Quinta-feira, 26 de setembro de 2019 - 09h16
Pequenos
produtores familiares de mandioca ganharam um incentivo para gerar mais renda e
emprego nessa cadeia produtiva. Foi inaugurada nesta quinta-feira (19), no
Projeto Piloto próximo à Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau, a Agroindústria de Farinha
localizada na região de Nova Mutum Paraná. Com capacidade operacional para
processar diariamente até cinco toneladas de raiz de mandioca, o que resulta em
uma tonelada de farinha, a iniciativa já criou 20 empregos diretos e 27
indiretos, além dos produtores envolvidos.
A Agroindústria
nasce de uma parceria entre a Associação do Reassentamento Rural Coletivo Vida
Nova, Cooperativa de Produtores Rurais do Observatório Ambiental Jirau
(COOPPROJIRAU) e Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionária da UHE
Jirau, que viabilizou a implantação da Agroindústria de Farinha investindo R$ 1
milhão, por meio de recurso do subcrédito social do BNDES na construção,
aquisição de equipamentos e materiais.
Além de
gestores da ESBR, da Associação Vida Nova e da COOPPROJIRAU, estes últimos
responsáveis pela gestão da Agroindústria e comercialização dos produtos,
participaram da inauguração o Prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, o Presidente
da Câmara dos Vereadores de Porto Velho, Edwilson Negreiros, e o representante
da Secretaria de Agricultura do Estado (Seagri), Paulo Arruda, responsável pela
orientação técnica do Programa de Agroindústrias em Rondônia.
Em um
discurso emocionado, a Presidente da COOPPROJIRAU, Sandra Vicentini, agradeceu
o apoio de todos os parceiros na implantação da Agroindústria de Farinha. “É um
ciclo que se inicia, com uma bela estrutura e um excelente produto. Vamos ter
bastante trabalho pela frente, mas graças a Deus temos parceiros que estão
sempre ao nosso lado”, ressaltou, acrescentando que dentro de cada embalagem
não vai só o produto, “vai muito mais que farinha: vai amor, força, trabalho,
dignidade, e acima de tudo, esperança de modificar nossa região e de dar
oportunidade para nossos agricultores, pais de família, que precisam de
trabalho”, destacou Sandra.
O Gerente
de Meio Ambiente e Socioeconomia da ESBR, Veríssimo Neto, contou que a
inauguração da Agroindústria de Farinha é um sonho realizado. “Quando começamos
com o reassentamento rural em Nova Mutum Paraná, os reassentados surgiram com uma
demanda para construção de uma casa de farinha, ação que não estava prevista em
nossos programas”, relatou, acrescentando que depois de estudar a demanda e
verificar seu potencial comercial, contou com todo o apoio da direção da ESBR
para potencializar a solicitação para uma agroindústria.
Carlos
Rocha, Vice-Presidente da Associação do Reassentamento Rural Coletivo Vida
Nova, agradeceu à ESBR por ter acreditado e viabilizado o projeto. “Eles
cumpriram com a palavra que nos deram, nos orientando como fazer o trabalho”.
O Diretor
de Operação da ESBR, Isac Teixeira, disse que a inauguração é importante tanto
para a Empresa quanto para a comunidade do entorno da Usina Hidrelétrica Jirau.
“A Agroindústria de Farinha vai proporcionar aumento da renda e da condição
socioeconômica dessa comunidade de forma participativa e sustentável”, afirmou.
Paulo
Arruda, representante da Seagri, disse que Rondônia possui hoje cerca de 500
agroindústrias legalizadas. “Sabemos das dificuldades que o pequeno produtor
sempre teve. Hoje temos vias vicinais de fácil acesso e pontes para escoar sua
produção. A agroindústria está realmente transformando a vida dos agricultores
familiares”, comemorou.
O Presidente
da ESBR, Victor Paranhos, disse que a agroindústria é um exemplo dos muitos
investimentos que a Empresa faz para estimular o desenvolvimento social e a
sustentabilidade da região. “É uma agroindústria com tecnologia e capacidade de
produção muito boa, uma forma de elevar a renda da população e assim melhorar a
qualidade de vida dos produtores familiares, dando um passo à frente. Saber que
há um futuro melhor, aumenta a esperança. Meu maior sonho é trazer mais
indústrias para o Estado. Tudo o que a gente sonha é a melhoria da qualidade de
vida, com mais educação e geração de renda”, afirmou.
A
inauguração da Agroindústria de Farinha, segundo o Prefeito de Porto Velho, Hildon
Chaves, é uma “Semente importantíssima para fomentar o plantio da mandioca e a
renda de agricultores familiares. Esse primeiro passo dado pela ESBR foi uma
ação de responsabilidade social voluntária e não uma compensação socioambiental.
Um hectare de mandioca plantada representa faturamento anual em torno de R$ 25
mil. O potencial de transformação desta iniciativa é gigantesco. A Prefeitura
compra farinha para as refeições escolares e queremos ser clientes desta
agroindústria. Quero ser um garoto-propaganda dessa farinha”, disse o Prefeito.
Edwilson
Negreiros, Presidente da Câmara dos Vereadores de Porto Velho, salientou o
fomento da agricultura familiar. “Esses investimentos são necessários e a gente
fica muito feliz de saber que Porto Velho a cada dia está crescendo, tanto na
agricultura familiar quanto no seu desenvolvimento de infraestrutura”, revelou
Negreiros.
Qualidade
e segurança alimentar
Composta
por maquinário industrial, como triturador, prensa, forno, torrador e
ensacador, a agroindústria profissionaliza o trabalho de agricultores
familiares que já produziam farinha. O grupo foi capacitado com novas técnicas
agrícolas, utilização de equipamentos e normas produtivas para assegurar a
qualidade e a segurança alimentar de três tipos de farinha: d’água, seca e
mista. Atualmente já são produzidos 600 kg de farinha por dia, presentes em supermercados
da região de Nova Mutum Paraná e em Porto Velho.
Sandra
Vicentini, Presidente da COOPPROJIRAU, afirmou que os agricultores familiares
que hoje são fornecedores de matéria-prima para a Agroindústria, produziam a
farinha de maneira artesanal, no quintal de casa. “A Associação Vida Nova viu
que eles precisavam de algum lugar para que pudessem processar essa produção, que
hoje chega a 40 hectares de plantio de mandioca”, destaca Sandra.
Com toda
a infraestrutura e equipe capacitada na produção da farinha, ao comprar esse
produto, o consumidor vai ter a garantia de qualidade, segurança alimentar,
além de contribuir com o fortalecimento da agricultura familiar da nossa
região.
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