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Robson Oliveira

Todas as atenções para a sabatina de Flávio Dino


Todas as atenções para a sabatina de Flávio Dino - Gente de Opinião

COMUNISTA 

Não passa de uma empulhação e uma besteira monumental a discussão sobre a posição ideológica professada pelo senador emedebista Confúcio Moura. Somente alguém sem a capacidade cognitiva e carente de leitura mínima sobre os fundamentos teóricos do marxismo-leninismo lança a pecha de que o senador é um comunista. Aliás, no Brasil conflagrado pelo extremismo e formado de uma horda que não tem condições de distinguir a diferença entre um adjetivo e um substantivo se fala uma asneira neste sentido. Moura sequer se filia a uma corrente próxima de um social-democrata, é um liberal clássico que sabe diferenciar um governo popular de um populista. É na forma e na essência um democrata. Característica que falta na quase totalidade dos políticos rondonienses, razão pela qual a confusão que fazem em relação às posições assumidas.  

AMBIENTALISTA 

A ONG (WWF) mais demonizada pelos extremistas de direita no Brasil, foi fundada pelo Príncipe Consorte da Inglaterra, Duque Philip de Edimburgo, pai do atual rei da Inglaterra que, aliás, a presidiu por mais trinta anos. A World Wildlife Fund (WWF) é uma ONG com atuação forte na região Norte, particularmente em Rondônia, e é sempre confundida pelos extremistas como uma entidade composta por “comunistas”, o que denota a mais completa ignorância política dos detratores, assim como a falta absoluta de leitura sobre as questões globais. O plebeu Confúcio Moura, assim como o príncipe Consorte, são criaturas visionárias que compreendem e estudam as economias globais e sabem que sem políticas ambientais firmes o futuro é incerto e não sabido. Isto provoca no ignóbil imediatista e desinformado uma reação agressiva contra qualquer proposta que tenha em seu conteúdo a preservação ambiental. Daí resta ao obtuso achincalhar qualquer ambientalista com a pecha do substantivo “comunista” como se fosse um adjetivo, na forma pejorativa.  

DIVERGÊNCIAS 

Faço essas ressalvas acima, embora tenha votado em Confúcio Moura somente uma vez na vida, na eleição do primeiro mandato de governador - e ainda fui perseguido por alguns dos seus familiares -, para registrar que é de longe o senador mais preparado e mais competente em relação aos dois outros que formam a bancada rondoniense no Senado Federal. As divergências que nos separam não interferem na isenção profissional para destacar que as posições hoje por ele adotadas no Congresso Nacional unem todos aqueles que veem com preocupação os impactos nocivos da ação do homem nos fenômenos naturais que hoje devastam o planeta. Essa responsabilidade política assumida publicamente por Moura, e distorcida pelos extremistas, merecerá o reconhecimento das futuras gerações. Divergências à parte, mesmo que a campanha de 2026 seja a mais baixa de todas, com certeza tenho um candidato a senador: conservador, liberal, de centro direita, mas responsável nas políticas ambientais e será meu segundo voto em Confúcio Moura.  Lamento apenas não professar o substantivo masculino baseado na propriedade coletiva.   

MONOCÓRDIOS 

Marcos Rogério e Jaime Bagatolli, ambos senadores pelo PL, vivem de alimentar suas hordas eleitorais com o mesmo discurso monocórdio que retirou do obscurantismo os extremistas, catapultando-os à radiação eletromagnética. Não vão mudar até 2026, uma vez que a maioria do eleitor é alguém que primeiro abriu caminho, cortando a selva, para sentar morada e, portanto, denominados de pioneiros; embora na região existissem povos originários que os pioneiros tentam aniquilar. É para esta horda que os dois senadores falam. Falas estas amplificadas por asseclas que não sabem diferenciar um pé de castanheira de um açaizeiro.  Confúcio também é um pioneiro, mas tem consciência de que a ação de trinta anos atrás dos que aqui chegaram não pode ser a mesma dos que nascem. Se expôs às críticas sem medo, mas tem mais coragem do que os dois outros senadores juntos que reverberam o mesmo discurso monocórdio. E muito mais sapiência, inclusive quando silencia.  

ANULAÇÃO 

É uma boa notícia para o ex-deputado estadual Maurão de Carvalho a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou o acórdão que o condenou a mais de 14 anos de prisão. A tese de constrangimento ilegal manejada pela defesa logrou êxito, mas a notícia ruim é que a decisão não significa absolvição sumária das questões de fatos que culminaram com a condenação. Agora, o processo deverá voltar para julgamento nas Câmaras Reunidas Especiais do Tribunal de Justiça de Rondônia. A comemoração tem que ser contida até o trânsito em julgado.  

DILÚVIO 

Um leitor da coluna enviou um vídeo com um alagamento de águas provenientes das primeiras das chuvas nas salas do CPA – Centro Administrativo-Político do Estado de Rondônia. As imagens são preocupantes uma vez que a água tende a inutilizar vários equipamentos eletrônicos, além de arquivos importantíssimos à administração pública. Na Secretaria de Saúde, por exemplo, era tanta água que algumas salas foram obrigadas a ser desocupadas. O curioso é que as chuvas estão apenas no início e não há manutenção preventiva dos prédios que compõem o CPA.  

SABATINA 

Todas as atenções políticas estarão voltadas para o Senado Federal com a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal de Flávio Dino, indicado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva para compor o Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. É um nome que provoca arrepios aos bolsonaristas pelo perfil jurídico e pelo currículo político do indicado. Dino era juiz federal aprovado em primeiro lugar no mesmo concurso que Sérgio Moro também foi aprovado. Por doze anos exerceu a magistratura no Tribunal Federal da 1ª Região, quando também presidiu a Associação dos Juízes Federais. Durante a crise de oito de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios dos três poderes, coube a Flávio Dino, ministro da Justiça, a responsabilidade do combate firme aos vândalos e defesa dos símbolos que representam a democracia.  

DEBATEDOR  

Dino é um debatedor nato pela capacidade pela qual enfrenta os interlocutores e reside exatamente no talento da oratória o que apavora dos adversários. Não há nada que desabone a conduta do indicado, pelo contrário, é oriundo da magistratura o que aumenta a condição de nome capacitado para as funções. A passagem pela política, quando exerceu os cargos de deputado federal e governador do Maranhão, não diminui em nada os predicativos para o cargo. Epitácio Pessoa, ex-ministro do STF, também exerceu cargos no Senado Federal e Presidência da República.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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