Quinta-feira, 9 de julho de 2020 - 09h44
O
Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) completa cinquenta anos de
sua criação neste nove de julho de 2020. Uma de suas principais missões foi o
ordenamento e a ocupação do então território de Rondônia. Dos Projetos de
Colonização ou assentamentos de trabalhadores rurais implantados, nasceram
cinquenta dos atuais 52 municípios rondonienses.
Rondônia
foi “a menina dos olhos do Incra” e “a prioridade da autarquia”, conforme o
estudo do pesquisador da Universidade Federal do Acre, Elder Paula. “Rondônia
constitui-se, sem sombra de dúvidas, na unidade da federação mais impactada
pelas ações do Incra”, afirmou o pesquisador.
Devido
à atuação do Incra no ordenamento da estrutura fundiária de Rondônia, o estado
possui atualmente cerca de 25% de suas terras destinadas a trabalhadores rurais
sem terra, 6% destinadas à concorrência pública, 34% são áreas de regularização
fundiária e 35% áreas indígenas e unidades de conservação, segundo dados do
pesquisador José Lopes de Oliveira, agrônomo do Incra em Rondônia.
De acordo com a pesquisa, Rondônia tem o menor
índice de concentração de terras do país. “Este resultado favorável ao estado
de Rondônia tem como principal causa a política fundiária adotada pelo Incra a
partir da década de 1970”, afirmou o autor.
A
forte corrente migratória para Rondônia provocou grandes conflitos com os
posseiros antigos e seringalistas, proprietários e índios que defendiam suas
posses. Com a criação do Incra veio o ordenamento e consolidaram-se os
municípios. Até então, Rondônia contava com apenas dois municípios, Porto Velho
e Guajará-Mirim.
Para
isso foram criados na década de 1970 em Rondônia sete grandes unidades
territoriais delimitadas pelo Incra em 2,6 milhões de hectares de terras, a
maioria ao longo da BR 364, beneficiando cerca de 25 mil famílias em lotes
individuais de aproximadamente cem hectares.
Foram os Projetos Integrados de Colonização Ouro Preto, Sidney Girão, Gy
Paraná, Paulo Assis Ribeiro, Padre Adolpho Rohl, e os Projetos de Assentamento
Dirigido Burareiro e Marechal Dutra.
Como
as terras na época estavam localizadas em glebas de difícil acesso, os técnicos
do Incra adentravam as matas com os novos colonos, abrindo picadas, demarcando
parcelas com muitas pernoites na floresta. Os assentados receberam do órgão
empréstimos e insumos para plantio. O Incra também prestava apoio com
helicópteros e ambulâncias nas operações de socorro e salvamento dada a elevada
incidência de doenças tropicais.
Na
década de 1980 foram implantados seis Projetos de Assentamento (PA) que
beneficiaram 8,5 mil famílias em lotes de 50 hectares. Esses PA’s tiveram suas
sedes transformadas nas sedes dos municípios de Urupá, Machadinho do Oeste, Bom
Princípio, Cujubim, São Felipe e Buritis. Foram modelos planejados levando em
conta a conformação natural das bacias hidrográficas da região.
Na
sequência vieram os Projetos de Assentamento Rápido (PAR) em parceria com o
Governo do então Território Federal de Rondônia que se encarregou da
infraestrutura básica, como estradas, escolas e postos de saúde. Em várias
dessas glebas surgiram cidades e as sedes de municípios, como Nova Brasilândia
D’Oeste, São Miguel do Guaporé e Vale do Anari.
O
Incra em Rondônia hoje
O
Incra é atualmente o órgão responsável no estado pelos programas do governo
federal voltados para o assentamento de trabalhadores rurais, gerenciamento da
estrutura fundiária, regularização fundiária, desenvolvimento sustentável dos
assentamentos, programa Quilombolas e Paz no Campo.
Em
Rondônia tem sob sua jurisdição atualmente 229 projetos de assentamento nas
mais diversas modalidades, com 60.552 famílias assentadas, em área de
aproximada de 6,5 milhões de hectares de terras.
Após tratativas com o Governo Federal, o governador de Rondônia Marcos Rocha garantiu a liberação de R$ 12.339.000,00 para o fortalecimento das ações
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