos parlamentares em cumprir suas funções primordiais de
legislador é que abre espaço para que o Poder Judiciário preste a jurisdição
quando provocado em razão exatamente da omissão do Poder Legislativo. O
problema está exatamente na inércia parlamentar que abre mão das próprias
prerrogativas.
CASSAÇÃO
Pela manifestação do Ministério Público Federal nos autos
da Investigação Judicial Eleitoral interposta pelo PSDB requerendo a cassação
de Jaime Bagattoli por abuso de poder econômico e político nas eleições 2022,
dificilmente o senador perderá o mandato. Duas preliminares suscitadas pela
defesa do senador fulminam a ação de pronto.
PRELIMINAR I
A primeira, de ilegitimidade ativa, alega que o PSDB, por
estar confederado com outras legendas, não poderia demandar em juízo
isoladamente, o que de fato ocorreu.
PRELIMINAR II
A segunda preliminar, igualmente acatada pelo MPF,
recai sobre a Nulidade da Prova, visto que foi anexado aos
autos conversas mantidas via aplicativo WhatsApp, transcritas na Ata Notarial,
não foram objeto de prévia e indispensável decisão judicial
autorizando o acesso aos dados lá contidos. A jurisprudência predominante nas
cortes superiores já reconheceu a ilicitude da prova decorrente da divulgação
pública não autorizada de mensagens privadas travadas entre destinatários
particulares, com expectativa de privacidade. Embora os fatos envolvendo a
campanha de Jaime Bagattoli sejam em tese reprováveis e vedado na lei
eleitoral, os aspectos processuais envolvendo o caso são suficientes para sua
denegação. Uma vez que o mérito dificilmente será analisado.
PARECER
A Justiça Eleitoral de Rondônia não é obrigada a acolher
as teses insculpidas nas preliminares apontadas pelo parecer do MPE, decisão
que este cabeça chata não acredita, mas na hipótese do processo de investigação
contra Jaime Bagattoli ser acolhido, conforme pedido original formulado pelo
PSDB, no TSE seria indubitavelmente fulminado. Portanto, é uma
investigação momentaneamente natimorta. E esqueçamos eleições suplementares
para senador.
CADAFALSO
Já o governador Marcos Rocha, investigado também por
supostos malfeitos nas eleições governamentais do ano passado, aguarda a
conclusão da investigação para julgamento. Como a coluna ainda não conhece os
atos processuais não tem como avaliar as probabilidades, embora conheçamos os
fatos que são aparentemente graves. Por enquanto, é o único que continua com o
pescoço no cadafalso.
ESPECIALISTA
É sempre bom verificar que nossos
operadores do direito são tão bem preparados quanto aqueles que labutam no eixo
sul-sudeste. Na semana passada a Presidente do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), ministra Rosa Weber, nomeou o advogado rondoniense e professor da Unir,
Diego Vasconcelos, no comitê gestor da Conciliação no CNJ para elaboração de
novas políticas nacionais de Desjudicialização, em substituição a
desembargadora Mariângela Meyer Pires (TJMG). O advogado rondoniense é um
especialista na área e têm as mesmas funções no Conselho Federal da OAB. Além
de ser um constitucionalista da melhor qualidade.
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