Terça-feira, 12 de dezembro de 2023 - 13h50
COMUNISTA
Não passa de uma
empulhação e uma besteira monumental a discussão sobre a posição ideológica
professada pelo senador emedebista Confúcio Moura. Somente alguém sem a
capacidade cognitiva e carente de leitura mínima sobre os fundamentos teóricos
do marxismo-leninismo lança a pecha de que o senador é um comunista. Aliás, no
Brasil conflagrado pelo extremismo e formado de uma horda que não tem condições
de distinguir a diferença entre um adjetivo e um substantivo se fala uma
asneira neste sentido. Moura sequer se filia a uma corrente próxima de um
social-democrata, é um liberal clássico que sabe diferenciar um governo popular
de um populista. É na forma e na essência um democrata. Característica que
falta na quase totalidade dos políticos rondonienses, razão pela qual a
confusão que fazem em relação às posições assumidas.
AMBIENTALISTA
A ONG (WWF) mais
demonizada pelos extremistas de direita no Brasil, foi fundada pelo Príncipe
Consorte da Inglaterra, Duque Philip de Edimburgo, pai do atual rei da
Inglaterra que, aliás, a presidiu por mais trinta anos. A World Wildlife Fund
(WWF) é uma ONG com atuação forte na região Norte, particularmente em Rondônia,
e é sempre confundida pelos extremistas como uma entidade composta por
“comunistas”, o que denota a mais completa ignorância política dos detratores,
assim como a falta absoluta de leitura sobre as questões globais. O plebeu
Confúcio Moura, assim como o príncipe Consorte, são criaturas visionárias que
compreendem e estudam as economias globais e sabem que sem políticas ambientais
firmes o futuro é incerto e não sabido. Isto provoca no ignóbil imediatista e
desinformado uma reação agressiva contra qualquer proposta que tenha em seu
conteúdo a preservação ambiental. Daí resta ao obtuso achincalhar qualquer
ambientalista com a pecha do substantivo “comunista” como se fosse um adjetivo,
na forma pejorativa.
DIVERGÊNCIAS
Faço essas ressalvas
acima, embora tenha votado em Confúcio Moura somente uma vez na vida, na
eleição do primeiro mandato de governador - e ainda fui perseguido por alguns
dos seus familiares -, para registrar que é de longe o senador mais preparado e
mais competente em relação aos dois outros que formam a bancada rondoniense no
Senado Federal. As divergências que nos separam não interferem na isenção
profissional para destacar que as posições hoje por ele adotadas no Congresso
Nacional unem todos aqueles que veem com preocupação os impactos nocivos da
ação do homem nos fenômenos naturais que hoje devastam o planeta. Essa
responsabilidade política assumida publicamente por Moura, e distorcida pelos
extremistas, merecerá o reconhecimento das futuras gerações. Divergências à
parte, mesmo que a campanha de 2026 seja a mais baixa de todas, com certeza
tenho um candidato a senador: conservador, liberal, de centro direita, mas
responsável nas políticas ambientais e será meu segundo voto em Confúcio
Moura. Lamento apenas não professar o substantivo masculino baseado na
propriedade coletiva.
MONOCÓRDIOS
Marcos Rogério e
Jaime Bagatolli, ambos senadores pelo PL, vivem de alimentar suas hordas
eleitorais com o mesmo discurso monocórdio que retirou do obscurantismo os
extremistas, catapultando-os à radiação eletromagnética. Não vão mudar até
2026, uma vez que a maioria do eleitor é alguém que primeiro abriu caminho,
cortando a selva, para sentar morada e, portanto, denominados de pioneiros;
embora na região existissem povos originários que os pioneiros tentam
aniquilar. É para esta horda que os dois senadores falam. Falas estas
amplificadas por asseclas que não sabem diferenciar um pé de castanheira de um
açaizeiro. Confúcio também é um pioneiro, mas tem consciência de que a
ação de trinta anos atrás dos que aqui chegaram não pode ser a mesma dos que
nascem. Se expôs às críticas sem medo, mas tem mais coragem do que os dois
outros senadores juntos que reverberam o mesmo discurso monocórdio. E muito
mais sapiência, inclusive quando silencia.
ANULAÇÃO
É uma boa notícia
para o ex-deputado estadual Maurão de Carvalho a decisão do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) que anulou o acórdão que o condenou a mais de 14 anos de
prisão. A tese de constrangimento ilegal manejada pela defesa logrou êxito, mas
a notícia ruim é que a decisão não significa absolvição sumária das questões de
fatos que culminaram com a condenação. Agora, o processo deverá voltar para
julgamento nas Câmaras Reunidas Especiais do Tribunal de Justiça de Rondônia. A
comemoração tem que ser contida até o trânsito em julgado.
DILÚVIO
Um leitor da coluna
enviou um vídeo com um alagamento de águas provenientes das primeiras das
chuvas nas salas do CPA – Centro Administrativo-Político do Estado de Rondônia.
As imagens são preocupantes uma vez que a água tende a inutilizar vários
equipamentos eletrônicos, além de arquivos importantíssimos à administração
pública. Na Secretaria de Saúde, por exemplo, era tanta água que algumas salas
foram obrigadas a ser desocupadas. O curioso é que as chuvas estão apenas no
início e não há manutenção preventiva dos prédios que compõem o CPA.
SABATINA
Todas as atenções
políticas estarão voltadas para o Senado Federal com a sabatina na Comissão de
Constituição e Justiça do Senado Federal de Flávio Dino, indicado pelo
presidente Luís Inácio Lula da Silva para compor o Supremo Tribunal Federal
(STF), na vaga aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. É um nome que
provoca arrepios aos bolsonaristas pelo perfil jurídico e pelo currículo
político do indicado. Dino era juiz federal aprovado em primeiro lugar no mesmo
concurso que Sérgio Moro também foi aprovado. Por doze anos exerceu a
magistratura no Tribunal Federal da 1ª Região, quando também presidiu a
Associação dos Juízes Federais. Durante a crise de oito de janeiro, quando
bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios dos três poderes, coube a
Flávio Dino, ministro da Justiça, a responsabilidade do combate firme aos
vândalos e defesa dos símbolos que representam a democracia.
DEBATEDOR
Dino é um debatedor nato
pela capacidade pela qual enfrenta os interlocutores e reside exatamente no
talento da oratória o que apavora dos adversários. Não há nada que desabone a
conduta do indicado, pelo contrário, é oriundo da magistratura o que aumenta a
condição de nome capacitado para as funções. A passagem pela política, quando
exerceu os cargos de deputado federal e governador do Maranhão, não diminui em
nada os predicativos para o cargo. Epitácio Pessoa, ex-ministro do STF, também
exerceu cargos no Senado Federal e Presidência da República.
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