Terça-feira, 28 de janeiro de 2025 - 10h36
FOGO AMIGO
A fritura do Chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves, por membros do
Governo de Rondônia que insistem em expô-lo publicamente com o objetivo de
desgastar sua imagem até que seja exonerado é, sem dúvida, um equívoco
simplório para um grupo que, unido, venceu por duas vezes consecutivas as
eleições estaduais.
FOGO II
No mundo político, o termo “fogo amigo” revela situações em que um
político ou um grupo atinge seus próprios aliados de maneira prejudicial e
implacável. Este fenômeno não é novo e pode ser devastador, comprometendo
estratégias, alianças e, eventualmente, a própria estabilidade governamental.
FOGO III
Uma das razões principais para o fogo amigo é a divergência de
interesses e objetivos dentro de um mesmo grupo político. E é o que vem
acontecendo sob o segundo mandato do Coronel Marcos Rocha com seu principal e
longevo auxiliar fritado por membros da cozinha do governador, ao que parece
com a sua anuência, segundo revelou a coluna um militar que convive na copa
governamental.
SILÊNCIO
O silêncio de Marcos Rocha nesse processo de queimação do seu
Chefe da Casa Civil fala muito mais alto do que palavras. É possível deduzir
que o grupo capitaneado pelo secretário Elias Resende, ao conspirar
publicamente para derrubar o colega de governo, reflete por completo a vontade
de Marcos Rocha. Daí explica-se o silêncio de um governante que obteve o
segundo mandato muito em razão das ações do articulador (Junior), e que agora
quer se livrar para impedir que o vice-governador seja seu sucessor. O vice
que, coincidentemente, é irmão do auxiliar que o governador permite ser
execrado por conselheiros que almejam aumentar a influência pessoal em nacos do
poder.
ORIGEM
Pelo que vem sendo comentado nos bastidores, todo esse fogaréu faz
parte de um estratagema de pessoas próximas de Marcos Rocha com o objetivo de
impedir que o vice-governador Sérgio Gonçalves, ao assumir o governo em abril
de 2026, seja candidato à reeleição e abra a vaga para o deputado federal
Fernando Máximo. Como esta é a origem da discórdia instalada no governo,
exonerar Junior Gonçalves seria parte da estratégia para evitar que Marcos
Rocha enfrente nas urnas Fernando Máximo por uma das vagas ao Senado, visto
que, sem Gonçalves na disputa, seria ungido a candidato a governador numa
dobradinha com o coronel a senador. Falta apenas combinar com os russos, como
diz o adágio.
RISCO
É uma jogada altamente arriscada porque exigiria uma capitulação
do vice no exercício pleno da governança. Quem garante que Sérgio Gonçalves,
após receber a caneta com as tintas do cargo de governador, abrirá mão da
disputa em favor de Máximo? Apostar que ele repita o erro cometido por Daniel
Pereira (abriu mão da reeleição em favor do inelegível Acir Gurgacz) é um risco
enorme para quem tem como adversário um exímio articulador da qualidade de
Junior Gonçalves. É também extemporâneo esse fogo amigo porque as eleições
estão distantes e ninguém sabe ainda qual a reforma política que nos
aguarda no futuro próximo. Ao alimentar a queimação de Junior Gonçalves, Marcos
Rocha está flertando com a desintegração de todo o grupo, além do risco de
retaliações que podem ocorrer quando renunciar ao governo para ser candidato ao
Senado. Todo este imbróglio antecipou o processo da sucessão estadual.
INELEGIBILIDADE
Numa hipótese de Marcos Rocha desistir da postulação senatorial e
permanecer até o final no Executivo Estadual, torna a esposa e o irmão, atual
diretor geral do Detran, inelegíveis em razão das relações consanguíneas. Razão
pela qual essa encrenca por ele alimentada para defenestrar o Chefe da Casa
Civil já tem um perdedor: e não são os irmãos Gonçalves.
KAMIKAZES
Quem torce por um desfecho mais atritado do grupo governista são
os oposicionistas que estão sendo alimentados pelas mágoas que as labaredas do
fogo amigo vêm produzindo. Outro que entra na mira dos órgãos de fiscalização
em razão da querela é o próprio Elias Resende que, aliás, depôs recentemente.
Documentos contra ele já começam a encher várias caixas de e-mails. É uma
guerra interna de kamikazes, literalmente.
MÁQUINA
A eleição ao senado de Marcos Rocha não será um passeio como os
cupinchas propalam por aí. Cada eleição é uma eleição diferente da passada
devido às próprias circunstâncias que a realidade impõe. Disputar um
cargo majoritário sem as facilidades que a máquina governamental coloca à
disposição de quem a manipula, é no mínimo temerário. Um racha do grupo que
governa Rondônia não é um bom negócio para nenhum dos seus membros, embora seja
uma receita perfeita para uma derrota retumbante. A oposição está espiando a
confusão de longe, calada e ávida para dar o bote. Marcos Rocha está próximo do
cadafalso, finge que não percebe quem tem interesse de vê-lo sem o pescoço. Sem
a máquina governamental a eleição ao Senado fica comprometida.
MOMO
Embora tenha seguido um roteiro de marketing para tentar minimizar
as críticas pela ausência nos dias em que a capital foi incendiada e sitiada
por facções criminosas, ao se uniformizar de coronel e passar em revista a
tropa após a aparente normalidade, Marcos Rocha atiçou novas crises na esfera
política, após férias nas praias nordestinas . Como faz tempo em que aposentou
a farda militar e adotou o pijama civil, o retorno ao fardamento como peça
publicitária terminou virando memes nas redes sociais. Como estamos a poucas
semanas do carnaval as gozações se multiplicaram, faltou a purpurina.
FUSÃO
Uma eventual fusão entre PSD e PSDB mexe com o tabuleiro político
estadual ao unir antigos aliados hoje distantes. É o caso do ex-prefeito Hildon
Chaves que rompeu politicamente três anos atrás com o “criador” Expedito Junior
e agora podem reatar os laços políticos, uma vez que em Rondônia Junior ainda é
o mandatário do PSD e Hildon o donatário do PSDB. Junior não esconde sua
intenção em lançar Fúria, prefeito de Cacoal, ao governo. Sobraria nesta junção
a vaga de senador para Hildon Chaves. A fusão entre as duas legendas cai como
luva nas ambições do ex-prefeito da capital.
EGÓLATRAS
Esta fusão de liberais também trará desafios enormes em Rondônia
para os dois grupos porque unirá duas figuras políticas de egos superlativos,
Hildon e Fúria. Não será tarefa fácil para o experiente Expedito Junior aplacar
a egolatria dos dois alcaides num mesmo ninho. Cada qual acha que tem a ficha
da vitória, além de uma popularidade que nem o ‘poderoso’ do altar de cima
ousou propagar.
IMPEACHMENT
Nem o deputado federal Coronel Crisóstomo nem tão pouco a deputa
Cristiane Lopes acreditam que o Congresso Nacional leve a frente e a cabo a
proposta de impeachment do Presidente da República, apesar da queda vertiginosa
na popularidade do Lula. Os dois parlamentares assinaram o pedido para acenar
aos eleitores rondonienses mais extremados e tentar confundi-los, visando
escamotear a pouca produção legislativa e a falta de projetos destinados ao
desenvolvimento estadual. Ambos fazem uma legislatura circunscrita ao discurso
ideológico.
CALAMIDADE
Acelerado a 220 por hora, o prefeito da capital Léo Moraes
inaugurou uma nova forma política de administrar o município que tem agradado a
população ao comparecer pessoalmente nos locais onde os problemas são mais
acentuados, a exemplo dos postos de saúde e nas localidades de alagações. Nas
unidades de saúde o prefeito herdou um sistema falido e desgovernado que o
obrigou a decretar calamidade para dar rapidez nas soluções. Nas avenidas que
ficam alagadas, Léo Moraes comandou a limpeza de bueiros, de valas e ruas que
são responsáveis pelo entupimento e por represarem as águas que formam
verdadeiras lagoas, além de uma drenagem deficiente. Pelo ritmo veloz que
imprime na gestão municipal Léo tem correspondido a confiança dos eleitores e
colhido aplausos dos opositores.
NÓ CEGO
Vereadores que ainda se mantêm conectados com a realidade passada
estão dessintonizados com o presente e insistem em hostilizarem as ações
municipais da capital como forma de afagar o ego dos "chefetes" de
plantão. É o caso de Santana, conhecido como desatador de nó, tem apontado
problemas com nós antigos, mas insiste em noticiar somente agora após oito anos
com a corda toda na mão. Por estas e outras razões deixou a condição de
desatador para nó cego. Final semana passada foi enxotado de uma unidade
de saúde.
INTROSPECÇÃO
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