Terça-feira, 31 de outubro de 2023 - 15h09
PL
Esta
coluna já havia antecipado há três semanas que o Diretório Estadual do Partido
Liberal voltaria a ser comandado pelo senador Marcos Rogério, defenestrando o
senador Jaime Bagattoli que, no início do ano, havia lhe tomado a força a
agremiação partidária com a ajuda dos deputados federais Silvia Cristina e
Coronel Crisóstomo.
VINGANÇA
Antes
do anúncio da mudança de comando do PL rondoniense, Valdemar da Costa Neto,
donatário da legenda, reuniu-se com os dois senadores visando mediar um acordo
para que ambos compartilhassem o Diretório Regional em partes iguais, mas sem
sucesso. A intransigência de Marcos Rogério em manter sob sua influência os
dirigentes do partido é também uma vingança por Bagattoli ter-lhe passado a
perna no início do ano quando tomou-lhe a legenda.
DEDO
EM RISTE
Bagattoli
ainda tentou por cinco vezes convencer Rogério de que unidos e administrando
juntos a legenda sairia mais forte das eleições municipais. Marcos Rogério não
cedeu; aliás, radicalizou e disse de forma enfática ao senador vilhenense: “não
preciso de você para nada”. Encerrando qualquer acordo.
AZEDUME
Um
assessor de Jaime Bagattoli revelou à coluna que as relações entre os dois
senadores azedaram ainda na campanha eleitoral quando a esposa de Jaime
Bagattoli tomou conhecimento de críticas acerbas feitas pelo núcleo duro da
campanha de Marcos Rogério ao governo contra o senador vilhenense em grupos de
WhatsApp. Após as eleições o azedume somente aumentou e os dois senadores
rondonienses sequer trocam cumprimentos.
CHUTADOS
Com
o pé nos glúteos dado pelo colega senatorial, Jaime Bagattoli foi se queixar a
Bolsonaro (principal ícone do PL) na vã tentativa de retomar a legenda. Como o
ex-presidente, agora com direitos políticos cassados, não comanda nacionalmente
o PL, pediu para que ele permanecesse na legenda e prometeu vir a Rondônia
pedir apoio para os candidatos a prefeito apoiados por Bagattoli. Não é segredo
para ninguém que Bolsonaro não suporta Marcos Rogério. Na campanha
governamental esta antipatia restou claríssima quando o ex-presidente deu apoio
verbal à reeleição de Marcos Rocha. Naquela oportunidade quem tomou um pé no
bum bum do bolsonarismo foi Rogério, colaborando decisivamente para sua derrota
ao Governo de Rondônia.
LIMITADA
Quem
também sentiu o golpe do retorno do PL para Marcos Rogério foi a deputada
federal Silvia Cristina, desafeta do senador jiparanaense. Silvia é uma
parlamentar que faz do mandato uma única tarefa que é distribuir emendas aos
municípios cobrando em troca o apoio político. As emendas são importantes para
os municípios e bem-vindas ao estado. O problema é que reduzir um mandato
federal a uma única ação sem comprometimento com outras pautas igualmente
importantes para Rondônia e o Brasil é um desperdício, embora seja muito
difícil essa parlamentar ascender ao alto clero congressual com as limitações
inerentes à atuação.
DESFILIAÇÃO
A
coluna apurou que assim que soube do retorno do senador Marcos Rogério à
direção estadual do PL, a deputada Silvia, avexada que é, combinou com Jaime
Bagattoli a desfiliação retroativa do partido para evitar perder o mandato por
infidelidade partidária. Esquece de um detalhe: quem autoriza a
saída de um deputado federal do partido é o Diretório Nacional, o que obrigará
Silvia Cristina a aguardar uma ‘janela’, a princípio esperada para março de
2024, para requerer a desfiliação. Até lá vai ter que aguentar o desafeto
Marcos Rogério ditar as ordens no PL rondoniense.
SENADO
Sílvia
Cristna vem sendo especulada para disputar o Senado em 2026, candidatura
majoritária que obrigará a parlamentar a sair do armário e debater temas que
custam caro num estado conservador. A coluna duvida que em 2026 ela mantenha a
pretensão numa campanha que tende a ser polarizada por temas sobre costumes.
Ela está é aproveitando a onda para se firmar como política com densidade
eleitoral para disputar mais um mandato de deputada federal. De besta somente
aquele lenço na testa de Maria Madalena. Quem viver,
verá!
ICMS
O
Secretário Estadual da Fazenda, Luís Fernando, em razão das críticas feitas
semana passada devido ao aumento ICMS, ligou para este cabeça chata e explicou
de fato quais os motivos que exigiram o Governo de Rondônia enviar um projeto
de lei à Assembleia Legislativa aumentando o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Segundo ele, a alíquota aprovada de
21% pelos deputados estaduais, e que causou uma reação negativa junto ao setor
produtivo, é uma recomposição das perdas que o estado sofreu com a edição de
uma lei federal ano passado, reduzindo o ICMS de 26 % para 17%, o que obrigou
os estados ao cumprimento da legislação. Esta redução compromete o futuro
saudável da gestão fiscal rondoniense, caso não houvesse a
recomposição.
NEGOCIAÇÃO
Com
as reações contrárias, de acordo com o secretário, o governo abriu canais de
negociação com os empresários visando atender parcialmente os reclamos e
adequar o novo aumento a patamares exequíveis à cadeia produtiva e, portanto,
encaminhará nesta terça-feira (31) um outro projeto de lei estabelecendo a
alíquota modal em 19,5. Um percentual, embora longe das perdas sofridas, mas
possível para suportar os gastos correntes e de investimentos para o ano de
2024. As negociações com o setor produtivo são tensas, no entanto, o governo
tem pedido compreensão, uma vez que apenas 35% dos produtos (produtos
genéricos) serão afetados com a nova alíquota, ficando de fora os principais
produtos de alimentação, além da desoneração em 75% do comércio
atacadista.
COMPARATIVO
Com
a lei federal indicando combustíveis, energia elétrica e telecomunicações como
produtos essenciais, os estados perderam a condição de tributar individualmente
tais produtos. Isto provocou uma perda de receita enorme aos estados. Em
Rondônia, por exemplo, a alíquota da gasolina que era de 26% foi reduzida para
17,5. Energia elétrica de 22% para 17% e telecomunicações de 35% para a taxação
de 17%. Foram cortes que culminaram sobrecarregando o equilíbrio fiscal dos
estados, inclusive o nosso. Instado a justificar que a mudança desta alíquota
modal para 17%% decorreu do processo eleitoral, visando eleger os candidatos
alinhados com o governo federal, Luís Fernando lembrou que a lei veio de cima
para baixo, cabendo aos estados apenas a adequação em respeito à hierarquia das
leis. Sobre as questões de fundo de cunho político disse que não caberia a ele
se pronunciar.
INCONSTITUCIONALIDADE
Quanto
ao ajuizamento de Ação de Inconstitucionalidade feita pela OAB-RO em face à
aprovação do aumento da alíquota, o chefe do tesouro estadual acredita que não
deve prosperar porque a questão jurídica atacada está circunscrita a questões
regimentais da Assembleia Legislativa, não cabendo, neste caso, interveniência
externa nas decisões Interna Corporis. Conforme Luís Fernando, a seu ver, não
há inconstitucionalidade.
DELEGADO
A
pressão que vem fazendo o delegado-deputado estadual Camargo sobre o assunto,
segundo o chefe da Sefin, caso prospere, causa insegurança jurídica e não é bom
para os negócios rondonienses nem para a cadeia produtiva em geral. É preciso
previsibilidade jurídica para que a economia de Rondônia continue a crescer e
gerar empregos e renda, o que, segundo Luís Fernando, ocorre há seis anos.
Compreende a resistência do parlamentar que é natural ao mundo da política, mas
lembrou que a robustez econômica de Rondônia depende da união de todos,
especialmente da política.
ELEIÇÃO
O
Sindicato dos Trabalhadores da Justiça organiza eleição para o próximo triênio,
mas começa de forma vesga ao enxergar a chapa 2, de oposição, como inimiga. Há
atualmente uma certa inércia sindical sem que os interesses das categorias
sejam bem defendidos, a exemplo do PCCS. Os sindicatos passam por falta de
identidade e viraram entidades cartoriais sem o mesmo vigor de anos atrás. É um
sindicalismo atrasado, de compadrio, com diretorias se revezando entre o mesmo
grupo político. Quando alguém tenta se insurgir ao peleguismo instalado nessas
entidades, é perseguido e maltratado.
SINDICATO
II
Na
eleição do Sinjur, ao que parece, há uma tentativa de desacreditar a oposição
e, em surdina, uma suspeição de melar as eleições. Segundo o que a coluna
apurou em “off”, a chapa oficial não quer disputa e pensa em impedir a
inscrição da chapa 2. Uma tentativa inócua uma vez que as eleições são regidas
por regramentos próprios com força de legislação. Cumpridas as regras
eleitorais, não há como impedir a disputa.
ENERGISA
O
mundo político, jurídico, empresarial e a imprensa assistiram ontem (30) uma
apresentação da direção da Energisa sobre os investimentos que a empresa tem
feito em Rondônia, num evento concorrido, comprovando o compromisso empresarial
para com o estado. André Luís Cabral Theobald, executivo da distribuidora de
energia elétrica em Rondônia, ciceroneou o evento com competência ao responder
todas as perguntas sobre os investimentos e por ser um empreendedor obstinado
pelas nossas terras. Muitos criticam a empresa por combater os “gatos”, mas não
conhecem os investimentos que a empresa tem feito nem o apoio dado às entidades
assistenciais de várias especializações que atendem aos mais necessitados.
Ontem, quem no evento não conhecia, saiu com todas as informações
necessárias.
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